CONSTRUINDO O BOM FUTURO

CONSTRUINDO O BOM FUTURO

PROVÉRBIOS 23.15-18

15.Meu filho, se o seu coração for sábio, o meu coração se alegrará.
 16.Sentirei grande alegria quando os seus lábios falarem com retidão.
 17.Não inveje os pecadores em seu coração; melhor será que tema sempre ao Senhor.
18. Se agir assim, certamente haverá bom futuro para você, e a sua esperança não falhará. (Provérbios 23.15-18) NVI.


Destaco os versos: “Não tenha o teu coração inveja dos pecadores; antes, no temor do Senhor perseverarás todo o dia; porque deveras haverá BOM FUTURO, não será frustrada a tua esperança” (Pv 23.17-18) (RC)

1. Deus nos dá uma Palavra de pai para filho (v. 15 “Filho meu....”)
2. Deus nos dá uma Palavra para este tempo (v. 18“..... Haverá bom futuro...”)
3. Deus não está falando de um bom futuro “automático” mas resultado de uma sábia construção.

Como então construir o bom futuro?

I – DECIDA-SE POR UM CORAÇÃO SÁBIO (v. 15 “Filho meu, se o teu coração for sábio, alegrar-se á também o meu”)

1. Coração sábio é o coração afinado com o coração de Deus (v. 15 “... se o teu coração for sábio alegrar-se-á o coração de Deus”;

Pv 23:26 “Dá-me, filho meu, o teu coração, e os teus olhos se agradem dos meus caminhos”)

2. Coração sábio é o coração entregue inteiramente a Deus (Pv. 3:5-6 “Confia no Senhor de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento; reconhece-o em todos os teus caminhos e ele endireitará as tuas veredas”)

3. Coração sábio é o coração preparado para enfrentar todas as circunstâncias da vida (Pv 24.14 “Então, sabe que assim é a sabedoria para a tua alma, se a achares, haverá bom futuro e não será frustrada a tua esperança”;

Pv 3:13 “Feliz o homem que acha a sabedoria...”;
Pv 4:23 “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida”)

II – DECIDA-SE POR FALAR COM RETIDÃO (v. 16 “Exultará o meu íntimo quando os seus lábios falarem coisas retas” ; Pv 24:26 “Como beijo nos lábios é a resposta com palavras retas”)

1. Palavra reta é uma palavra oportuna (Pv. 15.23 “O homem se alegra em dar a resposta adequada e a palavra, a seu tempo, quão boa é”)

2. Palavra reta é uma palavra persuasiva (Pv. 16.23 “O coração do sábio é mestre de sua boca e aumenta a persuasão dos seus lábios”)

3. Palavra reta é uma palavra terapêutica (Pv 16.24 “Palavras agradáveis são como favo de mel: doces para a alma e medicina para o corpo”)

III – DECIDA-SE PELO TEMOR DO SENHOR (V. 17 “Não tenha o teu coração inveja dos pecadores, antes, no temor do Senhor perseverarás todo o dia”)

1. Temer o Senhor é reconhecer que ao lado Dele sempre estamos do lado certo (v. 17 a “não tenha o teu coração inveja dos pecadores...” ;

Pv 24:19-20 “Não te aflijas por causa dos malfeitores, nem tenhas inveja dos perversos, porque o maligno não terá bom futuro, e a lâmpada dos perversos se apagará”)

2. Temer o Senhor é reconhecer sempre a soberania de Deus (v. 17a “antes no temor do Senhor...” ;

Pv 19:23 “O temor do Senhor conduz à vida, aquele que o tem ficará satisfeito, e mal nenhum o visitará”)

3. Temer o Senhor é jamais abandoná-Lo (v. 17b “... no temor do Senhor perseverarás todo dia”;

Pv 14:26-27 “No temor do Senhor tem o homem forte amparo, e isso é refúgio para os seus filhos; o temor do Senhor é fonte de vida para evitar os laços da morte”)

CONCLUSÃO

v. 18 “Porque deveras haverá bom futuro, não será frustrada a tua esperança”

1. O bom futuro é uma certeza (“Deveras haverá bom futuro...”)

2. O bom futuro tem uma garantia (“... não será frustrada a tua esperança...”)

AS IMPLICAÇÕES DA ENCARNAÇÃO

AS IMPLICAÇÕES DA ENCARNAÇÃO

No princípio era o Verbo é a notória abertura presente no primeiro capítulo do Evangelho de João, que em seus versículos iniciais retoma a criação do mundo, tema ainda do primeiro capítulo do Gênesis.

Contudo, ao apresentar Jesus Cristo como o próprio "Verbo": “No princípio (ἀρχή) era o Verbo (λόγος), e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” (João 1:1-4). João, o Evangelista procura elucidar para uma compreensão cristã, que existia uma concepção grega da oposição entre logos e caos, oposição esta que aparece desde textos como a Teogonia* de Hesíodo, escrito por volta de 900 anos antes deste que é o quarto e último evangelho, que, por sua vez, foi elaborado entre os anos 95 e 100 d.C.

*Teogonia (em grego, Θεογονία [theos, deus + gonia, nascimento] - THEOGONIA, na transliteração), também conhecida por Genealogia dos Deuses, é um poema mitológico em 1022 versos hexâmetros escrito por Hesíodo no séc. VIII a.C., no qual o narrador é o próprio poeta.

No Evangelho de João o Verbo é eterno. Muito tem sido dito sobre como João tomou o termo "Logos", o Verbo. Certamente ele conhecia o seu uso dentro da filosofia grega, e pode ter usado o termo como um bom argumento filosófico. Mesmo assim, não se poderia dizer que João simplesmente deixou o Logos da mesma forma que ele o encontrou entre os filósofos. Para os gregos, a progressiva gênese do universo segue da desordem para a ordem, sendo presidida por Zeus. Esse ordenamento começa com os elementos fundamentais e se desenvolve por seis gerações sucessivas de deuses: No início Caos, (ou vazio primitivo) e Gaia (a terra) conviviam com Tártaro (a escuridão primeva) e Eros (a atração amorosa), e assim numa sucessão politeísta os gregos procuravam dar sentido e ordem ao seu universo. Diante de tantos deuses, a busca pelo ordenamento do universo, tornou-se num terrível caos existencial.

Desejando pôr ordem na casa, João se levanta para resgatar o conceito do Logos com um sentido que poucos esperavam. Ele encheu o Logos de personalidade e identificou o Verbo não como alguma confusa, celeste essência que é o princípio guia de todas as coisas (como os gregos pensavam), mas o apresentou como sendo o eterno Filho de Deus, Aquele que entrou no tempo e na experiência humana como Jesus de Nazaré. O "Verbo" revela que Jesus é a mente de Deus, o pensamento de Deus, sua completa e viva revelação. Jesus não só veio a nós para nos dizer como é Deus - Ele nos mostrou. Ele é a revelação de Deus.

1.    No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
2.     Ele estava no princípio com Deus.
3.    Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez.
4.     Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens.
5.    E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.
6.     Houve um homem enviado de Deus, cujo nome era João.
7.    Este veio para testemunho, para que testificasse da luz, para que todos cressem por ele.
8.    Não era ele a luz, mas para que testificasse da luz.
9.     Ali estava a luz verdadeira, que ilumina a todo o homem que vem ao mundo.
10.    Estava no mundo, e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o conheceu.
11.    Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.
12.     Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome;
13.     Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.
14.     E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.                                               (João 1:1-14).

... Pense nas implicações envolvidas aqui.

Quando Deus decidiu revelar-se à humanidade, qual o meio que usou?

-Um livro? Não, isso foi secundário.

-Uma igreja? Não. Isso foi uma consequência.

-Um código moral? Não.

Limitar a revelação de Deus a uma lista fria de "faça" e "não faça" é tão trágico como olhar para um mapa rodoviário e dizer que você viu as montanhas.

Quando Deus decidiu revelar-se, ele fez isso através de um corpo humano.

A boca que proferiu a ordem para ressurreição de mortos era humana. A mão que tocou o leproso tinha sujeira debaixo das unhas. Os pés sobre os quais a mulher chorou eram calosos e empoeirados. E suas lágrimas... oh, não se esqueça das lágrimas... elas vieram de um coração tão quebrantado como o seu ou o meu jamais o foram.

"Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas" (Heb 4.15)

As pessoas se aproximavam então dele. Puxa, como o procuravam! Elas surgiam à noite; tocavam nele quando caminhava pelas ruas; seguiam-no até o mar; convidavam-no para suas casas e colocavam seus filhos aos pés dele. Por quê? Porque ele se recusou a tornar-se uma estátua numa catedral ou um sacerdote num púlpito elevado. Ele escolheu em vez disso ser Jesus, o verbo encarnado.

Ao invés de dizer com palavras, Ele procurou mostrar como é.

Não há sequer uma sugestão de alguém que temesse aproximar-se dele. Havia alguns que o ridicularizavam. Havia outros que o invejavam. Outros ainda que não o compreendiam. E outros que o reverenciavam. Mas não havia ninguém que o considerasse santo demais, divino demais, ou celestial demais para ser tocado. Não houve uma pessoa sequer que relutasse aproximar-se dele com medo de ser rejeitada.

Quantas implicações por entre essa encarnação. Procure se lembrar da encarnação de Cristo, quando ficar surpreso com suas próprias falhas, ou da próxima vez em que acusações ácidas fizerem buracos em sua alma. Quando adentrar uma catedral fria ou ouvir uma liturgia sem vida, procure pensar nas implicações da encarnação.

Lembre-se! É o homem que cria a distância. É Jesus quem constrói a ponte.   (“Max Lucado, "Jesus Chegou Mais Perto" São Paulo: Editora Vida Cristã, 1987, pp. 50-51).

1)    NO PRÍNCIPIO: Por uma simples questão de ordenamento.
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”. (João 1.1).

E o Verbo era Deus - Basicamente, a passagem ensina que o Verbo, em sua essencial natureza, é Deus.
 
