O TIPO DE CRENTE QUE O MUNDO PRECISA

1.    E aconteceu depois destas coisas, que provou Deus a Abraão, e disse-lhe: Abraão! E ele disse: Eis-me aqui.
2.    E disse: Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá, e oferece-o ali em holocausto sobre uma das montanhas, que eu te direi.
3.    Então se levantou Abraão pela manhã de madrugada, e albardou o seu jumento, e tomou consigo dois de seus moços e Isaque seu filho; e cortou lenha para o holocausto, e levantou-se, e foi ao lugar que Deus lhe dissera.
4.    Ao terceiro dia levantou Abraão os seus olhos, e viu o lugar de longe.
5.    E disse Abraão a seus moços: Ficai-vos aqui com o jumento, e eu e o moço iremos até ali; e havendo adorado, tornaremos a vós.
6.    E tomou Abraão a lenha do holocausto, e pô-la sobre Isaque seu filho; e ele tomou o fogo e o cutelo na sua mão, e foram ambos juntos.
7.    Então falou Isaque a Abraão seu pai, e disse: Meu pai! E ele disse: Eis-me aqui, meu filho! E ele disse: Eis aqui o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto?
8.    E disse Abraão: Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto, meu filho. Assim caminharam ambos juntos.
9.    E chegaram ao lugar que Deus lhe dissera, e edificou Abraão ali um altar e pôs em ordem a lenha, e amarrou a Isaque seu filho, e deitou-o sobre o altar em cima da lenha.
10.    E estendeu Abraão a sua mão, e tomou o cutelo para imolar o seu filho;
11.    Mas o anjo do Senhor lhe bradou desde os céus, e disse: Abraão, Abraão! E ele disse: Eis-me aqui.
12.    Então disse: Não estendas a tua mão sobre o moço, e não lhe faças nada; porquanto agora sei que temes a Deus, e não me negaste o teu filho, o teu único filho.
13.    Então levantou Abraão os seus olhos e olhou; e eis um carneiro detrás dele, travado pelos seus chifres, num mato; e foi Abraão, e tomou o carneiro, e ofereceu-o em holocausto, em lugar de seu filho.
14.    E chamou Abraão o nome daquele lugar: o Senhor proverá; donde se diz até ao dia de hoje: No monte do Senhor se proverá.
15.    Então o anjo do Senhor bradou a Abraão pela segunda vez desde os céus,
16.    E disse: Por mim mesmo jurei, diz o Senhor: Porquanto fizeste esta ação, e não me negaste o teu filho, o teu único filho,
17.    Que deveras te abençoarei, e grandissimamente multiplicarei a tua descendência como as estrelas dos céus, e como a areia que está na praia do mar; e a tua descendência possuirá a porta dos seus inimigos;
18.    E em tua descendência serão benditas todas as nações da terra; porquanto obedeceste à minha voz.

Introdução

Abraão era um Crente.  Não tenho dúvida disso! Imagino um homem de 75 anos ouvindo tal promessa de Deus.

“Então (Deus) o levou fora, e disse: Olha agora para os céus, e conta as estrelas, se as podes contar. E disse-lhe: Assim será a tua descendência. E creu ele no Senhor, e imputou-lhe isto por justiça”.  (Gênesis 15:5-6).

Um crente que recebeu as promessas do Senhor. Ele creu no Senhor.

Deus cumpriu sua promessa, 25 anos mais tarde.

“E era Abraão da idade de cem anos, quando lhe nasceu Isaque seu filho”. (Gênesis 21.5).

O mundo precisa de crentes assim.

1. O MUNDO PRECISA DE CRENTES QUE NÃO TENHAM MEDO DE MUDAR.

Abraão tinha 75 anos quando saiu de Harã para a terra que Deus lhe mostraria. Não teve medo de mudar com essa idade.

“Assim partiu Abrão como o Senhor lhe tinha dito, e foi Ló com ele; e era Abrão da idade de setenta e cinco anos quando saiu de Harã”.  (Gênesis 12.4).

DECIDIU mudar em obediência a vontade de Deus.

“Ora, o SENHOR disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei.

E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei e engrandecerei o teu nome; e tu serás uma bênção”.  (Gênesis 12.1-2).

Que mudanças Deus já propôs a você?

Você obedeceu?

Um bom exemplo de acolher mudanças, foi o apóstolo Paulo.
“Por isso, ó rei Agripa, não fui desobediente à visão celestial”.  (Atos 26.19).

2. O MUNDO PRECISA DE CRENTES DISPOSTOS A OBEDECER A DEUS.

“E disse: Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá, e oferece-o ali em holocausto sobre uma das montanhas, que eu te direi”. (Gênesis 22.2)

Quando Deus manda Abrão sacrificar o seu único filho, ele poderia ter dito algo como “Eu acho que entendi errado, Senhor!”. Mas ele não o fez.  Obediência pode significar abrir mão do que há de mais precioso.

A obediência é o melhor sacrifício.

“Porém Samuel disse: Tem porventura o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios, como em que se obedeça à palavra do Senhor? EIS QUE O OBEDECER É MELHOR DO QUE O SACRIFICAR; e o atender melhor é do que a gordura de carneiros. (1 Samuel 15.22).

Quando no Velho Testamento um sacrifício era oferecido, sabia-se que certamente o “sacrifício” apresentado era o pedido de perdão pela DESOBEDIÊNCIA cometida.

No Velho Testamento era um sacrifício feito pela desobediência dos homens.

E hoje?

Deus quer que SACRIFIQUEMOS através da Obediência.

“Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional”. (Romanos 12.1).

Creio, que o maior sacrifício não seria oferecer Isaque no altar e sim, Abraão prestar a Deus sua total devoção e obediência. Essa era a adoração que Deus desejava.

3. O MUNDO PRECISA DE CRENTES QUE TRANSMITAM SUA FÉ AOS SEUS FILHOS.

6.    E tomou Abraão a lenha do holocausto, e pô-la sobre Isaque seu filho; e ele tomou o fogo e o cutelo na sua mão, e foram ambos juntos.

7.    Então falou Isaque a Abraão seu pai, e disse: Meu pai! E ele disse: Eis-me aqui, meu filho! E ele disse: Eis aqui o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto?

8.    E disse Abraão: Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto, meu filho. Assim caminharam ambos juntos. (Gênesis 22. 6-8)

Nossos filhos quase sempre, aprendem um pouco do que ensinamos. Mas levam para o resto de suas vidas tudo aquilo que nós somos.

Antes de mais nada, Abraão havia ensinado seu filho a ser obediente, pois mostrou isso ao ir, sem questionar, junto com seu pai. Quando achou estranho o fato de não haver um animal para o sacrifício, Abraão o ensinou também a ter fé. “O Senhor proverá”, é a grande lição de fé daquele pai. Hoje há falta de homens que sejam os líderes espirituais dos seus lares.

Paulo conheceu um homem que recebeu os ensinamentos de fé transmitidos por sua família. Pr. Timóteo.

“Trazendo à memória a fé não fingida que em ti há, a qual habitou primeiro em tua avó Lóide, e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também habita em ti”. (2 Timóteo 1.5).

4. O MUNDO PRECISA DE CRENTES SEMPRE ATENTOS À VOZ DE DEUS.

9.    E chegaram ao lugar que Deus lhe dissera, e edificou Abraão ali um altar e pôs em ordem a lenha, e amarrou a Isaque seu filho, e deitou-o sobre o altar em cima da lenha.

