ENTRAR EM CAMPO COM CRISTO PELAS NAÇÕES: O QUANTO ISSO NOS CUSTARÁ?

ENTRAR EM CAMPO COM CRISTO PELAS NAÇÕES:
O QUANTO ISSO NOS CUSTARÁ?

Texto: “Todas as nações virão a tua presença e te adorarão” (Ap. 15.4)

ENTRAR EM CAMPO. Se pensarmos no Mundial da Copa de 2014 no Brasil já se sabe que ela será a mais cara da história.
O Governo admite que o Mundial de 2014 no Brasil pode custar no total de investimentos feitos, até R$ 33 bilhões. Em comparação com as duas últimas edições será a mais cara da história. Um levantamento do Tribunal de Contas da União (TCU) disse que os gastos devem chegar a R$ 23,5 bilhões em infraestrutura. E a conta será paga pelos bancos governamentais (BNDES e Caixa Econômica Federal) e a Infraero, responsáveis por boa parte da infraestrutura necessária para o evento. Gastos públicos com a reforma e construção dos 12 estádios da Copa já passam de R$ 8,5 bilhões.

Apesar dos altos custos, a Copa de 2014 gerará um lucro de R$ 6,3 bilhões para a Fifa. As despesas da Fifa na Copa não chegam a um terço do que a entidade vai lucrar. A constatação foi feita por Jerome Valcke, secretário-geral da entidade, em entrevista ao site da própria entidade máxima do futebol. "O que a Fifa injeta no país são US$ 800 milhões, e o custo da Copa do Mundo para a Fifa é de US$ 1,3 bilhão, porque no total é somada a premiação para os times e os custos adicionais", disse. O próprio Valcke, no entanto, afirmou que a organização vai faturar US$ 4 bilhões com o Mundial. Desta forma, as despesas da Fifa na Copa não chegam a um terço do que a entidade vai ganhar, já que vai usar apenas 32% de seu faturamento para bancar a organização e "premiações e custos adicionais". A sobra será de US$ 2,7 bilhões (R$ 6,3 bilhões).

Esse é o custo para se entrar em campo na copa do Mundo.

E para se entrar em Campo com Cristo pelas nações.

Você já se fez essa pergunta: O QUANTO ISSO NOS CUSTARÁ?

Quais são OS CUSTOS de se entrar em Campo Com Cristo?

Jesus procurou nos responder de forma desafiadora essa pergunta:

“E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me”. (Lucas 9.23)

1) O CUSTO?

 I – UMA IMPORTANTE DECISÃO (v. 23 “Se alguém…”)

Entrar em campo com Cristo é abraçar um novo e radical estilo de vida que tem como primeiro passo ouvir o chamado extraordinário de Jesus e ter a coragem de, espontaneamente, responder-lhe afirmativamente, como fez Levi (Mc 2:13-17). É atender a Convocação de Jesus Cristo.

Lembram-se dos 12? Eles atenderam à convocação de Jesus.

Imagino que se fossem literalmente entrar em campo talvez fossem distribuídos assim:


Goleiro: João
Zagueiros: Tadeu e Tomé
Laterais: Mateus (Direita) e Simão (Esquerda)
Meia-armador, meia-de-ligação: Tiago (Irmão de João).
Alas (Laterais avançados): Tiago (Esquerda) e Filipe (Direita)
Atacantes: André e Simão Pedro
Centroavante: Bartolomeu
No Banco: Judas Iscariotes e Matias (Atos 1.26).

Na vida Cristã, tudo começa com uma convocação e uma resposta. A questão é inteiramente particular, intransferível, única e vital para a sua história: você já tomou uma decisão de ser um verdadeiro discípulo de Jesus? Talvez você possa dizer -  “tenho uma religião, sou simpático ao Evangelho, vou a igreja de vez em quando, contribuo sempre que posso” – mas este é o ponto central: você tomou ou não uma definitiva e séria decisão por Jesus?

II – UMA VIDA DE COMUNHÃO (v. 23 “.. quer vir após mim....”)

Depois de tomar a decisão de entrar em campo com Cristo, o discípulo é convocado a fazer um reordenamento de sua vida a partir de Jesus. Neste reordenamento o desafio imediato é desenvolver uma contínua relação de crescente amizade e intimidade com Jesus por meio de uma caminhada com Ele, por Ele e para a glória Dele.

Muito mais do que comprometer-se com uma religião, um rito ou um sistema doutrinário, tornar-se um discípulo de Cristo é a ousadia de construir uma relação de proximidade exclusiva, permanente qualificada com Jesus. A questão extrapola o que você faz no domingo, pois diz respeito ao lugar que Jesus ocupa no seu coração em cada dia da semana.

Para REFLETIR: “Todos os gigantes de Deus eram homens fracos que fizeram grandes coisas para Deus porque contavam com a companhia de Jesus” (Hudson Taylor)

III – UMA BATALHA PESSOAL (v. 23 “...negue-se a si mesmo...”)

Depois de priorizar a intimidade com Jesus, aquele que decidiu entrar em campo será convocado a entrar numa guerra permanente que só acabará quando partir desta vida. Nesta longa guerra, em cada batalha a ser travada, sempre se estará diante do mesmo inimigo: negar-se a SI MESMO. A pior batalha muitas vezes será travada consigo mesmo.

Não é figura de linguagem é a mais pura realidade: o discipulado é uma terrível batalha contra a nossa vontade pois ela, ao contrário da vontade de Deus (Rom 12:1-3) é má, imperfeita e desagradável.

Paulo diagnosticou com transparência sua fragilidade nesta estressante peleja: “não compreendo o meu modo de agir, miserável homem que sou: o bem que eu quero fazer eu não faço e o mal que eu não quero fazer, este eu faço” (Rom 7:14-19).

Para Ilustrar: Um menino acabou por vir com seus pais morar no subúrbio de uma de nossas cidades.

Em seu passeio pelo bairro, foi longe demais e não conseguiu descobrir o caminho para casa.

Não lembrava o nome do bairro e nem da rua em que morava.

Quem poderia ajudar o menino?

Fazia tempo que estava perambulando pelas ruas.

Até que, vindo uma senhora, o menino tomou ânimo para pedir-lhe ajuda.

"Preciso ir para casa mas não sei o caminho. A senhora pode me ajudar?"

"Escute aqui, menino", disse a senhora, "se você precisa de uma informação ou ajuda de minha parte, então limpe primeiro o seu nariz, lave o rosto, tire as mãos do bolso, fale direito, e, antes de tudo, peça licença para falar comigo, ouviu?"

"Isto é muito complicado", respondeu o menino.

"Neste caso prefiro andar perdido e achar o caminho sozinho".

Pode ser que essa senhora tenha desejado oferecer ao menino uma lição de boas maneiras com o melhor propósito. Entretanto, as exigências daquela senhora pareciam muito complicadas.

O problema da Senhora nesse caso era muito maior do que o do menino.

Na situação espiritual ocorrem episódios idênticos.

Quanta gente há que está perdida pelas estradas do mundo!

Desta forma o caminho para o céu, tão simples e claro em Jesus Cristo, é complicado pelos milhares de pessoas que não aceitam a idéia de que precisam negar a si mesmas.

O grande problema da sua vida não é sua sogra, seu sogro, seu marido, sua esposa, seu pai, sua mãe, seu filho, sua filha, seus parentes, seus amigos, seu patrão, sua doença, suas finanças, o grande problema é você mesmo! “Negar a você mesmo e tomar a sua cruz” são expressões sinônimas que significam que você, diariamente, lutará para renunciar aquilo que lhe traz maior prazer: a sua vontade.

Para REFLETIR: Nosso desafio é orar como Henry Martyn*: “Senhor, não permitas que eu tenha nenhuma vontade que seja propriamente minha, ou que considere a minha verdadeira felicidade como dependente, no mínimo grau, de qualquer coisa que me sobrevenha exteriormente, mas que sobrevenha inteiramente da conformação com a tua vontade”

(* Pastor Anglicano e missionário entre os povos da Índia e Pérsia).

IV – UMA VIDA DE SUBMISSÃO (v. 34 “...tome cada dia a sua cruz, e siga-me...”)

Depois de negar a si mesmo o discípulo ESTÁ CONVOCADO e pronto a “seguir Jesus”. Duas ideias básicas estão inseridas neste seguir:

Primeiro – o discipulado não é algo estático, frio, rotineiro, ocasional nem restrito às quatro paredes de um templo ou a um dia da semana, pelo contrário, é uma caminhada dinâmica, envolvente, estimulante, criativa, inspiradora e desafiadora;

Segundo – o discipulado é uma caminhada de submissão: seguir é sinônimo de se submeter, obedecer, cumprir... Discipulado é, assim, um processo contínuo em que somos capacitados, habilitados e treinados para dizer sim às ordens de Jesus, mesmo que elas venham a ferir nossos interesses mais profundos.

V – O CUMPRIMENTO DE UMA GRANDE COMISSÃO.

“Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações...” (Mateus 28.19).

A Bíblia nos diz que: “Todas as nações virão a tua presença e te adorarão” (Ap. 15.4)

Quem desafiou essas nações? Quem o Senhor usou para alcançar todas essas nações?

R: Os seus discípulos. Ou seja, aqueles que atenderam ao chamado de fazer missões.

Se você deseja mesmo Entrar em campo com Cristo, então você precisa cumprir a grande comissão. Você precisa fazer missões.

Não se esqueça da urgência missionária – O trabalho missionário não pode esperar. A seara é grande, os trabalhadores são poucos e o tempo urge. Não há esperança para os pecadores fora de Cristo. Não há salvação senão no evangelho da graça. Ninguém pode ser reconciliado com Deus por meio das obras, da religião ou dos sacrifícios. Somente Cristo é o caminho para Deus. Somente ele é a porta do céu. Só ele é o mediador entre Deus e os homens. Qualquer outra mensagem é inútil. Qualquer outro atalho somente conduzirá os homens à desilusão e à perdição eterna. A evangelização dos povos é uma tarefa impostergável. Deve ser a prioridade absoluta da nossa agenda.

Não se esqueça que o cumprimento da grande comissão exige envolvimento de todos - O privilégio de fazer missões não é apenas para aqueles que têm o chamado de sair de sua cultura e ir além das fronteiras.

Todos nós podemos orar por missões. Todos nós devemos contribuir com missões. Todos nós precisamos fazer missões. Toda a igreja deve estar engajada nesse projeto de consequências eternas. A obra missionária não deve ser apenas um apêndice na agenda da igreja, mas uma frente de ação em que todos os crentes estejam envolvidos. A evangelização não é um programa, mas um estilo de vida. Fazemos missões na dinâmica da vida, em nosso lar, em nossa escola, em nosso trabalho e até mesmo em nosso lazer. Fazemos missões quando oramos pelos missionários e quando contribuímos para a sua manutenção no campo. Tanto os que descem ao poço como os que seguram as cordas estão igualmente comprometidos com essa tarefa de consequências eternas.

Não se esqueça que missões é uma obra que exige os melhores investimentos - Não podemos cumprir a agenda estabelecida por Cristo de ir por todo o mundo e fazer discípulos de todas as nações sem fazer investimentos financeiros na obra. Somente uma igreja fiel na mordomia dos bens pode ser missionária.

Para Ilustrar: - Conta-se que certa vez um menino ouvira uma mensagem sobre a obra missionária. Procurou, então, a esposa do pastor e entregou-lhe uma moeda de pouco valor.

Aquela senhora estava fazendo um embrulho com roupas, remédios e alimentos para enviar ao campo missionário. Ela, então, pensou no que fazer com aquela moeda. Comprou um folheto com aquela pequena moeda e colocou-o dentro do pacote.

O folheto caiu nas mãos de um dos chefes de Estado da Birmânia, que por meio de sua leitura converteu-se ao evangelho. Mais tarde esse chefe, depois de haver experimentado as alegrias da salvação, falou da sua regeneração a seus amigos. Ao ouvirem seu testemunho, muitos deles também se converteram. Depois, foi organizada uma igreja que por sua vez, solicitou um missionário. Como fruto desse trabalho, quinze mil pessoas, direta ou indiretamente, foram atingidas pelo evangelho. E tudo isso devido a uma pequena moeda dada com o coração.

O melhor e mais duradouro investimento que fazemos é em salvação de vidas. A Bíblia diz que quem ganha almas é sábio.

O dinheiro que investimos em missões é uma semente que se multiplica e produz frutos para a vida eterna. Mas, não é suficiente apenas investimentos de recursos financeiros; precisamos também de investimento de vida.

Para ILUSTRAR: Um jovem norueguês chamado Peter Torjesen, na idade de 17 anos, se sentiu tocado em seu coração, por contribuir tanto para a obra missionária, que pôs na sua oferta tudo o que tinha em sua carteira, e depois de pensar rapidamente, escreveu também numa pequena nota as palavras: "E a minha vida."

Há registros de que o jovem Peter Torjesen (1892 -1939) foi um missionário norueguês enviado para a China exatamente oito anos depois de ter escrito que dedicaria naquele dia A SUA VIDA.

Em 17 de janeiro de 1923, ele se casou com Valborg em Lan Xian, na China. Durante a Segunda Guerra, Peter, e sua esposa Valborg abriram as instalações de sua casa e também da igreja em Hequ, Shanxi, para abrigar até 1.000 refugiados durante a II Guerra Mundial.

Torjesen morreu em 14 de dezembro de 1939, no resultado de um bombardeio japonês a Hequ, Shanxi enquanto servia China.

Em 1988, as autoridades locais da província de Shanxi informaram a família Torjesen que o nome de Peter Torjesen estava entre os principais mártires daquele país e do povo, e eles queriam erigir um monumento no 50 º aniversário de sua morte. Três gerações de Torjesens participaram da inauguração do monumento de mármore no ano de 1990, em que a história da vida de Peter e o seu trabalho ficaram gravados em caracteres de ouro.

Deus chama uns para ir; outros para ficar. Uns devem estar numa ponta da corda, descendo aos lugares sombrios para resgatar as ovelhas errantes; outros devem estar na outra extremidade da corda para sustentar aqueles que descem com a provisão necessária.

Missões é um trabalho planejado, onde a igreja toda se dispõe a fazer seus melhores investimentos para que mais pessoas sejam alcançadas e salvas pelo evangelho de Cristo. Esta igreja tem o privilégio de ser uma agência do Reino de Deus nesta cidade, neste Estado, neste País e, também, no mundo inteiro.

Para REFLETIR: Algumas igrejas me lembram o homem que bombeava continuamente seu poço de petróleo. Um dia, seu vizinho vendo jorrar tanto petróleo, perguntou-lhe: "Vejo seu poço jorrando óleo o dia inteiro, mas nunca vi você vender um barril sequer. O que está havendo aqui?" A resposta: "Muito simples. É que todo o óleo que produzimos se destina exclusivamente a manter a bomba em funcionamento".

Muitas igrejas são assim. Dissipam todo o seu potencial em seus trabalhos internos. Não tem, por isso, tempo e energia para sair ao campo e fazer a obra de evangelização ou de missões.

Por outro lado, missões poderá ser também o trabalho de um missionário visionário e aventureiro que deixa sua terra, sua cultura e embrenha-se no meio de tribos e povos ignotos para levar-lhes a luz do evangelho.

Eu creio que quando você chegar ao céu, certamente desejará conhecer cinco irmãos em Cristo:


- Jim Elliot,

- Nate Saint, Roger Youderian, Ed McCully e Pete Fleming.

- A história deles está no livro missionário: “Através dos Portões do Esplendor”, de Elizabeth Elliot.

É o relato de uma das maiores tragédias no campo missionário.

- Em janeiro de 2006 virou filme também (“O Fim da Lança”).

Aconteceu no Equador.   Em 1956, esses cinco jovens eram recém-casados, começando a vida, as famílias e seus respectivos ministérios. Eles se uniram num objetivo: ganhar os Aucas para Cristo.

 - Aucas? Quem eram eles? Os Aucas, no interior do Equador, eram os indígenas mais agressivos da região. Na verdade, eles se autodenominavam huaoranis (o povo), mas os outros índigenas os chamavam Aucas, que na língua quíchua quer dizer selvagem.

Se os próprios indígenas tinham medo deles, já dá uma idéia da ferocidade e da brutalidade do grupo. Tinham o mais alto índice de violência da face da terra: 60%. Matavam estrangeiros, patrícios e bebês. Por medo, o morto não era enterrado sozinho, mas um filho vivo era enterrado junto.

Depois de várias tentativas preliminares de contato, que pareciam promissoras e bem sucedidas, chegou o dia 8 de janeiro de 1956. Os cinco missionários marcaram um encontro com os indígenas, às margens do rio Curaray, próximo à aldeia.

- Mas o que era sorriso e cordialidade se revelou ser uma armadilha fatal: os índios não apareceram.

Ao invés disso, os cinco missionários foram literalmente atravessados pelas lanças afiadas pelo ódio que partia de dentro da floresta. Seus corpos tombaram no rio. A tragédia virou manchete internacional na época.

A pergunta: Será que vale à pena tentar salvar gente tão violenta?

Muitos cristãos se perguntavam. Passadas as primeiras emoções da crise, outros missionários voltaram.

- Algumas viúvas se mudaram para o interior da aldeia. E a luz do evangelho brilhou na floresta amazônica. O povo experimentou a graça de Deus. E o que aconteceu?

Os lobos huaoranis (os Aucas) se tornaram ovelhas mansas. O número de assassinatos diminuiu drasticamente, em até 90%. Vidas e hábitos foram transformados.

Um fato maravilhoso aconteceu: dois dos assassinos de 1956, Kimo e Dyuwi, se converteram, tornaram-se obreiros e eles

 - batizaram depois dois filhos do missionário morto, Nate Saint. Um deles de nome Stephen Farris.

Deus é Senhor da história.

- “Não é tolo aquele que dá o que não pode guardar para ganhar o que não pode perder”.  (Jim Elliot).

- “O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. Ora, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo; se com ele sofremos, também com ele seremos glorificados” (Rm 8.16-17).

Não sei se você achará alto o custo de se entrar em campo. Contudo louve a Deus pois o preço em Cristo já está pago.

A SANTIFICAÇÃO QUE DEVEMOS BUSCAR

A SANTIFICAÇÃO QUE DEVEMOS BUSCAR

“Agora, pois, temei ao Senhor, e servi-o com sinceridade e com verdade; e deitai fora os deuses aos quais serviram vossos pais além do rio e no Egito, e servi ao Senhor. Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao Senhor, escolhei hoje a quem sirvais; se aos deuses a quem serviram vossos pais, que estavam além do rio, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; porém eu e a minha casa serviremos ao Senhor”.  (Josué 24.14-15)

Teriam os cristãos se tornado fracos em sua postura a respeito de santidade? Jamais parece ter sido dito muito sobre isso. Quantos sentem como se estivessem vivendo vidas santas? Pergunte-se a alguém sobre o nível de santidade em sua vida e pode-se ficar surpreso pela resposta recebida. Os cristãos negligenciam a santidade? Pode ser que sim, pode ser que não, mas a santidade ainda merece ser o alvo de nossa reflexão.

O que é "santo"? Comecemos pela origem do significado. O termo hebraico para santo provavelmente partiu de um conceito primitivo de “separação” ou remoção do sagrado e do profano. Deus tomou a palavra e usou-a para descrever muitas coisas e atividades separadas para adoração. O terminologia para “santo” é encontrada predominantemente em sentido religioso e usualmente contém um significado fundamental de "separado", ou "fora" do uso comum. O uso do termo “santo” ficou habitualmente restrito às regras cerimoniais ou limitado a certo povo (Israel, sacerdotes), lugares (tabernáculo) e coisas (altares). O termo surge para afirmar o oposto, ou seja, o oposto a santo é "impuro" ou "profano": “E para fazer diferença entre o santo e o profano e entre o imundo e o limpo”. (Levítico 10.10).

O que isso significa para um cristão? Deve significar que o cristão não foi feito para viver na lama do pecado. A Bíblia diz que fomos salvos para andar em novidade de vida.

Em 2 Coríntios 5.17, temos o primeiro degrau dessa enorme escada que precisamos subir:

“Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo”. (2 Coríntios 5.17).

Isaías 35.8 diz que, haverá bom caminho, que se chamará o Caminho Santo:

“E ali haverá uma estrada, um caminho, que se chamará o caminho santo; o imundo não passará por ele, mas será para aqueles; os caminhantes...”. (Isaías 35.8).

Em 1Tessalonicenses 4.7, o apóstolo Paulo ensina:

“Porque não nos chamou Deus para a imundícia, mas para a santificação”. (1Tessalonicenses 4.7).

Em 2 Timóteo 2.19 lemos:

“Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus, e qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniquidade”.  (2 Timóteo 2.19).

Ainda podemos encontrar em Colossenses 3.5 uma orientação do apóstolo Paulo:

“Assim, façam morrer tudo o que pertence à natureza terrena de vocês: imoralidade sexual, impureza, paixão, desejos maus e a ganância, que é idolatria”. (Colossenses 3.5).

Numa dessas conversas teológicas sobre a Bíblia e o pecado, uma pessoa me perguntou: o crente, aquele que já morreu para o pecado, ainda peca? Respondi: Eu gostaria de dizer “não”, mas ainda peca sim. Naturalmente não são os grosseiros pecados do tempo da incredulidade, mas peca. É como procurar estabelecer a compreensão entre um pecador perdido e um pecador remido.

Uma outra pergunta que podemos e devemos fazer aqui: Como viver então em santidade, nós que vivemos nesse mundo pecaminoso?

Vamos procurar construir um caminho pelo qual você consiga se orientar:

1) PROCURE SEPARAR-SE DE TODO PECADO QUE VOCÊ RECONHECE COMO PECADO.

“...e deitai fora os deuses aos quais serviram vossos pais além do rio e no Egito”. (Josué 24.14-15).

a – O rei Davi pecou, gastou algum tempo para reconhecer o erro abominável que cometera.

“Tem misericórdia de mim, ó Deus, por teu amor; por tua grande compaixão apaga as minhas transgressões. Lava-me de toda a minha culpa e purifica-me do meu pecado. Pois eu mesmo reconheço as minhas transgressões, e o meu pecado sempre me persegue. Contra ti, só contra ti, pequei e fiz o que tu reprovas, de modo que justa é a tua sentença e tens razão em condenar-me”. (Salmos 51.1-4).

b – Pedro também pecou, mas a Bíblia diz que ele caiu em si, fulminado pelo olhar penetrante de Jesus, deixou o lugar onde pecara, saiu e chorou amargamente (Lc 22.61-62).

“O Senhor voltou-se e olhou diretamente para Pedro. Então Pedro se lembrou da palavra que o Senhor lhe tinha dito: "Antes que o galo cante hoje, você me negará três vezes. Saindo dali, chorou amargamente”. (Lucas 22.61-62)

2) PROCURE SEPARAR-SE DE TUDO O QUE INQUIETA A SUA CONSCIÊNCIA CRISTÃ.

“...Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao Senhor, escolhei hoje a quem sirvais; se aos deuses a quem serviram vossos pais, que estavam além do rio, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais…”. (Josué 24.14-15)

Porém eu a minha casa serviremos ao Senhor! Não haveria mais inquietudes na vida de Josué e de sua família. Eles assumiram uma postura, que tornava a sua família uma família diferente de muitas outras.

Conta-se que um homem na outra América, na partilha dos bens deixados pelo pai, sentiu um peso no coração e começou a ter dores que nenhum médico conseguia diagnosticar; até que um médico lhe perguntou: O senhor porventura não está escondendo algum pecado? E o homem admitiu que sim. Sua aflição era fruto de seu pecado.

E você, por ventura não está escondendo algum pecado? Reconheça-o como tal, confesse e abandone (1 João 1.9).

“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça”. (1 João 1.9)

“Como é feliz aquele que tem suas transgressões perdoadas e seus pecados apagados! Como é feliz aquele a quem o Senhor não atribui culpa e em quem não há hipocrisia! Enquanto escondi os meus pecados, o meu corpo definhava de tanto gemer. Pois de dia e de noite a tua mão pesava sobre mim; minha força foi se esgotando como em tempo de seca”.  (Salmos 32.1-4).

3) PROCURE SEPARAR-SE DE TUDO O QUE POSSA DIMINUIR A ABRANGÊNCIA DE SUA VIDA ABUNDANTE.

" Depois vocês atravessaram o Jordão e chegaram a Jericó. Os chefes de Jericó lutaram contra vocês, assim como os amorreus, os ferezeus, os cananeus, os hititas, os girgaseus, os heveus e os jebuseus, mas eu os entreguei nas mãos de vocês. Eu lhes causei pânico para expulsá-los de diante de vocês, como fiz aos dois reis amorreus. Não foi a espada e o arco que lhes deram a vitória. Foi assim que lhes dei uma terra que vocês não cultivaram e cidades que vocês não construíram. Nelas vocês moram, e comem de vinhas e olivais que não plantaram’.  "Agora temam o Senhor e sirvam-no com integridade e fidelidade”.  (Josué 24.11-14).

Seja santo. Decida separar-se das coisas deste mundo. Por exemplo, piadas indecentes; Leituras pornográficas; Novelas profanas; Más companhias; Roupas indecentes e Palavrões.

Livre-se de tudo que sirva de mal testemunho.

Numa história pouco comum, conta-se sobre uma senhora cristã que convidou o pastor de sua igreja para um jantar, esperando que o pastor ganhasse o marido dela para Cristo. Ela serviu o jantar e deixou o marido a sós com o pastor. Pouco depois o dono da casa ofereceu um cigarro ao pastor e ele aceitou. O esposo não perdeu tempo, foi chamar a esposa e disse-lhe: “vem ver o santo fumando”. Daí para frente do que adiantariam as palavras?


4) PROCURE UNIR-SE A DEUS DE TODO CORAÇÃO.

“Mas guardem fielmente o mandamento e a lei que Moisés, servo do Senhor, lhes deu de amar O Senhor, o seu Deus, andar em todos os seus caminhos, obedecer aos seus mandamentos, apegar-se a Ele e servi-Lo de todo o coração e de toda a alma". (Josué 22.5).

Josué enquanto líder do povo de Deus, desejava o melhor de Deus para a vida do seu povo. Quando proferiu este ensino sobre apegar-se a Deus e servi-lo de todo o coração e toda a alma, ele desejava abençoar o seu povo: “Assim Josué os abençoou, e despediu-os; e foram-se às suas tendas”. (Josué 22.6).

Enquanto cada um de vocês não decidir levar o seu “velho homem” para a cruz, e morrer com o Senhor, sua vida será sempre uma gangorra, ora para cima, ora para baixo. É o que chamamos de uma vida cheia de altos e baixos.

O profeta Isaías, com a experiência que teve, vendo Deus assentado num alto e sublime trono e os serafins voando e proclamando a santidade de Deus, sentiu o seu pecado, clamou pela misericórdia de Deus.

“Então disse eu: Ai de mim! Pois estou perdido; porque sou um homem de lábios impuros, e habito no meio de um povo de impuros lábios; os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos. Porém um dos serafins voou para mim, trazendo na sua mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz; E com a brasa tocou a minha boca, e disse: Eis que isto tocou os teus lábios; e a tua iniquidade foi tirada, e expiado o teu pecado. Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim”. (Isaías 6:5-8).

Uma vez purificado pela brasa viva do Altar, começou a santificar a sua vida no trabalho do Senhor, e a e servi-Lo de todo o coração e de toda a alma.

A santificação que devemos buscar pressupõe entrega total e absoluta.

É uma decisão sábia:

“Confia no Senhor de todo o teu coração...” (Provérbios 3.5).

Princípio encontrado na lei de Moisés:

“Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças”. (Deuteronômio 6.5).

E um princípio presente nos ensinos de Jesus Cristo:

“Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento”. (Marcos 12.30).

Essa é sim a santificação que devemos buscar.


CELEBRANDO COMUNHÃO

CELEBRANDO COMUNHÃO

Texto: III JOÃO

Terminado o culto em nossa igreja. Uma ligação direcionada ao meu telefone simplesmente para agradecer. A família agradecia a vida de nosso presidente do Conselho Diaconal, que se dispôs a buscar um idoso daquela família em sua casa para que o mesmo celebrasse da comunhão da igreja na Ceia do Senhor.

É certo que aquele já havia sido um culto dinâmico, Deus nos falou através de uma mensagem vigorosa, nada disto, porém, foi e será mais forte em nosso coração do que o gesto amoroso e solidário do presidente de nosso conselho diaconal que decidiu doar de seu tempo e de sua vida para trazer a comunhão dos santos um irmão idoso de nossa igreja.

Sobre a carta de III João, sabemos que foi escrita ao “amado Gaio”, vs. 1, pelo apóstolo João, já em idade bem avançada. No texto de hoje, somos conduzidos por João à visão de uma comunhão que se manifesta de forma qualificada.

Vejamos o texto:

1 O presbítero ao amado Gaio, a quem eu amo em verdade.

 2 Amado, peço a Deus que prosperes em tudo e tenhas saúde, assim como tua alma prospera.

 3 Pois folgo muito, quando os irmãos vêm dar testemunho da tua verdade, como tu andas em verdade.

 4 Não tenho maior alegria do que saber que meus filhos andam na verdade.

 5 Amado, tu procedes fielmente em tudo o que fazes aos irmãos, e estes até estranhos,

 6 os quais dão testemunho do teu amor diante da igreja, aos quais farás bem se ajudares na sua viagem de um modo digno de Deus;

 7 pois por amor do Nome é que eles saíram, nada aceitando dos gentios.

 8 Devemos, pois, acolher tais homens, a fim de que nos tornemos cooperadores com eles na obra da verdade. (III João)

O Senhor abençoe a sua palavra lida neste momento.

Em seu comentário Bíblico escrito entre os séculos XVII e XVIII Matthew Henry disse o seguinte:

“O homem é feito para a sociedade, e os cristãos, para a comunhão dos santos”. (Matthew Henry).

Para compreendermos melhor o que seja a comunhão, procuremos então fazer um diagnóstico da mesma.

Identificaremos passo a passo o personagens envolvidos no relato desta epístola: João, Gaio, Diótrefes e Demétrio


I – DIAGNÓSTICO DA COMUNHÃO

João, por amostragem, faz uma equilibrada avaliação dos participantes da comunhão da igreja, sinalizando que a comunhão é sempre composta por homens que trazem marcas de qualidade e fragilidade.

1. GAIO: cristão “próspero de alma”

“Amado, peço a Deus que prosperes em tudo e tenhas saúde, assim como tua alma prospera”. (III João versículo 2).

Existem alguns “Gaios” na Bíblia:

•    de Corinto (1 Co 1.14, Rom 16.23);
“Dou graças que a nenhum de vós batizei senão a Crispo e a Gaio”. (1 Co 1.14) e  “Saúda-vos Gaio, meu hospedeiro e o da igreja toda. Saúda-vos (Romanos 16.23)
•    da Macedônia (At 19:29), “A cidade encheu-se de confusão, e todos correram ao teatro, arrebatando os macedônios, Gaio e Aristarco, companheiros de Paulo em viagem”. (At 19.29).
•    de Derbe (que participou da última viagem missionária de Paulo). (At 20.4) “Acompanharam-no Sópatro de Beréia, filho de Pirro, e dos de Tessalônica, Aristarco e Secundo, e Gaio de Derbe, e Timóteo, e dos da Ásia, Tíquico e Trófimo; (Atos dos Apóstolos 20.4).

GAIO era um nome comum no império romano.

Este Gaio aqui era:

•    Líder, amado por João (v. 1, 2, 5, 11) 
“Ao amado Gaio, a quem eu amo em verdade” “Amado, peço a Deus que prosperes em tudo e tenhas saúde, assim como tua alma prospera”. “Amado, tu procedes fielmente em tudo o que fazes aos irmãos, e estes até estranhos”. “Amado, não imites o mal, mas o bem”

•    Possivelmente, um filho seu na fé (v. 4).
“Não tenho maior alegria do que saber que meus filhos andam na verdade”.

A expressão que resume sua postura é “próspero de alma”: João sabia da importância de uma “vida integral”, por isso desejou sinceramente que a prosperidade financeira e física de Gaio fosse tão intensa quanto sua “prosperidade interior”. “Amado, peço a Deus que prosperes em tudo e tenhas saúde”.

Na base de uma “alma próspera” podemos experimentar, se Deus permitir, todas as outras dimensões humanas de prosperidade.

Havia entre Gaio e o Senhor uma intimidade. Gaio não é um daqueles homens que pura e simplesmente falam a respeito de Deus, mas sim, que falam diretamente com Ele mesmo.

Que sinais Gaio tinha de “prosperidade interior”?

•    Gaio andava na verdade (v. 3-4 “... tu andas na verdade...”) - este andar, testemunhado por irmãos que conviviam com Gaio, trouxe grande alegria para João.

•    Gaio amava de verdade (v. 5-8 “....deram testemunho do teu amor”)

Seu amor era:

-Prático (v. 5a); “tu procedes fielmente em tudo o que fazes aos irmãos”
-Indiscriminado (v. 5b); “estes até estranhos”
-Reconhecido na igreja pelos que por ele foram amados (v.6a); “os quais dão testemunho do teu amor diante da igreja”
-Teocêntrico e missionário (v. 6b-7); “...farás bem se ajudares na sua viagem de um modo digno de Deus; pois por amor do Nome é que eles saíram, nada aceitando dos gentios”.
-Cooperador com a verdade (V. 8). “...cooperadores com eles na obra da verdade”.

2. DIÓTREFES: crente de alma pobre (v. 9-10)

“9- Escrevi algumas palavras à igreja; mas Diótrefes que gosta da primazia entre eles, não nos recebe.
 10- Por isso quando eu aí for, fá-lo-ei lembrar as obras que faz, falando palavras malignas contra nós; e não satisfeito com isto, ele mesmo não recebe os irmãos, e àqueles que os querem receber, ele proíbe de o fazerem, e ainda os exclui da igreja.
 11- Amado, não imites o mal, mas o bem. Aquele que faz o bem, é de Deus; aquele que faz o mal, nunca viu a Deus. (III João)

Diótrefes, tristemente, era o oposto de Gaio pois:

- Amava a sua projeção pessoal (v. 9a); “...Diótrefes que gosta da primazia entre eles”.

- Amava a desagregação rejeitando abertamente seus líderes (v. 9a), “não nos recebe”.

“Não devemos impor nenhuma condição para a aceitação de nossos irmãos, a não ser as que Deus impôs para aceitá-los”.
(Matthew Henry).

- Usava de “palavras maliciosas” para estabelecer uma rede de intrigas (v. 10a).   “...fá-lo-ei lembrar as obras que faz, falando palavras malignas contra nós”.

- Agia violentamente contra irmãos acolhedores (v. 10b). “...e não satisfeito com isto, ele mesmo não recebe os irmãos, e àqueles que os querem receber, ele proíbe de o fazerem, e ainda os exclui da igreja”.

Muitos dos cristãos primitivos foram chamados para uma vida de evangelização itinerante, sem salário ou recompensa secular; (v.7), consequentemente dependiam da hospitalidade dos cristãos e, por isso, moravam em diversas cidades ou aldeias, por onde quer que passassem. É para estes que Diótrefes mandava fechar as portas e não recebe-los.

Por tudo isto, João exortou Gaio a considerá-lo como um exemplo a não ser seguido pois, apesar de estar no meio do povo de Deus, ele não tinha as marcas de Deus (v. 11)


3. DEMÉTRIO: cristão de boa reputação (v. 12)

“De Demétrio todos, e a própria verdade, dão testemunho; nós também damos testemunho, e sabes que o nosso testemunho é verdadeiro”.

Demétrio era o oposto de Diótrefes: reconhecido por todos, por João e pela própria verdade, como um homem diferenciadamente comprometido com Deus e com o povo de Deus.


II – OS VALORES DA COMUNHÃO

Que lições podemos encontrar neste texto para o exercício de COMUNHÃO da igreja de Cristo? Que princípios de comunhão Deus deseja trabalhar hoje em nossas vidas?

1. Comunhão envolve verdade (v. 3, 4, 8)

“3-4. Pois folgo muito, quando os irmãos vêm dar testemunho da tua verdade, como tu andas em verdade. Não tenho maior alegria do que saber que meus filhos andam na verdade”.
“8- Devemos, pois, acolher tais homens, a fim de que nos tornemos cooperadores com eles na obra da verdade”.

Os participantes da comunhão da igreja formam uma grande diversidade de raízes, cultura, formação, idade, visão, experiências.... Qual é, neste contexto, o elemento central de convergência e equilíbrio?

1º- A verdade de Deus expressa nas escrituras sagradas (Jo 17.17) “santifica-os na verdade, a tua palavra é a verdade”.

2º - O relacionamento com o Deus da Verdade. “Disse Jesus: eu sou o caminho a verdade e a vida”. (João 14.6)

O Reverendo Presbiteriano William Greenough Thayer Shedd
(1820 – 1894) disse o seguinte:

“Não é suficiente ter comunhão com a verdade, pois esta é impessoal. Precisamos ter comunhão com o Deus da verdade”.
W. G. T. Shedd

2. Comunhão envolve amor

Gaio amava os irmãos não apenas conceitualmente, mas de forma objetiva, concreta, perceptível, mensurável. Sua linguagem de amor era o serviço da hospitalidade.

Dr. Gary Chapman, além do serviço, aponta 4 outras linguagens básicas de amor:

- palavras de afirmação,
-oferecer qualidade de tempo,
-oferecer presentes e
-toque físico.

Seja qual for a sua linguagem de amor, o que importa é amar o próximo numa linguagem concreta, prática que ele efetivamente entenda! Este é o conceito de amor que estava no coração de João (1 Jo 3:16-18).

“Por isto conhecemos o amor, porque Cristo deu a sua vida por nós; e nós devemos dar a vida pelos irmãos.

Mas aquele que tiver bens do mundo e vir seu irmão em necessidade, e fechar-lhe o seu coração, como permanece nele o amor de Deus? Filhinhos, não amemos de palavra nem de língua, mas por obras e em verdade”. (1 João 3:16-18 ).

Neste caso específico parece que É mais fácil falar do que fazer, não acha?

Para ilustrar: Os ratos resolveram acabar de vez com a ameaça de um temível gato. Os ratos eram surpreendidos pelo felino todas as vezes que saíam da toca, e muitos perdiam a vida. Toda a fa­mília de ratos estava ameaçada de destruição. Era necessário tomar uma atitude para acabar com tamanha ameaça ou todos morreriam.

Depois de intensa discussão, os ratos chegaram a uma solução, pois a principal arma do gato era o elemento sur­presa. Decidiram que o problema seria resolvido se colocassem um sino no pescoço do gato. Todos aclamaram a idéia e teceram insistentes elogios ao idealizador, até que alguém bradou:   — Quem vai colocar o sino no pescoço do gato?!  Ali ficou bem clara a questão: É mais fácil falar do que fazer.

É esse o sentido: “...não amemos de palavra nem de língua, mas por obras e em verdade”. É fácil falar o difícil é fazer.

3. Comunhão envolve submissão.

Na relação com Deus é extremamente simples compreender o sentido de submissão. É na realidade um ato de fé e um reconhecimento de que alguém está no controle e tem poder sobre você. (Lucas 7.1-10)

Muitas pessoas confundem a submissão com uma postura cordata em qualquer sentido.

SUBMISSÃO significa estar disposto a fazer a vontade de outra pessoa. Ser submisso exige muita humildade, pois significa reconhecer a autoridade de outra pessoa. A etimologia da palavra -seu sentido ORIGINAL- é "estar sob a mesma missão" de outra pessoa

SUBMISSÃO A DEUS - “Se formos fracos em nossa comunhão com Deus, seremos fracos em tudo”. (C. H. Spurgeon).

SUBMISSÃO A AUTORIDADE QUE DEUS CONSTITUIU - Esta é uma carta de um líder ao seu liderado. “O ancião ao amado Gaio”. Ou “O presbítero ao amado Gaio”.

Ele se autodenomina “o ancião”, sugerindo que era mais velho do que os outros cristãos e que seu conhecimento pessoal da fé foi muito além do deles.

João, claramente se apresenta como líder, e exerceu importante papel no fomento do amor: amando Gaio (v.1); preocupando-se com todas as necessidades de Gaio (v. 2); reconhecendo o amor de Gaio e encorajando-o a amar mais (v. 2-8);

João, claramente se apresenta como líder, confrontando Diótrefes que era um obstáculo sério para a expansão do amor;

João, claramente se apresenta como líder, reconhecendo o bom exemplo de Demétrio; dispondo-se a fazer com Gaio um contato pessoal (v. 13-14); reforçando no coração de Gaio a importância da amizade (v. 15).

Quando analisamos este texto percebemos claramente que a comunhão é a arte de desenvolver relações pessoais qualificadas em Deus, por Deus e para a glória de Deus. Neste circuito de relações pessoais os líderes ocupam um importante papel de agregação. Líderes precisam saber conduzir seus liderados e os liderados precisam construir uma relação de confiança e de submissão aos seus líderes.

Assim, só haverá comunhão se houver mais envolvimento da liderança na promoção de comunhão.

Algum tempo atrás li sobre a história de um Professor Que Realmente Ensinou.

Estávamos no ano de 1947 Dr. Subrahmanyan Chandrasekhar era professor de Física da Universidade de Chicago. Ele era indiano, nascido em Lahore, (19/10/1910), naturalizado americano. Apesar de ser estrangeiro, por causa de sua experiência e seu conhecimento, ele foi contratado pela Universidade de Chicago, que é uma das que mais atua na área de ciências.

Naquele ano, com seus 37 anos de vida, Dr. Chandrasekhar foi chamado para ensinar um seminário sobre astrofísica, sua especialidade. Na época ele morava em Wisconsin, outro estado, onde realizava pesquisas num observatório de astronomia.

Ele pretendia viajar duas vezes por semana para dar a aula, apesar de que o seminário seria durante um inverno rigoroso.

As matrículas para o seminário, porém, foram muito ruins. Apenas dois estudantes se inscreveram para o curso. A faculdade esperava que Dr. Chandrasekhar fosse cancelar o curso, ao em vez de perder seu tempo valioso. Mas, com apenas dois estudantes inscritos, ele deu a matéria. Ele enfrentou duas vezes por semana uma viagem de mais de 300 quilômetros na neve e frio por estradas do interior do estado para dar aula a dois alunos.

Os estudantes dele foram dois chineses naturalizados americanos, Chen Ning Yang (Nascido em 1922) e Tsung-Dao Lee (nascido em 1926). Eles eram apenas estudantes de faculdade, no começo de suas carreiras um com 25 anos e o outro com 21 anos. Ninguém os conhecia. Ninguém nunca ouvira falar deles. Todos os três eram estrangeiros. Provavelmente nenhum deles falava inglês com muita facilidade.

Havia motivos de sobra para Dr. Chandrasekhar cancelar o curso, antes ou até depois de começar. Mas, 2 vezes por semana ele fez a longa viagem na neve para Chicago para ensinar seus dois alunos chineses.

Dez anos mais tarde, Dr. Chandrasekhar recebeu sua gratificação. Em 1957 Chen Ning Yang (35 anos) e Tsung-Dao Lee (31 anos) receberam em conjunto o prêmio mais cobiçado das ciências, o Prêmio Nobel de física.

Em 1983, Trinta e seis anos mais tarde o próprio Dr. Chandrasekhar, no auge dos seus 73 anos de idade, recebeu o mesmo prêmio. Recebeu o Nobel de Física, por estudos teóricos de processos físicos referentes à estrutura e à evolução das estrelas.

O velho professor foi antecipado pelos seus próprios alunos. Mais, não devemos imaginar que ele ficou triste por isso.

Pelo contrário. Podemos imaginar que foi com muito orgulho e satisfação que o velho professor lembrou dos dois alunos, estrangeiros, desconhecidos, mal falando um novo idioma. Eles eram apenas aprendizes de um professor famoso. Ele era um professor muito ocupado nas suas próprias pesquisas e realizações. Mas ele era um professor que separou seu tempo precioso para ensinar naquele inverno rigoroso de 1947 dois alunos que mostraram interesse. Dois alunos que depois mostraram seu verdadeiro potencial.

Quando eu li a história de Dr. Chandrasekhar eu fiquei curioso sobre uma coisa. Por que será que aquele físico tão conhecido na época levou tanto tempo para ser reconhecido? Por que será que ele levou 28 anos a mais que seus alunos ilustres para receber o mesmo prêmio? Será que foi porque ele era menos inteligente? Será que ele era um homem preguiçoso? Será que ele não se esforçava o suficiente?

Os fatos da história me levaram a crer que nenhum destes motivos explica a demora para que este homem recebesse também seu reconhecimento.

Depois de refletir um pouco mais eu cheguei a uma conclusão que me parece a mais lógica. Ele levou tanto tempo, porque ele não se dedicou exclusivamente às suas pesquisas, acabou por escolher se dedicar as pessoas.

Ele se dedicou também a uma outra vocação – transmitir as pessoas o que ele sabia. Ele não era exclusivamente físico. Ele era também professor. Ele não se contentou em ver o que ele poderia realizar na vida. Ele queria também ver o que outras pessoas, beneficiados pelo seu conhecimento, poderiam fazer. Ele decidiu investir na formação de vidas.

O que sabia e conhecia, Ele não guardou para si mesmo e para sua própria glória. Ele deu de si para outros, para que outros também pudessem ser beneficiados.

É assim também com os verdadeiros discípulos de Jesus. Você tem que dar de si. Você tem que se privar. Você tem que se negar. Você tem que ajudar os outros.

Mas, não poderia ser de outro jeito. Foi assim mesmo que o Mestre dos Mestres ensinou seus alunos.

Que Deus conduza você pelos caminhos da comunhão, em amizade, partilhando da verdade e do amor, solidificando sua fé no discipulado vida a vida, é a minha oração!

A EDUCAÇÃO CRISTