SUPER OCUPADO: O PERIGO!


Remindo o tempo; porquanto os dias são maus”. (Efésios 5.16).

“Se você deseja um trabalho bem feito, escolha um homem ocupado; os outros não tem tempo”. (BENJAMIN FRANKLIN - 1706-1790).

Por mais agitada e frustrante que a vida moderna possa ser, os maiores perigos não são as inconveniências materiais ou temporais.

Uma pessoa pode fazer trabalho físico por doze horas diárias, seis dias por semana, a vida inteira e não sofrer por isso. Na verdade, ele (ou ela) poderá ser mais saudável ao fazer isso.

Mas se o esforço for mental — como é o caso da maioria dos empregos e para a maioria de nós — os efeitos negativos sobre o corpo poderão ser gigantescos.

Assim, não ignore o PERIGO físico de estar ocupado demais. Mas lembre-se apenas que as ameaças mais sérias são os perigos espirituais.

Quando estamos ocupados como loucos, colocamos em risco nossa alma. O desafio não é apenas fazer desaparecer alguns maus hábitos. O desafio é impedir que as nossas vidas espirituais desvaneçam. Os perigos são sérios e crescentes. Poucos entre nós estão tão seguros quanto pensamos.


O PRIMEIRO PERIGO É QUE ESTAR OCUPADO DEMAIS PODE ESTRAGAR NOSSA ALEGRIA.

Esta é a ameaça espiritual mais imediata e óbvia.

Como cristãos, nossas vidas deviam ser caracterizadas pela alegria (Filipenses 4.4),

“Alegrem-se sempre no Senhor. Novamente direi: alegrem-se!”. (Filipenses 4.4).

com sabor de alegria (Gálatas 5.22)

“Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade”. (Gálatas 5.22).

e cheias da plenitude da alegria (João 15.11).

“Tenho lhes dito estas palavras para que a minha alegria esteja em vocês e a alegria de vocês seja completa”. (João 15.11).


A ALEGRIA DO SENHOR É A NOSSA FORÇA. (Neemias 8.10)

Ocupação em demasia ataca tudo isso. Um estudo diz que pessoas que viajam diariamente a serviço experimentam maior nível de estresse do que pilotos de aviões de bombardeio ou policiais.

É isso que estamos enfrentando. Quando nossa vida está frenética e desvairada, somos mais propensos à ansiedade, ressentimentos, impaciência e irritabilidade.

O Dr. Richard Swenson escreveu um livro maravilhoso intitulado Margem.

Margem refere-se ao espaço situado no contorno de uma página no qual não há nenhum texto. A página que você está lendo tem margens em cima, embaixo e nas laterais. Se palavras se estendessem de cima a baixo e até os limites laterais, não haveria margem alguma.

Swenson vê alguma semelhança em nossa vida. Nós acrescentamos tanta coisa em nossa agenda que não temos nenhuma “margem”, nenhum espaço para o lazer, para o descanso, para Deus e para a nossa saúde.

Não existe nada singularmente cristão sobre a ideia em si; mas existe algo muito anticristão em ignorá-la. “Margem”, diz Swenson, “é o espaço entre nosso fardo e nossos limites”. Planejar com margem significa planejar para o não planejável. Quer dizer que entendemos o que é possível a nós, criaturas finitas, e então agendamos para menos que isso!

“Viver sem margem é chegar trinta minutos atrasado ao consultório médico, porque você atrasou vinte minutos no cabeleireiro, porque você chegou dez minutos atrasada ao levar seus filhos à escola, porque a gasolina do carro acabou a dois quarteirões do posto de gasolina – e você tinha esquecido sua bolsa em casa. Viver com margem, por outro lado, é ter fôlego de sobra ao chegar ao topo da escada, dinheiro de sobra ao chegar ao final do mês, e sanidade de sobra ao chegar ao final da adolescência”. - Richard Swenson

“Baseado em: SMITH, James Bryan. O maravilhoso e bom Deus: apaixonando-se pelo Deus que Jesus conhece. São Paulo, SP: Editora Vida, 2010).