João não chama o Verbo de "divino", como um grego politeísta diria. Ele não usa o adjetivo, theios, que descreveria natureza divina, ou um ser divino. Ao invés disto, ele usa theos, a mesma palavra que João usa consistentemente para o Pai, "o único Deus verdadeiro" (17:3). Ele usa o termo 3 vezes com Jesus no Evangelho, aqui, em 1:18 e em 20:28. Não pode-se duvidar que João jamais chamaria uma criatura de Deus. Sua educação e herança judaica proibiam isto.

 “O Verbo” em grego significa ‘logos’ e para a mente do grego, logos era a força mais poderosa do universo. Era poder criativo, fonte de sabedoria, conhecimento, inteligência, e João está dizendo que este logos é uma pessoa e Ele se tornou um homem, Deus que veio ao mundo através do menino Jesus.

Dr. Kenneth Wuest, por muito tempo professor de grego na Moody Bible Institute em Chicago, comentou sobre este verso:

“O Verbo era Deus. Aqui, a palavra "Deus" está sem o artigo no original. Quando é usado desta forma, ele se refere à essência divina. Ênfase está sob a qualidade ou caráter. Assim, João nos ensina que o nosso Senhor é em essência Deus. Ele possui a mesma essência que Deus o Pai, é um com Ele em natureza e atributos. Jesus de Nazaré, o carpinteiro, o mestre, é verdadeiramente Deus”.

(Kenneth Wuest, Word Studies in the Greek New Testament, vol. 3, 'Golden Nuggets,' página 52.)


Quando paramos para perceber a ordem das coisas dadas por Deus, descobrimos que Deus deu:

-uma pessoa,

-depois uma proclamação, e

-depois um povo.

Esta é a ordem histórica e teológica.

Deus deu primeiro uma pessoa, Jesus Cristo. Ele deu uma pessoa e não um credo como o objeto de fé e base da salvação. Deus o Pai do Senhor Jesus Cristo é sempre um Deus de presença pessoal e um Deus que espera uma resposta pessoal.

A proclamação é centralizada na pessoa. Ele é o conteúdo da mensagem pregada. A igreja primitiva proclamou “este Jesus” e declarou o que Deus tinha feito por meio dEle. ... . A proclamação por sua vez exigiu uma resposta.

A palavra proclamada é o que em seguida chama e junta um povo. O povo responde à proclamação da pessoa. “A igreja é derivada da palavra do evangelho e do Cristo, que é a Palavra. Deus deu uma palavra antes mesmo de estabelecer uma Igreja*.”

(*Everett Ferguson, "The Church of Christ: A Biblical Ecclesiology for Today", Grand Rapids: Wm. B. Eerdmans, 1996, xvii)

Antes de tudo Deus nos deu uma pessoa - Cristo Jesus. O que sempre deve estar em primeiro lugar, não é o povo (a Igreja), e nem a proclamação (a Bíblia), e sim uma pessoa - Cristo Jesus, o Filho de Deus, nosso Senhor e Mestre.

O que nós temos para compartilhar não é uma instituição ou organização ou certa estrutura. O mais importante, aquilo do qual, por falta na sua vida, o mundo está morrendo não é uma doutrina. Não é um livro. É uma pessoa.

Nossa missão é de ajudar outras pessoas a chegarem perto de Jesus. Mas, antes de ajudar outro a chegar perto do Mestre, eu tenho que estar lá. O que tem que ter prioridade, o que é, nas palavras do próprio Jesus necessário é estar perto da pessoa de Jesus Cristo. Sentado aos pés dEle ou deitado na manjedoura. O que é preciso é estar perto dEle. É lá onde eu quero estar. (Lucas 10:38-42)

“E aconteceu que, indo eles de caminho, entrou Jesus numa aldeia; e certa mulher, por nome Marta, o recebeu em sua casa; 
E tinha esta uma irmã chamada Maria, a qual, assentando-se também aos pés de Jesus, ouvia a sua palavra. 
Marta, porém, andava distraída em muitos serviços; e, aproximando-se, disse: Senhor, não se te dá de que minha irmã me deixe servir só? Dize-lhe que me ajude. 
E respondendo Jesus, disse-lhe: Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas, mas uma só é necessária
E Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada.  (Lucas 10:38-42)

2)    NO PRINCÍPIO: Por uma simples questão de vida.

“Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens”. (João 1.4)

Quantos sentindo falta de vida, enquanto em Cristo está a vida.

Quantos estão vivendo com absoluto medo da vida.

Qual seu maior medo? O que é que mais lhe assusta?

-Um dia uma linda menininha com pouco mais de cinco anos perguntou ao seu pai: "Pai, se eu morresse e fosse para o céu, você poderia morrer e também ir comigo?" Como pai ele desejou saber porque ela queria saber aquilo.

Ela respondeu, "Porque eu não queria ficar sozinha lá. Eu ia ter saudades de você e de Mamãe."

Como pai, Ele já tinha dito a ela no passado que no céu ela estaria com Jesus. Mas, com o passar do tempo descobriu que isso não a tranquilizava. Ela dizia "Mas eu não conheço Jesus!"

Nós não somos um pouco parecidos com ela? Será que nosso maior medo não é igual ao de uma criança? Medo da morte, do desconhecido. Medo de ficar longe de pessoas que amamos.

Jesus sabia do medo de seus discípulos. Quando Ele morreu, ele voltou da morte para lhes passar segurança. Jesus voltou para dizer "Não tenha medo - eu venci a morte."

Ele voltou também para dizer "Eu não vou deixar vocês sozinhos. Estarei sempre com vocês. E um dia nós todos vamos ficar com nosso Pai para sempre."

Um dia conversando com seu discípulo, Jesus afirmou:

“Mesmo vós sabeis para onde vou, e conheceis o caminho. 
Disse-lhe Tomé: Senhor, nós não sabemos para onde vais; e como podemos saber o caminho? Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim. (João 14:4-6). 
Logo após Jesus argumenta com Felipe: 
“-Respondeu-lhe Jesus: Há tanto tempo que estou convosco, e ainda não me conheces, Felipe? Quem me viu a mim, viu o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai?” (João 14:9).

3)    NO PRÍNCÍPIO: Por uma simples questão de filiação.

“Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome”. (João 1.12)

Há certos acontecimentos que nos fazem perceber claramente a Maravilhosa Graça de Deus.

Alguns anos atrás, numa igreja na Inglaterra, o pastor notou um ex-assaltante se ajoelhando para receber a ceia do Senhor ao lado de um juiz da Suprema Corte da Inglaterra. O juiz era o mesmo que, anos antes, havia condenado o assaltante a sete anos na prisão.

Após o culto, enquanto o juiz e o pastor caminhavam juntos, o juiz perguntou, “Você viu quem estava ajoelhado ao meu lado durante a ceia?”

“Sim”, respondeu o pastor, “mas eu não sabia que você havia notado”.

Os dois homens caminharam em silêncio por alguns momentos. Daí o juiz disse, “Que milagre da graça!”

O pastor concordou. “Sim, que milagre maravilhoso da graça”.

Daí o juiz perguntou, “Mas você se refere a quem?”

O pastor respondeu “É claro, à conversão do assaltante.”

O juiz falou “Mas eu não estava pensando nele. Estava pensando em mim mesmo.”

“Como assim?” indagou o pastor.

O juiz respondeu, “O assaltante sabia o quanto ele precisava de Cristo para salvá-lo dos seus pecados. Mas, olhe para mim. Eu fui ensinado desde a infância a ser um cavalheiro, a cumprir a minha palavra, fazer minha orações, ir à igreja. Eu passei por Oxford, recebi meu diploma, fui advogado e pela misericórdia de Deus tornei-me juiz. Pastor, nada, a não ser a graça de Deus, poderia ter me levado a admitir que eu era um pecador igual àquele assaltante. Quanta graça se fez necessária para me perdoar por meu orgulho, minha confiança em mim mesmo, para me levar a reconhecer que não sou melhor aos olhos de Deus do que aquele assaltante que eu mandei à prisão.”

E que maravilha a graça é. “O que muita gente se esquece é que boas pessoas só não entram no céu porque seu orgulho as impede de chegar ao Salvador*”. 

(*Steven J. Cole, Not the healthy but the sick WORLD (March 1, 1997).

Lembre-se: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus”. (Efésios 2.8).

Como o evangelho é simples. Você pode acessá-lo pela fé. Basta tão somente se deixar ser atingido por essa graça.

Se você receber a Jesus como seu salvador pessoal, ele mesmo providenciará para que você seja reconhecido como um filho de Deus.

“Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome”. (João 1.12)

Você já crê no nome de Jesus?

A NOTÍCIA MAIS PODEROSA DO MUNDO

A NOTÍCIA MAIS PODEROSA DO MUNDO.

Há momentos em que ... somos chamados a amar, sem esperar nada em troca. Às vezes, somos chamados para dar dinheiro às pessoas que nunca nos dirão obrigado, a perdoar aqueles que não vão nos perdoar, a chegar cedo e sair tarde quando ninguém percebe.

Serviço motivado pela responsabilidade. Este é o chamado do discipulado.

Maria Madalena e Maria sabiam qual tarefa deveria ser feita: o corpo de Jesus precisava ser preparado na sua sepultura. Pedro não se ofereceu para fazer isso. André também não foi voluntário. ... Então, as duas Marias decidem fazê-lo.

Maria Madalena e Maria pensavam que estavam sozinhas. Porém não estavam. Achavam que sua jornada era secreta. Mas estavam erradas. Deus sabia. Ele estava vendo as duas mulheres subindo a montanha. Estava medindo seus passos. Estava sorrindo diante do desejo de seus corações e feliz por sua devoção. Ele tinha uma surpresa esperando por elas.  (Max Lucado - "Ele Ainda Remove Pedras", Editora CPAD, 2003).

Texto Bíblico:

“1. E, no fim do sábado, quando já despontava o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro.
 2. E eis que houvera um grande terremoto, porque um anjo do Senhor, descendo do céu, chegou, removendo a pedra da porta, e sentou-se sobre ela.
 3. E o seu aspecto era como um relâmpago, e as suas vestes brancas como neve.
 4. E os guardas, com medo dele, ficaram muito assombrados, e como mortos.
 5. Mas o anjo, respondendo, disse às mulheres: Não tenhais medo; pois eu sei que buscais a Jesus, que foi crucificado.
 6. ELE NÃO ESTÁ AQUI, PORQUE JÁ RESSUSCITOU, COMO HAVIA DITO. Vinde, vede o lugar onde o Senhor jazia”.  (Mateus 28.1-6).

INTRODUÇÃO

As melhores notícias do mundo vieram de um túmulo vazio.

A túmulo vazio de Cristo é o berço da igreja.

Se a morte tivesse triunfado sobre Jesus, estaríamos desprovidos de esperança.

A ressurreição de Cristo é a pedra de esquina da nossa fé, o alicerce da nossa esperança, a garantia absoluta de que caminhamos para um glorioso amanhecer e não para um ocaso tenebroso.

A morte não tem mais a última palavra. Seu aguilhão foi arrancado e porque Cristo vive, podemos crer no amanhã. 

“54 E, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória. “ 55 Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória?  56 Ora, o aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei.  57 Mas graças a Deus que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo.” (1 Coríntios 15. 54-57).

Destacaremos três realidades benditas sobre a ressurreição de Cristo.

1. A RESSURREIÇÃO DE CRISTO É UM FATO CONSUMADO.

“Ele não está aqui, porque já ressuscitou” (Mt. 28.6)

Cristo ressuscitou e apareceu a Pedro, aos doze apóstolos, a mais de quinhentas pessoas de uma só vez, a Tiago e a Paulo. Várias testemunhas oculares presenciaram Jesus com um corpo de glória.

Sua ressurreição não foi uma surpresa, mas uma profecia.

“ELE NÃO ESTÁ AQUI, PORQUE JÁ RESSUSCITOU, COMO HAVIA DITO”.

Tanto o Antigo como o Novo Testamento anunciaram sua bendita realidade.

Daniel 12:1-2 ARA – “Nesse tempo, se levantará Miguel, o grande príncipe, o defensor dos filhos do teu povo, e haverá tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas, naquele tempo, será salvo o teu povo, todo aquele que for achado inscrito no livro. 2 Muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e horror eterno”.

Isaías 26.19- “Os vossos mortos e também o meu cadáver viverão e ressuscitarão; despertai e exultai, os que habitais no pó, porque o teu orvalho, ó Deus, será como o orvalho de vida, e a terra dará à luz os seus mortos”.

Jesus proclamou sua ressurreição com clareza antes de ser entregue nas mãos dos pecadores. A ressurreição de Cristo abalou o inferno, fez estremecer os inimigos e perturba ainda hoje os céticos.
Muitas foram as tentativas para negar esse fato.

-Há aqueles que negam que Jesus tenha de fato morrido.

-Outros dizem que os discípulos roubaram o seu corpo.

-Outros afirmam que as mulheres foram ao túmulo errado no primeiro dia da semana.

Mas, a ressurreição não é um embuste, mas uma verdade absoluta e incontestável. Se Cristo não ressuscitou, ele seria um lunático e não o Filho de Deus. Se Cristo não ressuscitou, um engano salvou o mundo. Se Cristo não ressuscitou, os mártires que verteram seu sangue morreram por uma causa tola. Se Cristo não ressuscitou, então, nós somos os mais infelizes de todos os homens.

O Senhor Jesus sempre procurou mostrar através de seu ministério, o seu poder sobre a vida e a morte. As pessoas que Jesus Cristo ressuscitou, eram na verdade o prenúncio de sua própria ressurreição e uma demonstração clara do amor de Deus pela humanidade. 

Quando Jesus foi a uma cidade chamada Naim, com ele também foram os seus discípulos e uma grande multidão. Ao se aproximar da porta da cidade, estava saindo o enterro do filho único de uma viúva; e uma grande multidão da cidade estava com ela.

Ao vê-la, o Senhor se compadeceu dela e disse: “Não chore”. Depois, aproximou-se e tocou no caixão, e os que o carregavam pararam. Jesus disse: “Jovem, eu lhe digo, levante-se!”

O Jovem (o morto) sentou-se e começou a conversar, e Jesus o entregou à sua mãe. Todos ficaram cheios de temor e louvavam a Deus. “Um grande profeta se levantou entre nós”, diziam eles. “Deus interveio em favor do seu povo.” Essas notícias sobre Jesus espalharam-se por toda a Judéia e regiões circunvizinhas. (Lucas 7:11-17).

Os pranteadores não o fizeram parar. Nem a grande multidão, ou sequer o corpo do homem morto numa padiola. Foi a mulher — o olhar no rosto dela e a vermelhidão dos olhos. Ele soube imediatamente o que estava acontecendo. O filho dela é que estava sendo levado, seu único filho. E se há alguém que conhece a dor que vem da perda de um filho único, esse alguém é Deus.

Ele então agiu. "Não chores" disse à mãe. "Levanta-te" ordenou ao jovem. O morto falou, o diabo fugiu, e o povo foi lembrado desta verdade: “Para os que conhecem o Autor da Vida, a morte não é mais que uma ilusão de Satanás”.  (Max Lucado, do livro "Deus Chegou Mais Perto).

2. A RESSURREIÇÃO DE CRISTO É UMA VERDADE QUE TRANSFORMA.

“Vinde, vede o lugar onde o Senhor jazia”.  (Mateus 28.1-6).

Aquele túmulo vazio, tem hoje o poder de preencher o vazio existente na vida de milhares de pessoas. A ressurreição de Cristo produziu um profundo impacto na vida dos discípulos. Eles estavam trancados de medo por causa da fúria dos judeus, mas quando a porta o túmulo foi aberta, eles foram LIBERTOS do seu medo. Então, eles se dispuseram a ser presos, açoitados e mortos por causa dessa convicção. O poder da ressurreição inundou o coração deles de santa convicção e eles saíram a pregar, no poder do Espírito, a mensagem do Cristo ressurreto.

Essa mensagem como rastilho de pólvora espalhou-se por todo o mundo. Corações endurecidos foram quebrados. Barreiras de incredulidade foram derrubadas. O império das trevas foi saqueado e uma multidão de pessoas foram salvas e, transportadas para o Reino da luz. Ainda hoje, a mensagem da ressurreição transforma vidas, restaura famílias e nos dá razão para cantar mesmo em face da morte.

Bem que tentaram colocar uma “pedra” sobre esse assunto, contudo não conseguiram.

“E eis que houvera um grande terremoto, porque um anjo do Senhor, descendo do céu, chegou, removendo a pedra da porta, e sentou-se sobre ela”. (Mt 28.2)

Por que o anjo removeu a pedra (Mt 28:2-4)? Para quem ele tirou aquela pedra do lugar?

Para Jesus? Foi isso que eu sempre pensei. Sempre achei que o anjo tinha removido a pedra para que Jesus pudesse sair. Mas pense um pouquinho sobre isso. Será que a pedra realmente precisava ser removida para que Jesus saísse? Deus precisava de alguma ajuda naquele momento? Seria o Conquistador da morte tão fraco que não fosse capaz de empurrar uma pedra? ("Ei, alguém aí fora poderia empurrar a pedra para eu sair?")

Acho que não. O texto nos dá a impressão de que Jesus já estava fora do túmulo quando a pedra foi removida! Em nenhum lugar dos evangelhos lemos que o anjo removeu a pedra para Jesus. Para quem, então, a pedra foi removida?

Ouça o que o anjo diz: "Vinde e vede o lugar onde o Senhor jazia" (v. 6).

A pedra foi removida, não para Jesus, mas para as duas mulheres; não para que Jesus pudesse sair, mas para que as mulheres pudessem olhar para dentro!

Maria Madalena olha para Maria, e esta tinha no rosto o mesmo sorriso que esboçou quando o pão e o peixe estavam saindo do cesto. A antiga paixão estava de volta. De repente, não havia nenhum problema em sonhar de novo.

"Ide, pois, imediatamente, e dizei aos seus discípulos que já ressuscitou dos mortos. E eis que ele vai adiante de vós para a Galiléia; ali o vereis" (Mt. 28. v. 7).

“Maria Madalena e Maria não precisaram ouvir aquilo outra vez. Elas se viraram e começaram a correr para Jerusalém. A escuridão se fora. O sol estava brilhando”.   (Max Lucado - "Ele Ainda Remove Pedras", Editora CPAD, 2003).

O vale da sombra e da morte estava perdendo o seu poder. A escuridão se foi e o sol voltava a brilhar na vida dos que se dispuseram a crer em Cristo.

Conheço uma história interessante sobre a vida de Donald Grey Barnhouse. Era um dia de funeral, e ele estava dirigindo com seus filhos até o velório da mãe deles. Num cruzamento da estrada um enorme caminhão passou pela frente deles, temporariamente projetando uma grande sombra sobre o carro em que estavam. Donald perguntou aos filhos, "Vocês preferiam que a sombra do caminhão ou o próprio caminhão passasse por cima de vocês?"

 "É claro que a sombra," eles responderam.

 "É isso que aconteceu conosco," falou Donald Barnhouse. "O falecimento de mamãe é apenas a sombra da morte. O pecador perdido é atropelado pelo próprio caminhão."

3. A RESSURREIÇÃO DE CRISTO É A NOSSA ESPERANÇA GLORIOSA.

“1. E, no fim do sábado, quando já despontava o primeiro dia da semana...”

Dou graças a Deus quando chega o domingo. De forma muito especial o domingo da ressurreição. A ressurreição de Cristo é a garantia da nossa ressurreição. Ele levantou-se dos mortos como primícias de todos aqueles que um dia ouvirão de seus túmulos a voz de Deus e sairão.

Paulo afirma que se Cristo não ressuscitou é vã a nossa pregação e vã a nossa fé. Se Cristo não ressuscitou ainda permanecemos nos nossos pecados e os que dormiram em Cristo pereceram.

Se Cristo não ressuscitou somos falsas testemunhas de Deus e nossa esperança está fadada ao fracasso total. Mas, de fato Cristo ressuscitou como o primeiro da fila. A ele seguiremos.

No último dia, quando a trombeta de Deus ressoar e quando se ouvir a voz do arcanjo, o Senhor Jesus descerá dos céus e os mortos sairão de seus túmulos. Teremos, então, um corpo incorruptível, poderoso, glorioso, espiritual e celestial, semelhante ao corpo da sua glória.

Essa esperança não é algo vago, mas uma convicção gloriosa. Nosso corpo surrado pela doença, debilitado pelo peso dos anos, timbrado por fraquezas e deficiências se revestirá de uma beleza indescritível, de uma perfeição indizível e de uma glória inefável.

Um fator interessante sobre a ressurreição de Jesus Cristo, e que após sua ressurreição, os discípulos puderam identificar a Cristo através de suas marcas na Cruz. Porque as marcas permaneceram?

Se Deus ressuscitou Jesus da morte, por que Ele não restaurou seu corpo? Por que se manteve as feridas? Por que a marca dos pregos que dava para sentir com as mãos? Será que a palavra do Evangelho está dizendo a nós na nossa espera: "Você não verá a Jesus até enxergar suas feridas"? De alguma forma ou outra, precisamos entender que o Cristo ressuscitado é sempre o Cristo ferido.

Livre da morte, mas, marcado para eternidade. Os surdos tem um sinal para Jesus. O dedo do meio
de cada mão é colocado no centro da palma da outra mão. Jesus, eles sinalizam, é aquele com as mãos feridas. E quando eles tocam aquele lugar, eles lembram. Eles escutam o nome dEle na sua própria pele.  (Por John Vannorsdall). (Copyright© Illustration Research Services 1931 W. Wilson Street, Suite 233 - Batavia, IL.60510).

CONCLUSÃO

Se um domingo de Páscoa pode dizer alguma coisa para cada um de nós, é que Jesus estará sempre conosco.

“...e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém.” (Mateus 28:20).

As pirâmides do Egito são famosas porque abrigaram os corpos mumificados dos antigos faraós do Egito.

A Catedral de Westminster em Londres é reverenciada porque lá jazem os corpos da nobreza e de Britânicos famosos.

O mausoléu de Maomé é notável pelo caixão de pedra e os ossos que contém.

O cemitério de Arlington em Washington nos EUA é venerado como o lugar de descanso de muitos Americanos famosos.

Mas, o sepulcro de Jesus é famoso, justamente porque está vazio:

“ELE NÃO ESTÁ AQUI, PORQUE JÁ RESSUSCITOU, COMO HAVIA DITO. Vinde, vede o lugar onde o Senhor jazia”.  (Mateus 28.6).

PECADOS INTOCÁVEIS

OS INTOCÁVEIS.

Chamo de intocáveis os nossos pecados que consideramos mais aceitáveis.

Empresto este tema do livro: “pecados intocáveis” de Jerry Bridges. São os pecados que aceitamos, acolhemos e não gostamos que ninguém se meta com eles.

Há certos assuntos que não gostamos de tratar e certos tabus que nos recusamos a quebrar.

Hoje gostaria de tratar com vocês sobre um dos aspectos do mundanismo que mais me tem chamado a atenção. A IDOLATRIA.

Não discutirei aqui a adoração específica a ídolos de madeira, metal ou pedras. Quero tentar ser mais profundo na questão e pensar um pouco sobre os “ídolos do coração”.

Nesse sentido mais amplo, ídolo é qualquer coisa que valorizamos tanto que acaba drenando nossa energia emocional e mental, ou nossos recursos e tempo. Pode também ser qualquer coisa que fique acima do nosso relacionamento com Deus ou mesmo com a família.

-Trabalho ou profissão podem tonar-se um ídolo. A pessoa fica tão obcecada por progredir, ou chegar no topo, que tanto Deus quanto á família acabam em segundo plano.

Para compreender mais sobre o assunto, basta observar a competição ferrenha no mundo coorporativo. Colegas de trabalho transformam sua ascensão profissional no objetivo maior de sua existência.

Apenas para ilustrar, cito um vendedor de carros que tudo fazia para vender carros. Mentia, omitia, exagerava, ludibriava e tudo o que pudesse se valer, como uma estratégia para sempre vender mais carros. Vender carros e cada vez mais carros era sua obsessão. Depois que se converteu a Jesus, ele percebeu sua “idolatria” e passou então a não mais procurar vender carros e sim, a ajudar os seus clientes a comprarem um carro, dentro de suas necessidades familiares e condições financeiras. Tornou-se tão aplicado em sua consultoria, que com muito menos esforço, acabou por ser tornar um dos homens mais procurados do mercado. Sem que isso voltasse a lhe pressionar para bater cotas ou coisas do gênero. Ele disse a si mesmo um dia: Não vendo mais carros, ajudo as pessoas a comprar um.

Uma significativa mudança no foco, uma nova forma de encarar sua profissão e o problema com a idolatria estava solucionado. Ele não mudou de profissão, só se posicionou melhor diante do seu objetivo.

Um outro caso é de um dono de restaurante, que preocupado apenas em obter lucros exagerados, pressionava sua equipe de cozinha e garçons para que vendessem sempre mais pratos de refeições por dia/hora. Durante o expediente da empresa tudo que se avaliava eram os números. Números, números, números. Nada de qualidade era discutido, reclamações não eram analisadas. O que norteava o proprietário daquele restaurante e sua equipe era o seu objetivo diário de vender o maior número de refeições possível. Um dia um membro de sua equipe se disse insatisfeito e mostrou que algo no foco da empresa estava errado. Era preciso mudar o foco pois o mesmo se mostrava equivocado. Quando deram ouvidos aquele membro da equipe, eles decidiram que a motivação daquele restaurante seria ajudar as pessoas a comerem bem e melhor. Procurariam fazer dos seus garçons consultores em gastronomia, da equipe de cozinha mestres da culinária, para que ajudassem seus clientes a comer bem e a desfrutar do que o restaurante poderia ter de melhor: sua qualidade. Assim, com a mudança do seu enfoque, o restaurante passou a atender cada vez mais pessoas e a se tornar relevante para muito mais gente. Sua meta não era tão somente vender mais pratos de refeições por dia, e sim ajudar pessoas a comer bem.

Nos dois casos citados aqui, parece-me que foco estava em “si mesmo” e não no outro ou “próximo”.

A idolatria surge exatamente por isso. Quando retiramos o foco de Deus e o colocamos em outra coisa, estamos certamente em pecado de Idolatria.

Essa estratégia do Diabo é antiga. Mudar foco de sua atenção, alterar o foco de sua adoração.

“E disse-lhe o diabo: Dar-te-ei a ti todo este poder e a sua glória; porque a mim me foi entregue, e dou-o a quem quero. Portanto, se tu me adorares, tudo será teu. E Jesus, respondendo, disse-lhe: Vai-te para trás de mim, Satanás; porque está escrito: Adorarás o Senhor teu Deus, e só a ele servirás”. (Lucas 4:6-8).

Outra área muito comum onde vislumbramos a idolatria moderna é a paixão consumidora por esportes. Vejam o que acontece no Brasil. O futebol é uma paixão tão forte, que nossos craques são tratados e reconhecidos como “ídolos” do futebol. Quando o “nosso” time preferido, ganha uma partida, logo percebemos que a vitória só acende o nosso orgulho.

Qual é a questão aqui? É apenas um jogo!

Não deveria ser mais do que isso. Mas para muitos é sim!

Atualmente o futebol tornou-se em uma religião, onde os fiéis são manipulados e induzidos a aceitar o financiamento de estádios milionários, e também a negociação e o pagamento de salários estratosféricos para uma minoria de privilegiados.

E na música? Nesse campo a idolatria parece ser ainda maior.

Imagine você transformar um cantor num “ídolo”, e uma arena de shows num Templo. Isso sim é religiosidade. Não pense que alguém que VAI AO TEMPLO do Rock, atrás do seu maior Ídolo da música, o faz sem que seu coração, se tenha rendido a outros deuses que não o SENHOR.

Primeiro, considere o ÍDOLO que o motivou a estar lá.  Sua franca e transparente idolatria, já o tornam um religioso. A religiosidade nesse caso, é nada mais do que o processo de conexão entre o Idólatra e seu ídolo. Não sei como alguns não conseguem enxergar isso. Ou melhor, creio que sei: “Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos” (2 Coríntios 4.4).

Você já ouviu a expressão: “olhos têm, mas não vêem”? É assim que vejo um idólatra. O deus deste século cegou o entendimento.

Essa expressão é uma menção direta sobre a idolatria encontrada no Velho Testamento no livro dos Salmos:

“Os ídolos deles são prata e ouro, obra das mãos dos homens.

 Têm boca, mas não falam; olhos têm, mas não vêem.

 Têm ouvidos, mas não ouvem; narizes têm, mas não cheiram.

 Têm mãos, mas não apalpam; pés têm, mas não andam; nem som algum sai da sua garganta.

 A eles se tornem semelhantes os que os fazem, assim como todos os que neles confiam. (Salmos 115:4-8)

Destaco aqui a parte final do versículo 8: “A eles se tornem semelhantes os que neles confiam”. Tal expressão é de assustar!

Imagine o significado deste texto:  se você decidiu abraçar uma vida de idolatria, fique informado pela Bíblia, que você se tornará semelhante ao seu ÍDOLO.

Vamos tentar usar um exemplo simples para nossa compreensão.

Para ilustrar: Escolha um idólatra que você conhece. Pense em sua família, esposa, filhos ou mesmo amigos, tentando libertá-lo deste cativeiro Idólatra, qualquer que seja ele. Dinheiro, esportes, músicas, ou qualquer outro tipo de idolatria. Quando os seus perceberem que seu esforço para libertá-lo é inútil, eles perceberão exatamente o que ELE se tornou:

- O fulano! Ah, o Fulano tá cego pelo dinheiro, (olhos tem mas, não vê).

- O fulano! Ah o fulano não me ouve. (Têm ouvidos, mas não ouve).

Qual o diagnóstico de uma pessoa assim: Idólatra.

Lembram-se do Salmo 115.8: “A eles se tornem semelhantes os que neles confiam”

COMO MUDAR ISSO? Vamos abrir a Bíblia em Isaías 6. 1-10.

1-No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi também ao Senhor assentado sobre um alto e sublime trono; e a cauda do seu manto enchia o templo.
2- Serafins estavam por cima dele; cada um tinha seis asas; com duas cobriam os seus rostos, e com duas cobriam os seus pés, e com duas voavam.
3- E clamavam uns aos outros, dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória.
4- E os umbrais das portas se moveram à voz do que clamava, e a casa se encheu de fumaça.
5- Então disse eu: Ai de mim! Pois estou perdido; porque sou um homem de lábios impuros, e habito no meio de um povo de impuros lábios; os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos.
6- Porém um dos serafins voou para mim, trazendo na sua mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz;
7- E com a brasa tocou a minha boca, e disse: Eis que isto tocou os teus lábios; e a tua iniquidade foi tirada, e expiado o teu pecado.
8- Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim.
9- Então disse ele: Vai, e dize a este povo: Ouvis, de fato, e não entendeis, e vedes, em verdade, mas não percebeis.
 10- Engorda o coração deste povo, e faze-lhe pesados os ouvidos, e fecha-lhe os olhos; para que ele não veja com os seus olhos, e não ouça com os seus ouvidos, nem entenda com o seu coração, nem se converta e seja sarado.  (Isaías 6:1-10)

O contexto deste texto é fantástico e cheio de pontos fascinantes, Contudo, gostaria de me ater ao desafio que o Senhor Deus colocou nas mãos do seu profeta Isaías, logo após sua pronta resposta ao seu chamado: “eis-me aqui, envia-me a mim”.

- Então disse ele: Vai, e dize a este povo: Ouvis, de fato, e não entendeis, e vedes, em verdade, mas não percebeis. (Isaías 6.9).

De que mal padecia esse povo a ponto de ouvir e não entender e ver e não perceber?

Vamos tentar descobrir.

Em essência o que sabemos é que o pecado de Israel era a adoração a ídolos. Os israelitas tornaram-se semelhantes àquilo que veneravam, e essa semelhança os arruinou.

Numa análise feita pelo PhD da Universidade de Cambridge, o Dr G. K. Beale, em seu livro: Você se torna aquilo que adora: Uma teologia Bíblica da Idolatria. O referido autor procura remontar uma perspectiva histórica e exegética deste texto sobre como o pecado de Israel é seguramente a idolatria e que este é o maior desafio a ser enfrentado pelo profeta Isaías.

Imagine Deus dando esta ordem a você: - Fale com esse povo! Eles vão te ouvir e não vão te entender. Eles verão, sem contudo perceber. Provavelmente desistiríamos de levar avante tal missão.

E o pior ainda estava por vir. No verso seguinte o Senhor ainda disse: “Engorda o coração deste povo, e faze-lhe pesados os ouvidos, e fecha-lhe os olhos; para que ele não veja com os seus olhos, e não ouça com os seus ouvidos, nem entenda com o seu coração, nem se converta e seja sarado”.  (Isaías 6.10).

Esta parte é ainda a mais difícil de se interpretar. Parece mais um medicamento teológico forte, ou mesmo como alguns disseram: um veneno divino.

Do que se trata esse versículo?

Quase nunca chamamos de pecado, os nossos pecados mais aceitáveis. Como dissemos: Eles são INTOCÁVEIS.

Quando nos tentam alertar sobre os mesmos, costumeiramente, fechamos nossos ouvidos ou mesmo os nossos olhos. É nossa recusa por aceitar a confrontação com esses pecados.

O povo de Israel, especificamente neste texto, tornou-se tão impenitente em relação ao culto aos ídolos que Deus permitiu que se tornassem, insensíveis espiritualmente, inanimados e sem nenhuma vida espiritual.

É exatamente assim, que se comportam o ídolo e o seu idólatra.

O ídolo: “Têm boca, mas não fala; olho tem, mas não vê”. Tem ouvidos, mas não ouve;” e o idólatra como afirma a palavra de Deus, ao seu ídolo se faz semelhante (Salmo 115.8).

Podemos até não gostar da realidade deste texto, mas o mesmo é um claro veredicto de culpa contra o povo de Israel, por causa de sua idolatria.

Por que tanta severidade?

Uma coisa não devemos perder de vista aqui. Deus declarou o seu servo Isaías purificado: “Porém um dos serafins voou para mim, trazendo na sua mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz; e com a brasa tocou a minha boca, e disse: Eis que isto tocou os teus lábios; e a tua iniquidade foi tirada, e expiado o teu pecado”. (Isaías 6. 6-7).

Um Deus Santo pode purificar pecados e nos santificar.

Contudo a Santidade deste Deus é a mesma que nos faz enxergar o quanto somos culpados. “...Sou um homem de lábios impuros, e habito no meio de um povo de impuros lábios”.

Sendo Deus Santo e também Justo, Ele não deixaria de evidenciar a culpa de Israel e os seus pecados.

Deus através de uma linguagem comum e profundamente conhecida do seu povo, evidencia o pecado de Idolatria presente no meio do mesmo. Percebemos no Velho Testamento que era bem comum se usar essa linguagem da disfunção dos órgãos sensoriais para referir-se a idolatria. Essa linguagem está diretamente relacionada a adoração aos ídolos.

Vejamos o que nos diz o próprio Isaías: “Tornarão atrás e confundir-se-ão de vergonha os que confiam em imagens de escultura, e dizem às imagens de fundição: Vós sois nossos deuses. Surdos, ouvi, e vós, cegos, olhai, para que possais ver”. (Isaías 42:17-18). É a linguagem da disfunção dos órgãos sensoriais em clara referência a idolatria.

Deus manda dizer aos idólatras: “Vós sois as minhas testemunhas, diz o Senhor, e meu servo, a quem escolhi; para que o saibais, e me creiais, e entendais que eu sou o mesmo, e que antes de mim deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá. Eu, eu sou o Senhor, e fora de mim não há Salvador”. (Isaías 43:10-11).

Não nos resta dúvida. Deus está desafiando o profeta Isaías a ser o seu mensageiro em meio a um povo extremamente Idólatra. Aos que permanecerem na Idolatria, seu veredicto já está dado.

Quando lemos Isaías 44. 1-20, não encontramos qualquer dúvida de que o conteúdo da mensagem de Isaías será todo contra a Idolatria.

“...Então do resto faz um deus, uma imagem de escultura; ajoelha-se diante dela, e se inclina, e roga-lhe, e diz: Livra-me, porquanto tu és o meu deus. Nada sabem, nem entendem; porque tapou os olhos para que não vejam, e os seus corações para que não entendam”. (Isaías 44:17-18).

O que aprendemos desta mensagem?

-Se levantarmos um altar a idolatria, seremos semelhantes ao ídolo.

Será simples identificar um idólatra e seu ídolo. Ficará sempre evidente numa roupa. Numa peça de assessório. Numa repetição de palavras e versos. Na imitação e semelhança do corte de cabelo e por aí vai. Mudará o seu exterior e também mudará a sua alma.

Deus não tolera nossa Idolatria, exatamente porque Ele o nosso Deus não é um ídolo, e sim o único e verdadeiro Deus a quem devemos adorar. No salmo 94. 7-11 lemos:

Contudo dizem: “O Senhor não o verá; nem para isso atenderá o Deus de Jacó... Aquele que fez o ouvido não ouvirá? E o que formou o olho, não verá? O Senhor conhece os pensamentos do homem, que são vaidade”.

Diferentemente dos ídolos, o nosso Deus vê, entende e ouve. Essa é exatamente a “imagem” de Deus que perdemos quando abraçamos o caminho da Idolatria. Perdemos nossa capacidade de ver, ouvir e entender o evangelho.

Que implicações a Idolatria tem diretamente sobre nossa vida espiritual?

Absolutamente será vedado ao idólatra o acesso as verdades de Deus.

No Novo Testamento o Senhor Jesus é categórico quando mostra que o idólatra não compreenderá a verdadeira mensagem do Evangelho.

“E, acercando-se dele os discípulos, disseram-lhe: Por que lhes falas por parábolas?

 Ele, respondendo, disse-lhes: Porque a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não lhes é dado;

Porque àquele que tem, se dará, e terá em abundância; mas àquele que não tem, até aquilo que tem lhe será tirado.

Por isso lhes falo por parábolas; porque eles, vendo, não vêem; e, ouvindo, não ouvem nem compreendem.

E neles se cumpre a profecia de Isaías, que diz: Ouvindo, ouvireis, mas não compreendereis, e, vendo, vereis, mas não percebereis.

Porque o coração deste povo está endurecido, E ouviram de mau grado com seus ouvidos, E fecharam seus olhos; Para que não vejam com os olhos, E ouçam com os ouvidos, e compreendam com o coração, e se convertam, e eu os cure. (Mateus 13:10-15).

A mesma afirmativa de Isaías nos fez Jesus Cristo no Novo Testamento: “Por isso lhes falo por parábolas; porque eles, vendo, não vêem; e, ouvindo, não ouvem nem compreendem”.

O que Jesus está dizendo: São Idólatras e se tornaram a perfeita imagem de seus ídolos. Por isso tem endurecido o seu coração.

Já percebeu que grande parte dos milagres de Jesus se deu com cegos e surdos. Jesus sempre desejou nos abrir os olhos e os ouvidos.

Que o Senhor abra o seus ouvidos para que você ouça: “...quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz...”.  (Ap. 3.22)

Minha Oração é que o Senhor: “...Unja os teus olhos com colírio, para que vejas”. (Apocalipse 3:18)

Essa foi a profecia de Isaías sobre aqueles que decidissem abandonar a sua idolatria:

“1-Eis que reinará um rei com justiça, e dominarão os príncipes segundo o juízo.

 2-E será aquele homem como um esconderijo contra o vento, e um refúgio contra a tempestade, como ribeiros de águas em lugares secos, e como a sombra de uma grande rocha em terra sedenta.

3-E os olhos dos que vêem não olharão para trás; e os ouvidos dos que ouvem estarão atentos.

 4-E o coração dos imprudentes entenderá o conhecimento; e a língua dos gagos estará pronta para falar distintamente”. (Isaías 32:1-4).

Deus tem, através de Jesus Cristo, chamado o seu povo ao arrependimento hoje:

6-Eu, o Senhor, te chamei em justiça, e te tomarei pela mão, e te guardarei, e te darei por aliança do povo, e para luz dos gentios.

7-Para abrir os olhos dos cegos, para tirar da prisão os presos, e do cárcere os que jazem em trevas.

 8-Eu sou o Senhor; este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não darei, nem o meu louvor às imagens de escultura. (Isaías 42:6-8).

Qual será sua resposta? Ele te chama para ser Luz aos Gentios. Para abrir os olhos aos cegos (Libertá-los da sua idolatria).

Pense que o convite feito ao profetas Isaías também é feito a você.

“Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? (Isaías 6.8)

“Mas, bem-aventurados os vossos olhos, porque vêem, e os vossos ouvidos, porque ouvem. Porque em verdade vos digo que muitos profetas e justos desejaram ver o que vós vedes, e não o viram; e ouvir o que vós ouvis, e não o ouviram. (Mateus 13:16-17).

Esta foi uma verdade bem real na vida do profeta Isaías.

I-    SEUS OLHOS ESTAVAM ABERTOS PARA VER:

Mesmo em meio a uma geração corrupta e perversa: “eu vi também ao Senhor assentado sobre um alto e sublime trono”. (Isaías 6.1). “...os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos”. (Isaías 6:5)

-Franca oposição aos idólatras e a sua idolatria: “...olhos têm, mas não vêem”.

II-    SEUS OUVIDOS PRONTOS PARA OUVIR:

“Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? (Isaías 6.8)

-Franca oposição aos idólatras e a sua idolatria: “Têm ouvidos, mas não ouvem”.

III-    SEUS LÁBIOS APTOS PARA PROCLAMAR:

“Sou um homem de lábios impuros, e habito no meio de um povo de impuros lábios” (Isaías 6:5). “E com a brasa tocou a minha boca, e disse: Eis que isto tocou os teus lábios; e a tua iniquidade foi tirada, e expiado o teu pecado”. (Isaías 6:7)

Então disse eu: “Eis-me aqui, envia-me a mim”. (Isaías 6:8) Então disse ele: Vai, e dize a este povo: Ouvis, de fato, e não entendeis, e vedes, em verdade, mas não percebeis. (Isaías 6:9).

Franca oposição aos idólatras e a sua idolatria: “Têm boca, mas não falam”.  “Nem som algum sai da sua garganta”.

Só a vida de um verdadeiro adorador, pode identificar-se de forma tão grande com o seu Deus. É no meio da adoração que o verdadeiro adorador se identifica com o seu Deus:

“Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória”. (Is. 6.3)

Em meio a essa adoração e também no meio de tamanha idolatria, Deus levantou um profeta da grandeza de Isaías para anunciar com a sua própria vida tão grande mensagem:

“Eu, eu sou o Senhor, E FORA DE MIM não há Salvador”. (Isaías 43:11).

Se você decidir afastar DEUS da sua vida, somente restará idolatria.

ELE ESTÁ VIVO

ELE ESTÁ VIVO!

Nos evangelhos encontramos os principais relatos sobre a morte e a ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo. Se faz necessário hoje, que voltemos nossos olhos aos evangelhos para encontrar as provas infalíveis da ressurreição de Jesus.

EVANGELHO DE LUCAS.

“36-E falando eles destas coisas, o mesmo Jesus se apresentou no meio deles, e disse-lhes: Paz seja convosco.
 37-E eles, espantados e atemorizados, pensavam que viam algum espírito.
 38-E ele lhes disse: Por que estais perturbados, e por que sobem tais pensamentos aos vossos corações?
39- Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; apalpai-me e vede, pois um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho.
40-E, dizendo isto, mostrou-lhes as mãos e os pés.
41- E, não o crendo eles ainda por causa da alegria, e estando maravilhados, disse-lhes: Tendes aqui alguma coisa que comer?
 42-Então eles apresentaram-lhe parte de um peixe assado, e um favo de mel;
43- O que ele tomou, e comeu diante deles.
44- E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: Que convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés, e nos profetas e nos Salmos.
45 Então abriu-lhes o entendimento para compreenderem as Escrituras.
46- E disse-lhes: Assim está escrito, e assim convinha que o Cristo padecesse, e ao terceiro dia ressuscitasse dentre os mortos,
47- E em seu nome se pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações, começando por Jerusalém.
48- E destas coisas sois vós testemunhas. (Lucas 24:36-48)

EVANGELHO DE JOÃO

“ 19-Chegada, pois, a tarde daquele dia, o primeiro da semana, e cerradas as portas onde os discípulos, com medo dos judeus, se tinham ajuntado, chegou Jesus, e pôs-se no meio, e disse-lhes: Paz seja convosco.
 20-E, dizendo isto, mostrou-lhes as suas mãos e o lado. De sorte que os discípulos se alegraram, vendo o Senhor.
21-Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco; assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós.
22- E, havendo dito isto, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo.
23-«queles a quem perdoardes os pecados lhes são perdoados; e àqueles a quem os retiverdes lhes são retidos. (João 20:19-23).

EVANGELHO DE MARCOS.

“Finalmente apareceu aos onze, estando eles assentados juntamente, e lançou-lhes em rosto a sua incredulidade e dureza de coração, por não haverem crido nos que o tinham visto já ressuscitado”. (Marcos 16:14)

Vamos analisar os relatos acima:

O MESMO JESUS SE APRESENTOU NO MEIO DELES. (Lc 24.36)

“36-E falando eles destas coisas, o mesmo Jesus se apresentou no meio deles, e disse-lhes: Paz seja convosco”.

O relato faz questão de frisar que não foi outro Jesus, mas “o mesmo” que os discípulos conheciam há três anos e “o mesmo” que morreu na Cruz.



ESTANDO OS DISCÍPULOS REUNIDOS COM AS PORTAS CERRADAS. (João 20.19)

“ 19-Chegada, pois, a tarde daquele dia, o primeiro da semana, e cerradas as portas onde os discípulos, com medo dos judeus, se tinham ajuntado, chegou Jesus, e pôs-se no meio, e disse-lhes: Paz seja convosco”.

O corpo ressuscitado de Jesus tem uma nova e desconhecida estrutura molecular, porque preserva a carne e os ossos, mas consegue aparecer e desaparecer quando bem entende. Aqui, o Senhor entrou no recinto, com as portas e janelas trancadas.

PENSAVAM QUE VIAM ALGUM ESPÍRITO. (Lc 24.37)

“37-E eles, espantados e atemorizados, pensavam que viam algum espírito”.

Pensamento que persiste até hoje em muitas religiões, que acreditam que Jesus ressuscitou apenas “em espírito”. Seria isso possível?



POR QUE SURGEM DÚVIDAS EM VOSSOS CORAÇÕES? (Lc 24. 38-39)

“38-E ele lhes disse: Por que estais perturbados, e por que sobem tais pensamentos aos vossos corações?39- Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; apalpai-me e vede, pois um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho”.

O próprio Jesus desfaz tal pensamento duvidoso. Se Ele afirmasse que não é um espírito, quando o fosse, então estaria mentindo. E ele seria como o pai da mentira. Mas sabemos que Ele nunca mentiu. A profecia de Isaías diz: “E puseram a sua sepultura com os ímpios, e com o rico na sua morte; ainda que nunca cometeu injustiça, nem houve engano na sua boca” (Is 53:9). E Ele mesmo diz: “O que usa de engano não ficará dentro da minha casa; o que fala mentiras não estará firme perante meus olhos” (Salmo 101:7). Também as testemunhas que conviveram com Ele por três anos garantem: “Ele nunca cometeu pecado, nem se achou engano na Sua boca” (I Pe 2:22).



AS PROVAS INFALÍVEIS DE SUA RESSURREIÇÃO.

O próprio Jesus se esforçou para provar aos discípulos que era Ele mesmo: “o mesmo” que tinha morrido na Cruz, e que havia ressuscitado. E, para provar que não era um espírito, Jesus, como Advogado dos advogados, se apresentou vivo diante dos discípulos.

“Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo. (*1 João 2:1).

A palavra prova tem origem no latim “probatio” significando exame, confronto, verificação etc., possuindo inúmeras acepções. No processo civil existem preceitos importantes a serem seguidos para se admitir uma prova de direito. A sua importância está relacionada com as questões relativas ao resultado do litígio, que determina os meios regulares e admissíveis que se empregam para conhecer a verdade de um fato. A prova é uma das partes do processo mais importante no auxílio da formação de uma verdadeira convicção do julgador.

Jesus Cristo, o justo, como nosso advogado apresentou cinco provas sobre sua ressurreição:

1- PROVA PERICIAL: Olhai as minhas mão e meus pés. (Lc 24.40); (Jo 20.20)

Jesus exibe as marcas recentes dos cravos que atravessaram as Suas mãos e os Seus pés. É o Laudo Necroscópico escrito na carne e, pela primeira vez na História da Humanidade, o próprio “cadáver” expõe e registra as conclusões da perícia.

2- PROVA TESTEMUNHAL: Sou eu mesmo.  (Lc 24.39)

Jesus nunca mentiu e jamais mentirá. Ele afirma que aquele corpo é o Dele mesmo. Não é um outro corpo emprestado, parecido ou semelhante. Não é uma teofania. Jesus não simula a Sua Ressurreição em carne, porque Ele mesmo disse: “EU SOU a Ressurreição e a Vida” (Jo 11.25).

3- PROVA MATERIAL: Apalpai-me e vede; porque um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho. (Lc 24.39).

Jesus contesta que “ressuscitou em espírito” e apresenta o Seu próprio Corpo como prova inegável de que ressuscitou em carne e ossos. Mostrou-lhes as mãos, os pés e o lado. Exibe, inclusive, o ferimento que Lhe fizeram com a lança, depois de morto.

4- PROVA TÉCNICA: Tendes aqui alguma coisa que comer? (Lc 24.41)

Jesus não precisava comer. “Comeu diante deles” para provar que não era um espírito e que o Seu Corpo tem substância. Quando os supersticiosos oferecem galinhas, farofas e pingas aos espíritos, por acaso eles comem e bebem? Claro que não! E por que não? Porque um espírito não pode comer!

5- PROVA DOCUMENTAL: Importava que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés, nos Profetas e Salmos. (Lc 24.44).

Jesus apresenta farta documentação escrita, constante nas Escrituras Sagradas, que narra toda Sua Vida e sofrimento em detalhes, bem antes de tudo acontecer. Quer só dois exemplos? Leia o Salmo 22 e Isaías 53. Provas documentais não podem ser contestadas.