10.    E estendeu Abraão a sua mão, e tomou o cutelo para imolar o seu filho;

11.    Mas o anjo do Senhor lhe bradou desde os céus, e disse: Abraão, Abraão! E ele disse: Eis-me aqui. (Gênesis 22. 9-11)

Quando chega a hora no sacrifício, Deus chama por Abraão e o interrompe. Ele para com a faca em mãos. E se Abraão não estivesse atento à voz de Deus? O mundo precisa de homens atentos à voz de Deus quando Ele manda fazer e quando Ele manda parar de fazer.

DEUS NÃO MUDA.

“Porque eu, o Senhor, não mudo...”. (Malaquias 3.6).

O que não significa que Deus não fará de tudo para que você mude.

5. O MUNDO PRECISA DE CRENTES QUE COMPREENDAM O PLANO DE SALVAÇÃO DE DEUS.

12.    Então disse: Não estendas a tua mão sobre o moço, e não lhe faças nada; porquanto agora sei que temes a Deus, e não me negaste o teu filho, o teu único filho.

13.    Então levantou Abraão os seus olhos e olhou; e eis um carneiro detrás dele, travado pelos seus chifres, num mato; e foi Abraão, e tomou o carneiro, e ofereceu-o em holocausto, em lugar de seu filho. (Gênesis 22. 12-13).

ESTE momento é um ícone – um protoevangelho – do que aconteceria na cruz do Calvário.

O cordeiro providenciado por Deus para morrer no lugar de Isaque, que representa o povo de Deus, é o Senhor Jesus Cristo.

Em Hebreus 11, o autor diz que o fato de Abraão descer daquele monte com o seu filho vivo é uma representação da ressurreição que todos os santos vão experimentar por causa do sacrifício de Jesus em nosso lugar.

Está presente neste texto a figura da Ressurreição.

“17 Pela fé ofereceu Abraão a Isaque, quando foi provado; sim, aquele que recebera as promessas ofereceu o seu unigênito.

18 Sendo-lhe dito: Em Isaque será chamada a tua descendência, considerou que Deus era poderoso para até dentre os mortos o ressuscitar;

19 E daí também em figura ele o recobrou.

20 Pela fé Isaque abençoou Jacó e Esaú, no tocante às coisas futuras”.   (Hebreus 11.17-20).

Quantas figuras existem na vida deste CRENTE Abraão.

Está presente no texto a figura da MUDANÇA DA TERRA:

8 Pela fé Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia.

9 Pela fé habitou na terra da promessa, como em terra alheia, morando em cabanas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa.

10 Porque esperava a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus. (Hebreus 11.8-10)

Está presente no texto a FIGURA DO ÚNICO FILHO.

12.    Então disse: Não estendas a tua mão sobre o moço, e não lhe faças nada; porquanto agora sei que temes a Deus, e não me negaste o teu filho, o teu único filho. (Gênesis 22.12).

“Pela fé ofereceu Abraão a Isaque, quando foi provado; sim, aquele que recebera as promessas ofereceu o seu unigênito”. (Hebreus 11.17).

O texto é de fato uma profecia sobre Jesus o unigênito do Pai.

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. (João 3.16).

É também o texto uma preparação para a apresentação de Jesus como PRIMOGÊNITO entre muitos irmãos.

“Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja O PRIMOGÊNITO ENTRE MUITOS IRMÃOS”. (Romanos 8.29).

Onde exatamente acontece no texto a mudança da figura e do conceito de Unigênito presente em Isaque filho de Abraão, para o conceito de primogênito na velha aliança?

Vamos analisar O DIREITO DE PRIMOGENITURA.

“Pela fé Isaque (o filho de Abraão) abençoou Jacó e Esaú, no tocante às coisas futuras”. (Hebreus 11.20).

Veja como e quando acontece a bênção do Primogênito proferida por Isaque, filho de Abraão.

Isaque, devido a ação de sua esposa, acaba por abençoar o seu filho mais novo Jacó (Israel), que em figura representa todo o povo de Deus e não o seu filho Esaú (o seu primogênito), que estava no campo caçando.

ISAQUE ABENÇOA JACÓ. -   Gênesis 27.1-30).

1. E aconteceu que, como Isaque envelheceu, e os seus olhos se escureceram, de maneira que não podia ver, chamou a Esaú, seu filho mais velho, e disse-lhe: Meu filho. E ele lhe disse: Eis-me aqui.
2. E ele disse: Eis que já agora estou velho, e não sei o dia da minha morte;
3. Agora, pois, toma as tuas armas, a tua aljava e o teu arco, e sai ao campo, e apanha para mim alguma caça.
4. E faze-me um guisado saboroso, como eu gosto, e traze-mo, para que eu coma; para que minha alma te abençoe, antes que morra.
5. E Rebeca escutou quando Isaque falava ao seu filho Esaú. E foi Esaú ao campo para apanhar a caça que havia de trazer.
6. Então falou Rebeca a Jacó seu filho, dizendo: Eis que tenho ouvido o teu pai que falava com Esaú teu irmão, dizendo:
7. Traze-me caça, e faze-me um guisado saboroso, para que eu coma, e te abençoe diante da face do Senhor, antes da minha morte.
8. Agora, pois, filho meu, ouve a minha voz naquilo que eu te mando:
9. Vai agora ao rebanho, e traze-me de lá dois bons cabritos, e eu farei deles um guisado saboroso para teu pai, como ele gosta;
10. E levá-lo-ás a teu pai, para que o coma; para que te abençoe antes da sua morte.
Veja que Rebeca ordena a morte (dentre o rebanho) de dois cabritos para que seja servido um guisado a Isaque.

Continuemos...

11.    Então disse Jacó a Rebeca, sua mãe: Eis que Esaú meu irmão é homem cabeludo, e eu homem liso;
12.    Porventura me apalpará o meu pai, e serei aos seus olhos como enganador; assim trarei eu sobre mim maldição, e não bênção.
13.    E disse-lhe sua mãe: Meu filho, sobre mim seja a tua maldição; somente obedece à minha voz, e vai, traze-mos.
14.    E foi, e tomou-os, e trouxe-os a sua mãe; e sua mãe fez um guisado saboroso, como seu pai gostava.
15.    Depois tomou Rebeca os vestidos de gala de Esaú, seu filho mais velho, que tinha consigo em casa, e vestiu a Jacó, seu filho menor;
16.    E com as peles dos cabritos cobriu as suas mãos e a lisura do seu pescoço;

Pare para perceber que Jacó se “Veste” literalmente de Esaú. E também estão colocados sobre seu corpo as peles dos animais sacrificados.
Continuemos....

17.    E deu o guisado saboroso e o pão que tinha preparado, na mão de Jacó seu filho.
18.    E foi ele a seu pai, e disse: Meu pai! E ele disse: Eis-me aqui; quem és tu, meu filho?
19.    E Jacó disse a seu pai: Eu sou Esaú, teu primogênito; tenho feito como me disseste; levanta-te agora, assenta-te e come da minha caça, para que a tua alma me abençoe.

O mais novo assume o lugar do mais velho na hora da bênção.

20.    Então disse Isaque a seu filho: Como é isto, que tão cedo a achaste, filho meu? E ele disse: Porque o Senhor teu Deus a mandou ao meu encontro.
21.    E disse Isaque a Jacó: Chega-te agora, para que te apalpe, meu filho, se és meu filho Esaú mesmo, ou não.
22.    Então se chegou Jacó a Isaque seu pai, que o apalpou, e disse: A voz é a voz de Jacó, porém as mãos são as mãos de Esaú.