A ocupação desenfreada é como o pecado: mate-o ou ele vai matar você. Todos nós caímos num molde previsível. Começamos a nos sentir sobrepujados por um ou dois grandes projetos. Depois ficamos arrasados com o desgaste e perdemos esperança de encontrar novamente a paz e juramos que temos de mudar as coisas. Aí, duas semanas mais tarde, a vida parece mais suportável e esquecemos o que juramos até que o ciclo se repita novamente. Não percebemos que o tempo todo temos sido uns desgraçados sem alegria, retrucando sem dó e sendo pessoalmente simpáticos tanto quanto um gato arredio. Quando a ocupação vai atrás da alegria, vai contra a alegria de todo mundo.


O SEGUNDO PERIGO É QUE ESSA OCUPAÇÃO DESENFREADA PODE ROUBAR O CORAÇÃO.

Na Parábola do semeador (Marcos 4.1–20). Ele jogou a semente com liberalidade.

- Algumas sementes CAÍRAM À BEIRA DO CAMINHO e as aves devoraram tudo.

- Algumas CAÍRAM EM CHÃO ROCHOSO e brotaram rapidamente, mas murcharam com o calor do primeiro sol ardente.

- Algumas sementes CAÍRAM ENTRE OS ESPINHOS que sufocaram sua frágil vida.

Nesta parábola de Jesus, há uma clara progressão (Marcos 4.1–20).

- Em alguns corações, a Palavra de Deus nada faz. Satanás a tira, logo que acabou de ser plantada.

- Em outros corações, de início a Palavra cresce, mas desvanece tão depressa quanto cresceu. As perseguições e provações colocam o possível cristão fora de ação.

- Mas na terceira categoria de falta de sucesso no plantio, a Palavra penetra mais fundo. A planta brota, chega quase ao ponto de produzir fruto. Parece que a terra é boa. Vida nova aparentemente está formando raízes. Tudo está a caminho para uma boa colheita. Até que surgem os espinhos.

João Calvino disse que o coração humano é “uma espessa floresta de espinhos”.

“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?”. (Jeremias 17.9).

Os espinhos. Jesus dá nome específico a dois deles.

“Mas os cuidados deste mundo, e os enganos das riquezas e as ambições de outras coisas, entrando, sufocam a palavra, e fica infrutífera”. (Marcos 4:19).


O PRIMEIRO ELE CHAMA DE “OS CUIDADOS DESTE MUNDO” (Marcos 4.19).

Você sabe por que retiros, viagens missionárias, acampamentos e conferências cristãs quase sempre fazem bem para nosso crescimento espiritual? Porque para participar deles, temos de liberar nossa agenda. Você sai. Deixa de lado sua insanidade normal para um final de semana e encontra espaço para pensar, orar e adorar a Deus.

Para a maioria de nós, não é a heresia ou apostasia que fazem nossa fé sair dos eixos. São as preocupações da vida.

VOCÊ homem - Você tem de consertar o carro. A geladeira pifa. A criançada precisa ir ao médico. Você ainda não conseguiu fazer sua declaração de imposto de renda. Sua conta no banco está sem saldo. Você se atrasou em escrever notas de agradecimento. Você prometeu à sua mãe que iria para a casa dela dar um jeito de consertar a torneira.

Você Mulher. Você está atrasada no planejamento para seu casamento. O concurso ou seu exame da OAB está chegando. Tem de mandar imediatamente mais currículos. O prazo da sua dissertação de mestrado está se esgotando. O tanque está vazio. As cortinas da casa não estão limpas. A lavadora de roupa está sacudindo e fazendo um barulho assustador.

Esta é a vida para a maioria de nós, e está sufocando nossa vida espiritual.

Um segundo espinho está relacionado ao primeiro.

“Mas os cuidados deste mundo, e os enganos das riquezas e as ambições de outras coisas, entrando, sufocam a palavra, e fica infrutífera”. (Marcos 4:19).


O SEGUNDO CHAMA-SE AS AMBIÇÕES DE OUTRAS COISAS.

Jesus diz que a obra da Palavra é engolida pelo desejo por outras coisas. As coisas em si não são o problema.

O problema é tudo que fazemos para obter essas coisas, cuidar delas e conseguir cada vez mais.

O Problema aqui é a AMBIÇÃO

Não é de admirar que as pessoas mais estressadas do planeta vivam nos países mais ricos? Casas de veraneio, barcos, pacotes de férias, investimentos, imóveis, motocicletas incrementadas, carro novo, casa nova, computador de última geração, novos videogames, nova maquiagem, novos DVDs, novos downloads, novo — tudo isso leva tempo.

A ambição quando descontrolada é um estímulo negativo que leva o ser humano a acreditar que é melhor do que os outros, a destruir o seu mundo e o que o rodeia, a ser ganancioso, a agir de forma pouco ética e a ser uma pessoa demasiado concentrada em si própria.

Ouvimos sermões sem conta sobre os perigos do dinheiro, mas o perigo verdadeiro vem depois que você gastou seu dinheiro. Uma vez que você seja o proprietário, tem de fazer a manutenção, mantê-lo trabalhando e ficar atento para as últimas melhorias. Se as preocupações na vida não nos afundam, a manutenção consegue fazer isso!

Jesus sabe do que está falando.

Por mais que oremos contra o diabo e oremos pela igreja perseguida, no pensamento de Jesus a maior ameaça ao evangelho é a mera exaustão.

A situação de estar ocupado demais mata mais cristãos do que balas.

- Quantos sermões perdem seu poder por causa de excessivas preparações de almoços ou jantares e jogos de futebol profissionais?

- Quantos momentos de dor são desperdiçados porque nunca paramos tempo suficiente para aprender com eles?

Precisamos guardar, vigiar o coração.

A semente da Palavra de Deus não cresce para frutificação sem ser podada por repouso, calma e quietude.


O TERCEIRO PERIGO É QUE ESTAR OCUPADO DEMAIS PODE ENCOBRIR A PODRIDÃO DE NOSSA ALMA.

O compasso agitado da vida pode nos tornar física e espiritualmente doentes. Provavelmente isso não é surpresa para você. O que talvez não reconheçamos é que nossas agendas amalucadas muitas vezes são sinal de que um mal já se instalou.

Todos nós temos pecados que nos afligem e questões previsíveis. O meu pecado tem sido andar ocupado demais.

Embora possa soar nada saudável alguns homens crescidos continuarem lutando com os mesmos problemas ano após ano, o sinal saudável é que começamos a nos responsabilizar mais por essas dificuldades.

Reconhecemos que se as mesmas questões atingem os mesmos homens todo ano, talvez a questão central esteja dentro de cada um de nós.

O que diz a meu respeito o fato de que estou frequente e completamente dominado por esta questão?

O que preciso aprender sobre mim mesmo?

Quais as promessas bíblicas em que não estou crendo?

Quais os mandamentos divinos que ignoro, quando deveria estar obedecendo?

Que mandamentos auto impostos eu estou obedecendo, quando deveria ignorá-los?

O que está acontecendo dentro de minha alma para, durante todo ano, estar ocupado que nem louco ser a minha principal característica?

A presença de ocupação extrema em nossa vida pode estar apontando para problemas mais profundos — insidiosa tendência de agradar sobretudo às pessoas, ambição implacável, um sentimento de mal-estar, de falta de significado.

“Ocupação em demasia serve como uma espécie de segurança existencial, um muro contra o vazio”, escreve Tim Kreider em seu artigo viral, “The ‘Busy’ Trap”, [A armadilha do ocupado] para o New York Times.

“É óbvio que a sua vida não pode ser tola, trivial ou sem sentido se você estiver atarefado, de agenda completamente cheia, procurado para atender algo em todas as horas do dia”.

O maior perigo com estar ocupado que nem louco é que podem existir perigos que você nunca teve tempo de considerar.

“Super ocupado” não significa que você seja um cristão fiel ou frutífero. Só quer dizer que você está ocupado, como todo mundo. E, como todo mundo, a sua alegria, o seu coração, a sua alma estão em perigo. Precisamos da Palavra de Deus para nos libertar. Precisamos de sabedoria bíblica para nos endireitar. O que realmente necessitamos é que o grande médico cure nossas almas exageradamente agendadas.

Pois, que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma? Marcos 8:36

Fonte: DeYOUNG, Kevin. SUPER OCUPADO: um livro (misericordiaamente) pequeno sobre um problema (realmente) grande. São José dos Campos, SP:Fiel,2014.

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