ESTAS PROVAS FORAM TÃO CONTUDENTES QUE...

... os discípulos, antes medrosos, enfrentaram as autoridades eclesiásticas, políticas e militares que tentavam impedir a pregação do Evangelho e, mesmo diante de ameaças, torturas, prisões e açoites, os discípulos diziam: “Não podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido... É mais importante obedecer a Deus do que aos homens.” (Atos 4:18-20, 5:40-42).

Por causa da veracidade da Ressurreição, mantiveram o testemunho do que viram e enfrentaram a morte:

Tiago morreu à espada,

Estevão morreu apedrejado,

Paulo foi decapitado,

Pedro crucificado de cabeça para baixo.

Fosse a ressurreição de Jesus uma mentira dos apóstolos, algum deles, debaixo de tortura, teria confessado. Mas nenhum negou a fé, porque era fé viva no Cristo ressuscitado! Todos morreram afirmando: Ele ressuscitou e é o Juiz dos vivos e dos mortos! (At 3:15, 5:17-32, 5:58-59, 12:1-17, II Tm 4:6).

É preciso que cada cristão desta atualidade acolha as provas infalíveis da ressurreição de Cristo, caso contrário, como já bem observou o Apóstolo Paulo: “E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé. E assim somos também considerados como falsas testemunhas de Deus, pois testificamos de Deus, que ressuscitou a Cristo, ao qual, porém, não ressuscitou... E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados. E também os que dormiram em Cristo estão perdidos” (I Co 15:14-18). Estariam perdidos porque “se Cristo não ressuscitou” não poderia ter sido o salvador de Si mesmo, quanto mais de um único pecador.

Paulo continua: “Mas, agora, Cristo ressuscitou dos mortos e foi feito as primícias dos que dormem. Porque, assim como a morte veio por um homem, também a ressurreição dos mortos veio por Um Homem. Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo” (I Co 15:14-22).

Crer na ressurreição de Jesus Cristo é aceitar e reconhecer que Jesus está vivo, e através Dele todos poderão ser vivificados.

SENTIMENTOS E ATITUDES PASTORAIS

SENTIMENTOS E ATITUDES PASTORAIS.

“E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa da glória”. 1 Pedro 5:4
“Porque para isto sois chamados; pois também Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais as suas pisadas”. (1 Pedro 2:21)

Somente a imitação do Sumo Pastor e o desejo de seguir o seu exemplo e as suas pisadas poderão dar ao pastor o privilégio de esboçar os sentimentos e atitudes de Cristo em seu ministério.

Quais sentimos e atitudes deverão ser constantes na vida e no ministério de um pastor?

Vejamos o que nos diz o Apóstolo Paulo:

“De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz”.   (Filipenses 2.5-8). (RC)
NVI – “Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus” Filipenses 2:5

Sobre a Epístola: A igreja de Filipos foi plantada por Paulo por ocasião de sua segunda viagem missionária (At 16.6-40), em aproximadamente 50 d.C. Foi a primeira igreja em solo europeu. Paulo ainda visitou aquela igreja em outras duas ocasiões (At 20.2,6), criando assim profundos laços afetivos com ela. Por isso, a epístola aos filipenses, juntamente com a de Filemom, é a carta mais pessoal de Paulo.

-Uns 10 anos depois da fundação da igreja de Filipos, por volta de 60 d.C., Paulo foi preso em Roma (At 28.30), onde anunciava o Evangelho mediante as cadeias (1.13). Nesse contexto, a igreja de Filipos enviou uma oferta por intermédio de Epafrodito (4.18). Então Paulo escreve esta epístola aos filipenses, para lhes agradecer a oferta enviada.

-Acontece que, naquela ocasião, Epafrodito relatou a Paulo algumas coisas que estavam acontecendo na igreja de Filipos, dentre as quais, as rixas e discórdias existentes naquela comunidade (2.3-4), sobretudo entre duas mulheres: Evódia e Síntique (4.2). Paulo dá claras orientações a essas duas mulheres sobre o seu modo de agir.

Ao olharmos para o texto específico de Filipenses 2.5-11 não podemos afirmar que o apóstolo Paulo estava preocupado em conceituar, definir ou delimitar a extensão do auto-esvaziamento de Cristo, tampouco em desenvolver uma tese teológica como fez, por exemplo, com as doutrinas da justificação em Romanos 5 e da graça em Efésios 2.

Partindo dessa perspectiva, alguns estudos recentes, embora não conclusivos e unânimes, sugerem uma introdução na carta aos Filipenses de um hino pré-existente (2.6-11) – composto provavelmente por terceiro e não pelo próprio apóstolo, mas adaptado aos seus propósitos – de exaltação à pessoa de Cristo.

Tal hino, segundo Donald Arthur Carson, “é o exemplo mais antigo que se tem notícia de uma divisão da vida de Cristo em preexistência, vida na terra e exaltação nos céus”. O cerne está no fato de Cristo não ter tirado proveito da igualdade com Deus, antes ter demonstrado humildade e subserviência tão grandes à vontade do Pai, ao ponto de trilhar o caminho da humilhação, encarnação e crucificação.

O trecho em análise não se apresenta, assim, como um tratado teológico sobre o qual devemos nos debruçar para extrair complexas declarações doutrinárias ou elaboradas confissões de fé.

Filipenses 2.5-11 fala sobre o padrão de sentimento, de atitude e de ação desejado para a Igreja do Senhor, tendo como maior e melhor exemplo o próprio Senhor da Igreja.

Parece que há uma progressão, uma evolução: Cristo, humildemente, decidiu não se agarrar à igualdade com Deus, depois tomou a atitude de se auto-esvaziar e, finalmente, tornou-se homem e obedeceu até à morte. Os atos da encarnação e da morte na cruz foram precedidos pela atitude de Jesus de se auto-esvaziar e esta atitude, por sua vez, foi precedida pela decisão de não tomar por usurpação o ser igual a Deus.

O apóstolo Paulo resume tudo isso no verso 5 como sendo um φρονεῖτε (φρονέω = ter o entendimento, sentir, pensar, ter uma opinião própria, pensar por si mesmo), um sentimento que surgiu voluntaria e livremente em Cristo.

O verso que introduz o hino revela o objetivo do apóstolo: “tende em vós o mesmo sentimento”. Tal sentimento, como o apóstolo Paulo exorta, deveria nortear a vida cristã, não apenas dos crentes de Filipos entre os anos 50 e 60 d. C., mas de todos os crentes, de todos os lugares e em todos os tempos (cf. Filipenses 1.1)

Trata-se, portanto, de algo prático, não teórico, de vida cristã diária, não de discurso doutrinário, de um objetivo a ser perseguido, não apenas de um assunto a ser discutido.

φρονεῖτε (φρονέω) - é uma pequena palavrinha, também presente na “Ética a Nicômaco”, de Aristóteles. Pronuncia-se: phronesis (grego). Ética a Nicômaco é uma obra de Aristóteles escrita no século IV a.C. Ela é um dos primeiros tratados preservados em ética e moral da filosofia ocidental, e, certamente, o mais completo de ética aristotélica. 

Em Aristóteles, toda racionalidade prática é teleológica, quer dizer, orientada para um fim (ou um bem, como está no texto). À Ética cabe determinar a finalidade suprema (o summum bonum), que preside e justifica todas as demais, e qual a maneira de alcançá-la.

Para Aristóteles essa finalidade suprema é a felicidade (eudaimonia): “De um modo estrito, o termo "eudaimonia" é uma transliteração da palavra grega para prosperidade, boa fortuna, riqueza ou felicidade”. Em Aristóteles, o termo não consiste nem nos prazeres, nem nas riquezas, nem nas honras, mas numa vida virtuosa. A virtude, por sua vez, se encontra no justo meio entre os extremos, e será encontrada por aquele dotado de prudência (phronesis) e educado pelo hábito no seu exercício.

Vejamos que para os cristãos esta busca por felicidade sempre foi algo muito presente na história de nossa fé.

Aurélio Agostinho, ou Agostinho de Hipona foi um importante bispo cristão e teólogo. Nascido em Tagaste na região norte da África em 13 de novembro de 354, vindo a falecer em Hipona, 28 de agosto de 430. Deixou como uma de suas principais obras as suas CONFISSÕES (397-398). Agostinho acabou por ensinar a salvação e a graça divina. Muito mais ainda, procurou em suas confissões declarar como um cristão pode experimentar a felicidade.

“ENTÃO, COMO VOS HEI DE PROCURAR, SENHOR? QUANDO VOS PROCURO, MEU DEUS, BUSCO A VIDA ETERNA. PROCURAR-VOS-EI, PARA QUE A MINHA ALMA VIVA. O MEU CORPO VIVE DA MINHA ALMA E ESTA VIVE DE VÓS”. (Agostinho)

Como procurar então a vida feliz? Não a alcançarei enquanto não exclamar: ‘Basta, ei-la”. ...Mal ouvimos este nome “felicidade”, imediatamente temos de confessar que é isso mesmo o que apetecemos; não nos deleitamos simplesmente com o som da palavra. Quando um grego ouve pronunciar esse vocábulo em latim, não se deleita, porque ignora o sentido. Mas nós nos deleitamos; e ele também se deleita, se ouve em grego, porque a felicidade real não é grega nem latina, mas os gregos, os latinos e os homens de todas as línguas têm um desejo ardente de a alcançar. (Como procurar a felicidade – pg. 252-253*).

“Há uma alegria que não é concedida aos ímpios mas só àqueles que desinteressadamente vos servem: essa alegria sois Vós. A Vida feliz consiste em nos alegrarmos em Vós, de Vós e por Vós. Eis a vida feliz, e não há outra”. (p. 255*).

 *Agostinho – Confissões. Livro X – O encontro com Deus.

Todo esse pano de fundo histórico tem como único objetivo procurar demonstrar para cada um de vocês, que esta palavrinha, que pronuncia-se “fronesis”, significa muita coisa. Desde a sabedoria que se aprende na prática da vida, no dia-a-dia de muitos anos, até mesmo “prudência”.

Na Ética a Nicômaco de Aristóteles , phronesis (Φρόνησις) é a virtude de pensar moral , geralmente traduzida como "sabedoria prática", às vezes como ' prudência '(em um sentido se opõe à arrogância ou "excesso").

Ao contrário de sophia , phronesis é a capacidade de pensar sobre como e por que devemos agir para mudar as coisas, especialmente de mudar nossas vidas para melhor.

O conceito de frônesis grega. A primeira das interpretações que se lhe dá - sendo consideravelmente difundida - é de que ela pode ser entendida como a prudência, na acepção aristotélica da palavra. Pierre Aubenque (1963/2003) dedicou um incisivo estudo à questão, delineando esta prudência como uma sabedoria da ação prática (ou seja, advinda da práxis). Como Aristóteles afirma, a frônesis é “uma disposição prática acompanhada de regra verdadeira concernente ao que é bom ou mau pro homem” (EN, VI, 5, 1140b 20, apud Aubenque, 2003: 60).

Se, pois, a prudência não é nem ciência nem arte, resta que seja uma disposição (o que a distingue da ciência) prática (o que a distingue da arte). Mas isso provaria, no máximo, que ela é uma virtude.

Somente para ilustrar, o Supremo Tribunal Federal viveu há alguns anos este dilema, sobre a participação pública diante da prudência (fronesis). No jornal A Folha de São Paulo de 10 de agosto de 2008, contamos com a matéria que retrata esse dilema atual do Supremo Tribunal Federal entre "ouvir" os reclames da sociedade ou as ponderações de seu Presidente no sentido de que o "juiz não deva acompanhar a multidão". Deve haver a prudência (fronesis).

O que significa então fronesis? É um sentimento, uma atitude, ou somente prudência? O que desejou Paulo apelar a igreja de Filipos quando pediu: “de sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus”. O que ele pretendia?

Será preciso conhecer a vida de Jesus para entender mais de perto seus sentimentos e suas atitudes. Jesus não só ensinou, mas praticou a vida de humildade, colocando-se, Ele mesmo, como exemplo. Encarnou através de uma mulher simples e pobre; limitou-se a Si mesmo ao ventre; trabalhou como carpinteiro, não escolhendo nenhuma das profissões nobres; escolheu para Seus discípulos pescadores, publicanos, agricultores; tocou com Suas mãos santas em corpos imundos pela lepra e  por outras doenças e ainda permitiu que O matassem na horrenda cruz. Conhecendo a vida de Jesus Cristo, encontramos bem mais sentido quando agora lemos: "haja em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus que, sendo Deus, se fez homem servo, sendo obediente até à morte e morte de cruz".

RENÚNCIA - Pensar a mesma coisa, ter o mesmo amor e sentir o mesmo, ser unido na alma, nada fazer por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerar o outro superior e não ter em vista o que é propriamente seu, senão também o que é do outro, tudo isto implica em renúncia, em abrir mão daquilo que muitas vezes reputamos ter de mais valor: ideologias, sentimentos, razão, status e bens.

É interessante pensar que enquanto Adão, criado à imagem e semelhança de Deus, cedeu à tentação ilusória de tomar para si um direito que não lhe pertencia, que era a igualdade com Deus (Gn 3.1-5), o Deus-Filho abriu mão da sua natureza divina para tornar-se homem, se identificando com a humanidade não redimida. Cristo foi exaltado justamente por ter se tornado humano.

HUMILDADE - Filipenses 2.5-11 também fala da humildade de Cristo demonstrada do ato de obedecer até à morte, e morte de cruz. Aliás, a ênfase na morte de cruz revela que ela constituiu um dos pontos mais baixos da humilhação de Jesus. Segundo os padrões da época, não havia experiência mais repugnante e degradante (Dt. 21.22-23 e Gl. 3.13).

Sua vida de renúncia e humildade levaram Jesus a nos exemplificar pelo menos 2 atitudes ou sentimentos que devem e podem ser por nós imitados.

Vejamos agora quais foram esses sentimentos:

1-    ESVAZIOU-SE
“Mas esvaziou-se a si mesmo”

No período de 1860-1910, teólogos alemães e ingleses começaram a defender a encarnação de Jesus com uma nova roupagem. Essa nova roupagem era a renúncia de alguns atributos divinos (onisciência, onipotência, onipresença), enquanto estava como homem. Isso não era visto como imposição, porém, uma autolimitação voluntária de Cristo. Essa é a chamada “Teologia Kenótica”. Kenosis vem do verbo grego kenoõ, que significa esvaziar (Fp 2:7).
Franklin Ferreira e Alan Myatt, em sua Teologia Sistemática* refutam tal teoria com o seguinte argumento:
“Concordamos com a ideia do autoesvaziamento de Cristo, mas não com a noção de que ele deixou de ser divino.... A encarnação foi mais uma aquisição de atributos humanos do que uma desistência dos atributos divinos. Em filipenses 2.6 a palavra “usurpação” pode ser traduzida de duas formas: como algo que se possui e que deve ser mantido a todo custo, e como algo que se não possui e que deve ser conseguido a todo custo”.
*FERREIRA. Franklin, MYATT. Alan, Teologia Sistemática: uma análise histórica, bíblica e apologética para o contexto atual. São Paulo: Vida Nova. 2008. P. 529-530

+ O texto não nos parece dizer que Jesus esvaziou-se de poderes ou atributos divinos. Na verdade Ele “esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens”.

+ Esse “esvaziar-se” não subtrai, mas adiciona a forma de servo e semelhança humana para cumprir uma missão: a morte na cruz. É a busca de algo que se não possui e que deve ser conseguido a todo custo.

+ Neste processo percebe-se que “esvaziou-se” é sinônimo equivalente a “humilhar-se”, tendo uma nova condição, função e posição, sendo esta inferior e não precisamente esvaziamento de atributos naturais, morais ou pessoais, mesmo que por um pouco de tempo.

Esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo. Quem se esvazia =toma a forma de servo.

Muitos problemas na igreja acontecem pelo fato de que pessoas se preocupam em receber honras e glorias. Elas ficam inoperantes por causa do egoísmo que impera em seu coração. Ela não chega a posição de servo pelo fato de estar cheia de si.

Pense em esvaziar-se como sendo também deixar de ser ENSIMESMADO: Ser profundamente preso em si mesmo e Egocêntrico,

“7 Porque nenhum de nós vive para si, e nenhum morre para si. 8 Pois, se vivemos para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, quer vivamos quer morramos, somos do Senhor”. (Romanos 14.7-8).

2. HUMILHOU-SE
“Humilhou-se a si mesmo”.

Humilhar-se é uma virtude que nos dá um sentimento de nossa fraqueza.

A humilhação como se sabe é uma virtude. Para Deus é uma das virtudes mais lindas, pois mostrará que uma pessoa não é soberba (orgulhosa). Algo que Deus abomina é o soberbo.

“Todavia, dá maior graça. Portanto diz: Deus resiste aos soberbos; dá, porém, graça aos humildes”. (Tiago 4.6).

Dentro do corpo de Cristo é um sentimento que deve ser cultivado pois Cristo venceu com este sentimento. Reparemos no texto que os humildes recebem graça da parte do Senhor. Se você quer receber graça de Deus seja humilde.

A humildade é a virtude de considerar o próximo superior. Mesmo que você conheça o seu potencial, você sabe as suas fraquezas.

“Nada façais por contenda ou por vanglória, mas com humildade cada um considere os outros [superior]es a si mesmo”. (Filipenses 2.3).

A humildade é a chave para os relacionamentos.

A humildade é a chave para a obediência.

Humilhou-se a si mesmo, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz. (FILIPENSES 2:5-8)

A humilhação de Cristo e sua obediência até a morte o levaram a Cruz.

Como um pastor pode humilhar-se na busca por procurar desenvolver o mesmo sentimento e a mesma atitude de Cristo Jesus?

JOHN PIPER em seu livro COMPLETANDO AS AFLIÇÕES DE CRISTO, afirma que:

“Cada vez mais sou persuadido pelas Escrituras e pela história das missões que o desígnio de Deus para a evangelização do mundo e a consumação de seus propósitos incluem o sofrimento de seus ministros e missionários”. (pg. 16)

Para John Piper, é sobre isso que trata o apóstolo Paulo em sua Epístola aos Colossenses 1.24.

“Regozijo-me agora no que padeço por vós, e na minha carne cumpro o resto das aflições de Cristo, pelo seu corpo, que é a igreja” (Colossenses 1.24)

Segundo Piper, essas aflições de Cristo estão veladas para a maioria das pessoas, e se tornam em mistério revelado quando são evidenciadas na vida de pastores e missionários.

Sofrimento semelhante foi encontrado na vida de William Tyndale. Após receber Proposta de Henrique VIII para que retornasse a Inglaterra, saindo de seu esconderijo no continente, disse o seguinte:

“O rei da Inglaterra endossaria uma Bíblia em Inglês para os ingleses?”

Tyndale sabia que se o rei autorizasse a impressão de tal Bíblia, ele se entregaria ao rei e nunca mais escreveria outro livro. O rei nunca permitiu.

Em 1536 Tyndale faleceu martirizado pela Igreja Católica Romana, porque decidiu traduzir a Bíblia dos seus originais para o Inglês. A Bíblia e os escritos de Tyndale foram os gravetos que acenderam a fogueira da Reforma.

Gastaríamos horas aqui Citando o exemplo de John Paton, Adoniram Judson que espelharam com suas vidas o sofrimento de Cristo.

Parece que diante destes fatos Esvaziar-se e Humilhar-se ganham mais amplo sentido. Não só como sentimento mas também como atitude.

“...haja em vós o mesmo sentimento (atitude) que houve também em Cristo Jesus”.

A palavra usada por Paulo no grego é fronesis, que transmite a idéia de uma habilidade para agir corretamente, de uma atitude consciente e desejosa. Isso nos ensina que devemos desejar ser como Jesus de forma prática e não teórica, devemos buscar o aperfeiçoamento em Cristo, de modo que os nossos desejos e as nossas atitudes apontem para ele.

Que tenhamos o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, para que, por meio de nosso testemunho:

“ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai” (Fp. 2.10-11 ) .