O interior é o mesmo (a voz), é Jacó o usurpador. O enganador. Nada mudou. O exterior é de Esaú, pois está coberto (e identificado) com o sacrifício que deveria ser provido pelo irmão mais velho, o primogênito.

23.    E não o conheceu, porquanto as suas mãos estavam cabeludas, como as mãos de Esaú seu irmão; e abençoou-o.

Como tal benção chega sobre Jacó?
“Porque, se o sangue dos touros e bodes, e a cinza de uma novilha esparzida sobre os imundos, os santifica, quanto à purificação da carne” (Hebreus 9.13).
Quanto poder há no sacrifício!

24.    E disse: És tu meu filho Esaú mesmo? E ele disse: Eu sou.

Olho para este texto e reconheço: SOMOS TODOS COMO JACÓ! Queremos as bênçãos de Deus e não o Deus das bênçãos.

25.    Então disse: Faze chegar isso perto de mim, para que coma da caça de meu filho; para que a minha alma te abençoe. E chegou-lhe, e comeu; trouxe-lhe também vinho, e bebeu.
26.    E disse-lhe Isaque seu pai: Ora chega-te, e beija-me, filho meu.
27.    E chegou-se, e beijou-o; então sentindo o cheiro das suas vestes, abençoou-o, e disse: Eis que o cheiro do meu filho é como o cheiro do campo, que o Senhor abençoou;

Lembre-se que as roupas são do PRIMOGÊNITO. Ele Jacó está coberto das peles do sacrifício. Que figura temos aqui!

É assim que Deus nos abençoa. Ele o Faz através do sacrifício do seu Filho Único Jesus (Isaque filho de Abraão em figura). Deus nos abençoa através de seu PRIMOGÊNITO (Jesus), o primeiro dentre muitos irmãos. Nesse contexto a benção ficou para Jacó (Israel), o mais novo, que representa todo o povo de Deus.  A maldição ficou sobre o primogênito (Esaú).

Eu também sou abençoado hoje, não pelos meus méritos. Não porque eu sou bom. Somos todos como Jacó! Somos abençoados, porque nosso PRIMOGÊNITO tornou-se maldição por nós.

“Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro”.  (Gálatas 3:13).

Ele é o sacrifício que está sobre a nossa CARNE.

É literalmente vestindo suas roupas que nos apresentamos diante do PAI.

Nossas roupas de Jacó, não permitiriam que a benção nos alcançasse.

Mas a vestes brancas pelo sangue do sacrifício permitem que tal benção chegue até nós.

“E eu disse-lhe: Senhor, tu sabes. E ele disse-me: Estes são os que vieram da grande tribulação, e lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro”. (Apocalipse 7:14).

Voltemos ao texto da benção do Primogênito...

28.    Assim, pois, te dê Deus do orvalho dos céus, e das gorduras da terra, e abundância de trigo e de mosto.
29.    Sirvam-te povos, e nações se encurvem a ti; sê senhor de teus irmãos, e os filhos da tua mãe se encurvem a ti; malditos sejam os que te amaldiçoarem, e benditos sejam os que te abençoarem.
30.    E aconteceu que, acabando Isaque de abençoar a Jacó, apenas Jacó acabava de sair da presença de Isaque seu pai, veio Esaú, seu irmão, da sua caça.  (Gênesis 27.1-30).

Isaque abençoou a Jacó, pois naquele momento Jacó se identificava com seu irmão mais Velho. É um Jacó que está ali, mas o lugar era de Esaú.

Quantos aqui hoje se identificam com o Cristo da Cruz?

“O qual é imagem do Deus invisível, o PRIMOGÊNITO de toda a criação”.  (Colossenses 1.15).

É através de Jesus que somos livres da condenação do Pecado.

“E quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de sangue não há remissão”. (Hebreus 9.22).

Se pela lei era assim, quanto mais pela graça de CRISTO.

“Quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará as vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo? (Hebreus 9:14).

Louvemos a Deus pela vida e pela benção que chegam até nós através do sacrifício de Cristo.

“De sorte que era bem necessário que as figuras das coisas que estão no céu assim se purificassem; mas as próprias coisas celestiais com sacrifícios melhores do que estes”. (Hebreus 9:23).

Jesus é Fiel, e sua morte é o sacrifício que nos habilita há uma vida de bênçãos espirituais e celestiais.

“E da parte de Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dentre os mortos e o príncipe dos reis da terra. Àquele que nos amou, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados”. (Apocalipse 1.5).

Conclusão

Abraão não era um homem perfeito. Ele errou muito! Mas no que ele acertou, como “pai da fé”, ele é o tipo de homem que o mundo precisa.

Isaque não era um homem perfeito. Mas pela perfeita soberania de Deus, espelhou em figura para nós o que significa a benção de Deus para todo o seu povo.

Esaú e Jacó não eram homens perfeitos. Mas pela misericórdia de Deus experimentaram em suas vidas o que significa a vida debaixo das bênçãos e da maldição de Deus.

Nós todos somos como Jacó, filhos mais novos em relação ao Primogênito que é Cristo. Nós somos literalmente o ISRAEL de Deus.  Mas pela graça do sacrifício de Jesus na Cruz, Unigênito do PAI e nosso irmão Primogênito, nós temos sido abençoados.

Agradeçamos a Deus!

SEJA UM 'CRENTE'!

SEJA UM "CRENTE"!
“E logo disse a Tomé: Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; chega também a tua mão e põe-na no meu lado; não sejas incrédulo, mas crente..." (João 20.27).

Texto: João 20.19-28

INTRODUÇÃO

Uma semana depois da ressurreição de Jesus acontece o encontro de Tomé com o Mestre. É nessa ocasião que Jesus ordena que aquele discípulo seja um crente.

Ser crente não é ser de uma denominação ou igreja evangélica.

O crente é aquele que crê. Mas por que Tomé levou tamanha repreensão? O importante é descobrir que qualquer um de nós poderia cair no erro de Tomé. Vamos ler o texto:

Leiamos...

19 Chegada, pois, a tarde daquele dia, o primeiro da semana, e cerradas as portas onde os discípulos, com medo dos judeus, se tinham ajuntado, chegou Jesus, e pôs-se no meio, e disse-lhes: Paz seja convosco.
20 E, dizendo isto, mostrou-lhes as suas mãos e o lado. De sorte que os discípulos se alegraram, vendo o Senhor.
21 Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco; assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós.
22 E, havendo dito isto, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo.
23 Aqueles a quem perdoardes os pecados lhes são perdoados; e àqueles a quem os retiverdes lhes são retidos.
24 Ora, Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus.
25 Disseram-lhe, pois, os outros discípulos: Vimos o Senhor. Mas ele disse-lhes: Se eu não vir o sinal dos cravos em suas mãos, e não puser o dedo no lugar dos cravos, e não puser a minha mão no seu lado, de maneira nenhuma o crerei.
26 E oito dias depois estavam outra vez os seus discípulos dentro, e com eles Tomé. Chegou Jesus, estando as portas fechadas, e apresentou-se no meio, e disse: Paz seja convosco.
27 Depois disse a Tomé: Põe aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; e chega a tua mão, e põe-na no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente.
28 E Tomé respondeu, e disse-lhe: Senhor meu, e Deus meu!
29 Disse-lhe Jesus: Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram.
João 20:19-29

Devemos ao Evangelho de João a maior parte das informações bíblicas que temos acerca desse que é conhecido como o discípulo da incredulidade. Sua eleição apostólica também está registrada nas passagens sinópticas de Mateus 10 e paralelas.

O termo hebraico Tomé significa Gêmeo, assim como a palavra grega Dídimo, pela qual o apóstolo também era chamado (Jo 11.16, 20.24, 21.2).

A passagem de João 21.1-4, onde o vemos pescando no Mar da Galiléia, em companhia de Pedro, Natanael e dos filhos de Zebedeu, durante a terceira aparição do Cristo ressurreto, sugere que Tomé também exercia esse ofício, tradicional dos moradores daquela região.

Vejamos a opinião do Dr. McBirnie a respeito das características pessoais desse discípulo.

"As escassas referências bíblicas que o destacam dentre os Doze parecem indicar um homem questionador e incrédulo.(...) Tomé possuía uma natureza que continha em si mesma certos elementos conflitantes e excessivamente difíceis de serem conciliados: uma peculiar vivacidade de espírito e, concomitantemente, uma inclinação natural que o fazia, com frequência, enxergar a vida sob uma perspectiva de frieza e desalento. Ainda assim, Tomé era um homem de coragem indomável e de traços marcantemente altruístas."*

*(FONTE: Citado em: Doze homens e uma missão / Aramis C. De Barros. - Curitiba : Editora Luz e Vida, 1999. Pg. 205).

Quem ele foi?

- Apóstolo, Mártir e Dídimo

- Nascimento? Em Galileia, Palestina! Quem sabe?

- Morte d.c. 72, acredita-se que próximo a Madras (Índia).

O fato histórico marcante é o Principal templo: Basílica de São Tomé (Chennai, Índia).

A Basílica de São Tomé é uma basílica católica que fica em Chennai, na Índia. Acredita-se que a basílica tenha sido construída sobre o túmulo do apóstolo São Tomé.

A cristianização da índia por Tomé — ou Judas Tomé, como algumas lendas o chamam — é atestada por manuscritos antigos como

O Ensino dos Apóstolos (Didascalia Apostolorum), composto entre o fim do segundo e início do terceiro século.

"A índia e todas as regiões a ela pertencentes, assim como suas adjacências até o mais distante mar, receberam a ordenação apostólica do sacerdócio de Judas Tomé, que se tornou o guia e o líder da Igreja ali estabelecida, na qual ele mesmo ministrou."

(FONTE: Citado em: Doze homens e uma missão / Aramis C. De Barros. - Curitiba : Editora Luz e Vida, 1999. Pg. 212-213).

No catolicismo Tomé é o padroeiro de arquitetos e da Índia, entre outros. É reconhecidamente o padroeiro dos arquitetos porque a Arquitetura não pode lidar com meias certezas.

Algumas coisas nós aprendemos dessa situação vivida por Tomé:

1.  Duvidou porque não estava com os discípulos na reunião. Ele estava AUSENTE!

“Ora, Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus”. (v.24)

Tomé não estava presente durante a primeira aparição de Jesus aos discípulos. Infelizmente, essa ausência custou ao apóstolo o ônus da descrença, até então experimentada por cada um de seus companheiros.

Mas, por onde andaria Tomé quando algo tão importante se sucedia em sua pequena comunidade? Sua ausência é registrada nas Escrituras (Jo 20.24), mas não justificada já que, para um discípulo de Cristo, vagar pela alvoroçada Jerusalém naquele momento era algo que envolvia certo risco. Basta consi­derar a delicada situação em que Pedro se viu envolvido poucos dias antes (Mt 26.58, 69-75), ao seguir seu Mestre à distância, até as cercanias da casa de Caifás, onde se dava o julgamento. O fato de o simples sotaque galileu ter imediatamente despertado contra ele suspeitas de cumplicidade com o acusado, demonstra bem o clima de hostilidade a que os seguidores de Jesus, de maneira geral, estavam sujeitos naquela ocasião.

Se Tomé ausentou-se do refúgio a despeito de todo risco que isso impli­cava, é certo que teve razões para fazê-lo. Primeiramente, pode-se presumir uma crise interior enfrentada pelo apóstolo, diante do desmantelamento de sua estrutura emocional, em face da frustração de suas expectativas. E provável que o choque daquela realidade inusitada tenha requerido de Tomé algumas horas ou mesmo dias de isolamento, na busca de uma reflexão que emprestasse sentido a tudo aquilo que subitamente lhe sucedera. O peso dos anos investidos em seguir Aquele sobre quem depositara sua esperança e seus projetos de futuro, pode ter despencado com todo vigor sobre Tomé naquele momento. Daí a busca por um momento de solitude.

Quaisquer que tenham sido as razões que justificaram sua saída, o fato é que nosso apóstolo não presenciou o glorioso momento na manifestação de Cristo a seus companheiros naquele domingo. Não testemunhou Suas pisaduras, nem tampouco pode ouvir as explanações sobre as profecias que nEle se cumpriram. A partir daquela tarde, todos os que compunham o círculo íntimo de Jesus, de um modo ou de outro, já O haviam contempla­do ressuscitado. Exceto Tomé.

A incredulidade começa com o afastamento. A falta de fé começa com a falta de comunhão com a igreja. Pense em quantas pessoas deixaram de ter o mesmo sentimento, a mesma fé, a mesma visão do que Deus está fazendo na igreja porque deixou de se reunir com a igreja. Se Tomé estivesse com os outros discípulos na primeira reunião, no domingo da ressurreição, ele não teria passado uma semana duvidando. Pense nisso!

Oito dias após a primeira aparição (Jo 20.26), Jesus torna a manifestar-se aos Seus ainda temerosos aprendizes. Na ocasião, Tomé foi, por fim, con­frontado com a amargura de sua descrença.

2. ELE DUVIDOU PORQUE PREFERIA O “VER PARA CRER”.

"(...) Se eu não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, e ali não puser o meu dedo, e não puser a minha mão no seu lado, de modo algum acreditarei."  (Jo 20.25).

Para certificar-se de que não seria mais uma vítima dessas armadilhas sensoriais, nosso apóstolo estabelece alguns critérios práticos. Para ele, não bas­taria a simples contemplação do Ressurreto, mas a constatação tátil dos ferimentos de Sua cruz, causados de maneira inconfundível pelo suplício que o apóstolo provavelmente testemunhou (conf. Lc 23.49). Até mesmo o mórbido detalhe da perfuração pela lança do centurião, por sob as costelas de Jesus, não deveria ser esquecido.

É isso que fica muito claro. Na verdade hoje em dia chamar alguém de “Tomé” é a mesma coisa de chamar alguém de desconfiado. Algumas pessoas são mais céticas do que outras. Faz parte da natureza delas. Algumas se tornaram assim por causa de experiências do passado. São “gatos escaldados”. Parece que Tomé era assim porque ele não guardou o seu ceticismo somente para si, mas desafiou os outros discípulos.

“Depois disse a Tomé: Põe aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; e chega a tua mão, e põe-na no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente”. (v.27).

3. ABONDONAR A INCREDULIDADE É O PROPÓSITO DE DEUS PARA OS QUE AINDA DUVIDAM.

“...e não sejas incrédulo, mas crente”. (v.27)

“E Tomé respondeu, e disse-lhe: Senhor meu, e Deus meu”! (V.28)

João registra essa situação com alguns propósitos.

- Primeiro porque era necessário que os leitores do seu evangelho soubessem que Jesus Cristo ressuscitou corporalmente e não apenas espiritualmente. Havia algumas pessoas que estavam ensinando que Jesus não havia ressuscitado fisicamente e esse episódio serviu para tirar essa dúvida.

“Depois disse a Tomé: Põe aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; e chega a tua mão, e põe-na no meu lado...” (v.27)

-Em segundo lugar, era preciso ensinar que é preciso crer sem ver. Os discípulos que viriam nos séculos vindouros seriam assim: crentes sem ver.

“Disse-lhe Jesus: Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram”. (João 20.29)

“Porque andamos por fé, e não por vista”.  (2 Coríntios 5.7).

-Finalmente a declaração de Tomé foi fundamental: declarar que Jesus é Deus.

A forte repreensão dirigida a Tomé produziu, contudo, "frutos dignos de arrependimento". O efeito sobre ele foi imediato e a convicção espiritual detonada pela remoção da dúvida - pelo menos naquele momento -tornou-se mais profunda e vigorosa que em qualquer um dos demais discípulos. As palavras com as quais Tomé expressa seu júbilo e sua confiança no Cristo Ressurreto estão impregnadas de um conteúdo teológico, até então, jamais encontrado em lábios apostólicos (Jo 20.28).

"Respondeu-lhe Tomé: Senhor meu e Deus meu!"

4. NUNCA PERMITA QUE O SEU CETICISMO SE TRANSFORME EM INCREDULIDADE.

O ceticismo não é de todo mal. Acreditar em tudo que você ouve por aí é perigoso!

A Bíblia mesmo diz que nós não devemos crer em tudo que se fala, até mesmo na igreja!

Veja o que diz 1João 4.1 “Amados, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo”.

Lembra-se dos Bereanos?

“E logo os irmãos enviaram de noite Paulo e Silas a Beréia; e eles, chegando lá, foram à sinagoga dos judeus.

Ora, estes foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim.

De sorte que creram muitos deles, e também mulheres gregas da classe nobre, e não poucos homens”. (Atos 17:10-12).

Examinaram a verdade dispostos a crer e a aceitar a verdade.

Não devemos deixar que o ceticismo se torne em incredulidade. Foi isso que Jesus disse para Tomé, é isso que ele diz para nós hoje.

5. A CURA PARA NOSSA INCREDULIDADE ESTÁ EM CRISTO.

Quando Jesus aparece aos discípulos, ele vai direto a Tomé. Ele pede a Tomé que pegue a sua mão e toque nas suas feridas.

Era a hora da verdade.

Tomé, tanto quanto os demais, permanecia em suspenso e repleto de indagações acerca do futuro de seu discipulado, embora já não mais tivesse qualquer dúvida sobre o cumprimento das Escrituras no sofrimento, morte e ressurreição de seu Mestre. Essas asseverações teológicas, entretanto, não pouparam Tomé e seus amigos da incômoda expectativa que se seguiu às primeiras duas aparições de Cristo. De tal sorte que, durante o intervalo entre a ressurreição e a ascensão, lá estavam eles, de volta ao exercício de sua antiga profissão às margens do Mar da Galiléia. Estariam eles apenas se ocupando enquanto aguardavam a prometida manifestação de Jesus por aquelas bandas (Mt 28.7, Mc 16.7)? Ou seria, antes, um sinal de desânimo e retorno à velha rotina, face às perturbações de um apostolado incerto?

O que quer que tenha motivado o retorno dos discípulos ao seu antigo ofício na Galiléia, o fato é que as aparições do Ressurreto, tanto na Judéia quanto na Galiléia, principiaram um tempo de transformação profunda no entendimento dos onze, especialmente no que se refere ao comprometimento do discipulado; tanto que, pouco depois, os encontramos novamente congregados na Judéia, sobre o Monte das Oliveiras, atentando às instruções que precederam a ascensão do Senhor.

O tremendo impacto exercido por esse episódio sobre o coração de Tomé e seus companheiros foi registrado por Lucas, ao final de seu Evangelho.

"E aconteceu que, enquanto os abençoava, ia-se retirando deles, sendo elevado para o céu. Então eles, adorando-o, voltaram para Jerusalém, tomados de grande júbilo; e estavam sempre no templo, louvando a Deus."  (Lc 24.51-53).

Tomé tem a sua incredulidade destruída. Mas isso não se concretiza sem duas coisas fundamentais. Ele reconhece o senhorio de Jesus. Tomé se tronou crente!


Do Medo para a Coragem.

Ao longo do século XVI, os exploradores portugueses à índia, ao inqui­rirem os nativos visando investigar as lendas acerca do suplício de Tomé, resgataram algumas importantes versões sobre o caso, como nos conta o então missionário Diogo Couto (citado em The Search for the Tivelve Apostles, p. 160):

"Os brâmanes, enfurecidos após serem desacreditados diante do rei pela virtude de São Tomé, se dispuseram a matá-lo. Sabendo que o apóstolo se encontrava em uma caverna nas proximidades da Pequena Montanha (que, ao tempo de Tomé era conhecida como Antenodur), concentraram-se próximos à escarpa do morro, onde se achava um estreito orifício, através do qual a caverna recebia um pouco de luz. Observando pelo pequeno bura­co, enxergaram o apóstolo orando, com seus olhos fechados e prostrado sobre seus joelhos. Encontrava-se de tal maneira tomado por um profundo êxtase espiritual que parecia desfalecido. Os brâmanes, então, atiraram uma lança pelo orifício a qual, atingindo o apóstolo, feriu-o mortalmente(...). O ferimento causado pela penetração do dardo aprofundou-se por cerca de meio palmo no corpo de Tomé. Quando ouviram seu gemido, os assassinos fugiram. Tomé, pois, em sua agonia de morte, arrastou-se desde a caverna até o chamado Grande Monte onde, finalmente, expirou."

Conclusão

Que todos os dias confrontemos as nossas dúvidas, o nosso ceticismo e incredulidade indo diretamente a Jesus Cristo e buscando nele as marcas do seu sacrifício por nós; reconhecendo nele o Senhor de nossas vidas e o Deus encarnado que morreu na cruz por nós.

Amém!

O CRISTÃO E A POLÍTICA






INTRODUÇÃO

Todo mundo já sabe que é grande, profunda e crônica a decepção com os políticos. Uma onda de descrédito com os políticos varre a nação.


- A PALAVRA DE ORDEM NA POLÍTICA É CORRUPÇÃO

Somos herdeiros de uma cultura extrativista. Nossos colonizadores vieram para o Brasil com a intenção de tirar proveito.

- Rui Barbosa alertou para o perigo das ratazanas que mordiam sem piedade o erário público, perdendo a capacidade de se envergonhar com isso.

Ruy Barbosa de Oliveira (Salvador, 5 de novembro de 1849 " Petrópolis, 1 de março de 1923) foi um jurista, político, diplomata, escritor, filólogo, tradutor e orador brasileiro.

Sobre o assunto ele disse:

“De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”.  (Rui Barbosa).

Infelizmente, a maioria dos políticos se capitulam a um esquema de corrupção, de vantagens fáceis, de fisiologismo, nepotismo, enriquecimento ilícito, drenando as riquezas da nação, assaltando os cofres públicos e deixando um rombo criminoso nas verbas destinadas a atender às necessidades sociais. As campanhas milionárias já acenam e pavimentam o caminho da corrupção.

SENDO ASSIM, ABANDONAN-SE OS IDEIAS POLÍTICOS PARA SE PRATICAR A POLITICALHA. Sabe a diferença?

“Política e politicalha não se confundem, não se parecem, não se relacionam com a outra. Antes se negam, se repulsam mutuamente. A política é a higiene dos países moralmente sadios. A politicalha, a malária dos povos de moralidade estragada".  (Rui Barbosa).

O resultado da corrupção, da má administração, da ganância insaciável pelo poder é que somos a oitava economia do mundo, mas temos um povo pobre, com mais de 50 milhões vivendo na pobreza extrema.

Diante desse quadro, muitos evangélicos ficam também desencantados com a política e cometem vários erros, como por exemplo o de acreditar e aceitar que:

- “Política é pecado”. 

- “Política é coisa do diabo”. 

- “O cristão não deve participar de política”. 

- “O cristão deve ser apolítico”.

- “Toda pessoa que se envolve com política é corrupta”.

- “Todo crente que se envolve com política acaba se corrompendo”.

- “A política é mundana e não serve para os crentes”.

“Não adianta fazer coisa alguma; devemos pregar o evangelho e aguardar o retorno do Senhor”.

Em outro lado e fazendo parte de outro grupo estão os que cometem outros erros:

- “Irmão sempre vota em irmão”.

-“Todo crente é um bom político”.

- “Político evangélico deve lutar apenas pelas causas evangélicas”.

- “O púlpito transforma-se em palanque político”.

- “A igreja troca voto por favores”.

Uma igreja que troca voto por favores, vende o seu voto.

Cuidado: Não venda SEU VOTO. Ele não tem preço.

VÍDEO NÃO VENDA SEU VOTO.
https://www.youtube.com/watch?v=bQxqQxMLsiw&list=UU1kilS1DdyYOEGItHPRukBw&index=51

I. A LEGITIMIDADE DA POLÍTICA À LUZ DA PALAVRA DE DEUS

1. “Não se deve pôr em dúvida que o poder civil é uma vocação, não somente santa e legítima diante de Deus, mas também mui sacrossanta e honrosa entre todas as vocações” – João Calvino

2.  LER : Romanos 13.1-7

1 Todos devem sujeitar-se às autoridades governamentais, pois não há autoridade que não venha de Deus; as autoridades que existem foram por ele estabelecidas.

2 Portanto, aquele que se rebela contra a autoridade está se colocando contra o que Deus instituiu, e aqueles que assim procedem trazem condenação sobre si mesmos.

3 Pois os governantes não devem ser temidos, a não ser pelos que praticam o mal. Você quer viver livre do medo da autoridade? Pratique o bem, e ela o enaltecerá.

4 Pois é serva de Deus para o seu bem. Mas se você praticar o mal, tenha medo, pois ela não porta a espada sem motivo. É serva de Deus, agente da justiça para punir quem pratica o mal.

5 Portanto, é necessário que sejamos submissos às autoridades, não apenas por causa da possibilidade de uma punição, mas também por questão de consciência.

6 É por isso também que vocês pagam imposto, pois as autoridades estão a serviço de Deus, sempre dedicadas a esse trabalho.

7 Dêem a cada um o que lhe é devido: Se imposto, imposto; se tributo, tributo; se temor, temor; se honra, honra. (Romanos 13:1-7).

O poder civil é ministro de Deus para promover o bem e coibir a mal. Toda autoridade constituída procede de Deus e deve agir em nome de Deus. Quando ela se desvia pode e deve ser desobedecida e Deus mesmo a julga por sua exorbitância.

Traduzindo: “O texto significa que esta grandeza que designamos como “autoridade” – como qualquer outra grandeza humana, temporal, material, - é medida em Deus; Deus é o seu princípio e o seu fim, sua justificação e o seu juízo, seu SIM e seu NÃO.” 

“..Então chegaremos depressa à conclusão de que a “ordem existente” – a “autoridade” constituída – é realmente má e somente má perante Deus, se nele ela for medida”. (BARTH, Karl. Carta aos Romanos. Novo século, 1999.  Pg. 744)

[...] Deus ordenou o Estado como autoridade delegada, não autônoma. O Estado deve ser agente da justiça, para restringir o mal castigando o malfeitor, e proteger o bem na sociedade [Rm 13.1-4]. Quando se faz o contrário, ele não possui autoridade correta. Torna-se, então, uma autoridade usurpada e como tal, sem lei e tirânica.

(SCHAEFFER, Francis. Manifesto Cristão. Brasília: Refúgio, 1985, pp. 86-88.)

LEIAMOS 1 PEDRO 2. 13-17.

“13 Sujeitai-vos, pois, a toda a ordenação humana por amor do Senhor; quer ao rei, como superior;

14 Quer aos governadores, como por ele enviados para castigo dos malfeitores, e para louvor dos que fazem o bem.

15 Porque assim é a vontade de Deus, que, fazendo bem, tapeis a boca à ignorância dos homens insensatos;

16 Como livres, e não tendo a liberdade por cobertura da malícia, mas como servos de Deus.

17 Honrai a todos. Amai a fraternidade. Temei a Deus. Honrai ao rei”.

(1 Pedro 2:13-17)

[1 Pe 2.13-17] Pedro está dizendo aqui que a autoridade civil deve ser honrada e que Deus deve ser temido. O Estado, conforme ele o define, deve punir os que fazem o mal e recompensar aqueles que fazem o bem. Se não for assim, desmorona toda a estrutura. Claramente o Estado deve ser um ministério de justiça. Esta é a função do Estado, e dentro dessa estrutura os cristãos devem obedecer-lhe como questão de “consciência” (Rm 13.5).

(SCHAEFFER, Francis. Manifesto Cristão. Brasília: Refúgio, 1985, pp. 86-88.)

3. Homens de Deus exerceram o papel político em momentos críticos da história e foram divisores de água: José, Moisés, Josué, Gideão, Davi, Salomão, Josafá, Ezequias, Josias, Daniel, Neemias. Esses homens exercem o poder público com lisura, honradez e sabedoria.

4. ARISTOTELES AFIRMA QUE O HOMEM É UM SER POLÍTICO. O homem pode ser apartidário, mas nunca apolítico. Tentar ser apolítico é cair no escapismo.

- O ENVOLVIMENTO NA POLÍTICA É DEVER DE TODO O CRISTÃO.

5. Politicamente podemos classificar as pessoas em: 

1) alienadas; 

2) conscientizadas; 

3) engajadas.

II. A POLÍTICA NA HISTÓRIA BÍBLICA

1. No Velho Testamento – Do Patriarcado à Monarquia. Do Reino Unido ao Reino Dividido.

2. No Novo Testamento – Os partidos nos dias de Jesus: 

1) Fariseus; 

2) Saduceus; 

3) Herodianos; 

4) Zelotes; 

5) Essênios.

3. A igreja e a política na Idade Antiga – Os imperadores

O Império Romano manteve as instituições políticas e as tradições da República Romana, incluindo o senado e as assembleias.

CALÍGULA E O CAVALO DE ROMA – A história não foi complacente com Calígula, o detentor de um reinado tão curto quanto violento no primeiro século de nossa era, em Roma. Ele permaneceu no poder de março de 37 até seu assassinato, em janeiro de 41. Foi o terceiro imperador romano, membro da dinastia júlio-claudiana, iniciada por Augusto.

A desmoralização por lá chegou a tal ponto que o imperador Calígula, neto de Tibério, resolveu escarnecer do Senado e nomear seu cavalo Incitatus como senador de Roma. Na época, o Senado demonstrava merecer tal fato, tal era o nível dos seus ocupantes e a devassidão em que viviam no Senatus Populus que Romanus.

O Cavalo de Roma de nome Incitatus, não era um cavalo comum, afinal, diz Suetônio, escritor daquele tempo. Tinha cerca de dezoito criados pessoais, era enfeitado com um colar de pedras preciosas e dormia no meio de mantas de cor púrpura, que era a cor destinada aos trajes imperiais, um monopólio real. Tanto assim, que lhe foi dedicada uma estátua em tamanho real de mármore com um pedestal em marfim.

4. A igreja e a política no tempo dos Reformadores – A ética social de Calvino

“Nem é isto obscuro do fundamento previamente lançado, pois ocupam esta posição, à qual os elevou o Senhor, com eles compartilhada uma parcela de Sua honra. Portanto, a sujeição que é para com eles exibida deve ser um passo para que seja contemplado de honra esse Pai Supremo. Pelo que, se nos instigam à transgressão da Lei, então, com justiça, não devem ser por nós havidos por pais, mas por estranhos, que nos estão tentando afastar da obediência do verdadeiro Pai. Assim se deve considerar em relação aos príncipes, aos senhores e a todo gênero de superiores nossos. Pois é afrontoso e irrazoável que ao rebaixar a excelsitude de Deus prevaleça a eminência destes, eminência que, uma vez que depende daquela, portanto, para com ela nos deve conduzir”.
(CALVINO, João. Institutas da Religião Cristã, II, viii. Trad. Waldyr Carvalho Luz. São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 1985, pg. 38)

III. PRINCÍPIOS DE DEUS QUE DEVEM REGER A POLÍTICA

1. O povo de Deus precisa ter critérios claros na escolha de seus representantes– (Dt 17.14-20).

“Se quando entrarem na terra que o Senhor, o seu Deus, lhes dá, tiverem tomado posse dela, nela tiverem se estabelecido, vocês disserem: "Queremos um rei que nos governe, como têm todas as nações vizinhas",

tenham o cuidado de nomear o rei que o Senhor, o seu Deus, escolher. Ele deve vir dentre os seus próprios irmãos israelitas. Não coloquem um estrangeiro como rei, alguém que não seja israelita.

Esse rei, porém, não deverá adquirir muitos cavalos, nem fazer o povo voltar ao Egito para conseguir mais cavalos, pois o Senhor lhes disse: "Jamais voltem por este caminho".

Ele não deverá tomar para si muitas mulheres; se o fizer, desviará o seu coração. Também não deverá acumular muita prata e muito ouro.

Quando subir ao trono do seu reino, mandará fazer num rolo, uma cópia da lei, que está aos cuidados dos sacerdotes levitas para o seu próprio uso.

Trará sempre essa cópia consigo e terá que lê-la todos os dias da sua vida, para que aprenda a temer o Senhor, o seu Deus, e a cumprir fielmente todas as palavras desta lei, e todos estes decretos.

Isso fará que ele não se considere superior aos seus irmãos israelitas e a não se desvie da lei, nem para a direita, nem para a esquerda. Assim prolongará o seu reinado sobre Israel, bem como o dos seus descendentes”.  (Deuteronômio 17.14-20)

O cristão de hoje deve ter por balizamento o Reino de Deus e os valores do seu Reino.

“Ter o Reino de Deus como baliza para o exercício cidadão do nosso voto e mesmo da nossa atuação política traz, naturalmente, imperiosas implicações. Compreendê-lo como já estando presente, aqui e agora, implica ver nosso ato de votar como um canal da concretização deste mesmo Reino. Votar bem é tão importante para este país quanto orar por ele. Saramos nossa terra das suas doenças, também, exercendo de maneira plena e cidadã nosso legítimo direito de escolher os melhores representantes”.   (Eduardo Pedreira. (Revista Cristianismo Hoje, edição 42, anos 7. Pp. 29-31.).

Buscamos por pessoas apontadas por Deus e não pessoas estranhas.

Pessoas que não se dobrem diante da sedução do PODER, SEXO, DINHEIRO.

Todo cristão deve pensar bem antes de votar.

"...um coração duro não é uma proteção infalível contra um miolo mole".  (C.S. LEWIS - A Abolição do homem; pg.12)

2. O povo de Deus não deve ser omisso na questão da política – Dt 28:13.

O Senhor fará de vocês a cabeça das nações, e não a cauda. Se obedecerem aos mandamentos do Senhor, do seu Deus, que hoje lhes dou e os seguirem cuidadosamente, vocês estarão sempre por cima, nunca por baixo.   (Deuteronômio 28.13).

A atitude de omissão não corresponde aos princípios de Deus nem à expectativa de Deus.

O cristão preparado está em vantagem para governar – Pv 28:5; 26:1

“Os homens maus não entendem a justiça, mas os que buscam ao Senhor a entendem plenamente”. (Provérbios 28.5).

“Como neve no verão ou chuva na colheita, assim a honra é imprópria para o tolo”.  (Provérbios 26.1).

O cristão não pode associar-se com pessoas inescrupulosas – Sl 94:20; Pv 25:26.

“Poderá um trono corrupto estar em aliança contigo? um trono que faz injustiças em nome da lei? (Salmos 94.20).

“Como fonte contaminada ou nascente poluída, assim é o justo que fraqueja diante do ímpio”.  (Provérbios 25:26).

3. O povo de Deus precisa votar em representantes que amem a justiça – Pv 31:8,9.

"Erga a voz em favor dos que não podem defender-se, seja o defensor de todos os desamparados.

Erga a voz e julgue com justiça; defenda os direitos dos pobres e dos necessitados".   Provérbios 31:8-9

O povo não está trabalhando em favor do político, mas o político em favor do povo.

O político precisa olhar com especial atenção para os pobres e necessitados, ou seja, precisa ter uma política social humana e justa.

O povo de Deus Precisa votar, e na hora de votar:

“... é necessário assumir a responsabilidade da pesquisa, da busca da informação, da necessária diligência a fim de fazer do nosso clique na urna eletrônica o poder capaz de mudar um país. Votar bem e votar certo só é possível quando se desenvolve uma visão crítica daqueles que se apresentam em busca de nosso voto, e não transferindo aos líderes eclesiásticos - sejam eles quem forem - a última palavra de nos dizer em quem votar”. 
Eduardo Pedreira. (Revista Cristianismo Hoje, edição 42, anos 7. Pp. 29-31.

IV. O PERFIL DE UM POLÍTICO SEGUNDO OS PRINCÍPIOS DE DEUS.

Para votar bem será preciso buscar o melhor perfil que você puder encontrar. Escolher bem antes de votar é tudo.

Tem gente que escolhe tão mal que se a Urna Falasse diria: 

- Tem certeza que vai votar nesse candidato?

Vídeo 3: Escolha bem seu candidato.
https://www.youtube.com/watch?v=bkp2Nf-wjNQ&list=UU1kilS1DdyYOEGItHPRukBw&index=49

Vamos ao Perfil:

1. Vocação – John Mackay diz que a distribuição de vocações é mais importante do que a distribuição de riquezas.

Calvino entendia que o poder civil é uma sacrossanta vocação.

Há pessoas dotadas e vocacionadas para o poder público. Uma pessoa não está credenciada para ser um bom candidato apenas por ser evangélica. Exemplo: José do Egito – Sempre foi líder em casa, na casa de Potifar, na prisão, no trono.

2. Preparo intelectual – O lider político precisa ser uma pessoa preparada. Ele precisa ter independência para pensar, decidir e lutar pelas causas justas. Ele não pode comer na mão dos outros. Ele não pode ser um refém nas mãos dos espertos. Exemplo: Moisés – Moisés se preparou 80 anos para servir 40. Ele aprendeu a ser alguém nas Univerdades do Egito. Ele aprendeu a ser ninguém nos Desertos da Vida. Ele aprendeu que Deus é Todo-Poderoso na liderança do povo.

3. Caráter incorruptível – A maioria dos políticos sucumbem diante do suborno, da corrupção e vendem suas consciências. Há muitos políticos que são ratazanas, sanguessuga. Há muitos políticos que são lobos que devoram o pobre. Há muitos políticos que decretam leis injustas. O político precisa ser honesto e irrepreensível. Exemplo: Daniel – Ele era sábio. Ele era lider. Ele era incorrupto. Ele era piedoso. Ele não era vingativo. Um exemplo oposto é ABSALÃO. Ele era demagogo e capcioso. Ele furtava o coração das pessoas com falsas promessas.

4. Coragem – O político não pode ser uma pessoa covarde e medrosa. Ele precisa ser ousado. Neemias é o grande exemplo: 1) Ele ousou fazer perguntas; 2) Ele se viu como resposta de Deus resolver os problemas do seu povo; 3) Ele agiu com prudência e discernimento; 4) Ele mobilizou o povo para engajar-se no trabalho com grande tato; 5) Ele enfrentou os inimigos com prudência. Exemplo: Winston Churchil.

- Não temer denunciar os erros dos poderosos – Samuel denunciou os pecados de Saul (1 Sm 15:10-19). Natã não se intimidou de denunciar o pecado de Davi. João Batista denunciou Herodes.

5. Visão – O político precisa ser um homem/mulher de visão. Ele precisa enxergar por sobre os ombros dos gigantes. Ele vê o que ninguém está vendo. Ele tem a visão do passado, do presente e do futuro. Ele antecipa soluções. Exemplo: José do Egito, Calvino. Veja Pv 11:14. Ester esteve disposta a morrer pela causa do seu povo.

“Sem diretrizes a nação cai; o que a salva é ter muitos conselheiros”. (Provérbios 11:14).

6. Capacidade Administrativa – Há políticos que são talhados para o executivo e outros para o legislativo. Colocar uma pessoa que não tem capacidade gerencial para governar é um desastre. Exemplo: Neemias – ele revelou capacidade de mobilizar pessoas, resolver problemas, encorajar, e colocar as pessoas certas nos lugares certos para alcançar os melhores resultados.

 - Capacidade de contornar problemas aparentemente insolúveis – O líder é alguém que vislumbra saídas para problemas aparentemente insolúveis. Exemplo: Davi – 1) Ele viu a vitória sobre Golias quando todos só olhavam para derrota; 2) Ele ajuntou 600 homens amargurados de espírito e endividados e fez deles uma tropa de elite; 3) Ele reanima-se no meio do caos e busca força para reverter situações perdidas – 1 Samuel 30:6.

“Quando os justos se engrandecem, o povo se alegra, mas quando o ímpio domina, o povo geme”. (Provérbios 29.2).

Quando o espinheiro governa. (citação bíblica: Juízes 9.8-15).

Foram uma vez as árvores a ungir para si um rei, e disseram à oliveira: Reina tu sobre nós.

Porém a oliveira lhes disse: Deixaria eu a minha gordura, que Deus e os homens em mim prezam, e iria pairar sobre as árvores?

Então disseram as árvores à figueira: Vem tu, e reina sobre nós.

Porém a figueira lhes disse: Deixaria eu a minha doçura, o meu bom fruto, e iria pairar sobre as árvores?

Então disseram as árvores à videira: Vem tu, e reina sobre nós.

Porém a videira lhes disse: Deixaria eu o meu mosto, que alegra a Deus e aos homens, e iria pairar sobre as árvores?

Então todas as árvores disseram ao espinheiro: Vem tu, e reina sobre nós.

E disse o espinheiro às árvores: Se, na verdade, me ungis por rei sobre vós, vinde, e confiai-vos debaixo da minha sombra; mas, se não, saia fogo do espinheiro que consuma os cedros do Líbano.   (Juízes 9:8-15).

As primeiras árvores não queriam governar, pois não consideraram o reinado sobre suas semelhantes maior que a missão de produzir. Pensavam que acabariam estéreis e preferiam incumbir-se da obra que sabiam fazer muito bem. Por sua vez, o espinheiro, que não produz frutos mas espinhos, prontamente aceitou o governo. Talvez o oportunista houvesse esperado a vida toda para reinar… Tendo escolhido o seu rei, e se colocado debaixo de sua “sombra”, as demais árvores não poderiam reclamar das espinhadas. E o tirano está disposto a atirar “fogo” contra aqueles que não se “refugiam” debaixo dele, até mesmo contra aqueles que, notoriamente, são muito melhores e maiores. Geralmente é assim quando o espinheiro governa.

CONCLUSÃO

1) Como votar? Devemos escolher um candidato pela sua vocação, preparo, caráter, compromisso com o povo e propostas: Há coisas básicas: saúde, educação, emprego, segurança, moradia, progresso. Se temos pessoas evangélicas com esse perfil, demos a elas prioridade em nosso voto. Mas seria irresponsabilidade votar numa pessoa apenas por ser evangélica se ela não tem essas credenciais.

2) Como fiscalizar? A igreja é a consciência do Estado. Ela exerce voz profética. Ela precisa votar e acompanhar e cobrar dos seus representantes posturas dignas, sobretudo nos assuntos de ordem moral e social: casamentos gays, aborto, etc.

3) Como encorajar? A Bíblia nos ensina a interceder, honrar e obedecer as autoridades constituídas.

A Bíblia nos inspira a confiar em Deus.

“E ele muda os tempos e as estações; ele remove os reis e estabelece os reis; ele dá sabedoria aos sábios e conhecimento aos entendidos”. (Daniel 2.21).

DEUS ESTÁ NO CONTROLE!

Referências

1-    ALMEIDA, João Ferreira de. Trad. A Bíblia Sagrada (revista e atualizada no Brasil) 2 ed. São Paulo.
2-    RV, NIV ,Atualizada, Linguagem de Hoje, Revisada e etc...
3-    LOPES, Hernandes Dias. Como o cristão deve tratar as questões políticas. Palavra da Verdade, 2013. No canal: http://hernandesdiaslopes.com.br
4-    BARTH, Karl. Carta aos Romanos. Novo século, 1999.  Pg. 744)
5-    SCHAEFFER, Francis. Manifesto Cristão. Brasília: Refúgio, 1985, pp. 86-88.
6-    CALVINO, João. Institutas da Religião Cristã, II, viii. Trad. Waldyr Carvalho Luz. São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 1985, pg. 38
7-    C.S. LEWIS - A Abolição do homem. Martins Fontes: São Paulo: 2012.  pg.12
8-    ARTIGO: Eduardo Pedreira. (Revista Cristianismo Hoje, edição 42, anos 7. Pp. 29-31).
9-    Vídeos do TSE. Justiça Eleitoral. Canal: http://www.youtube.com/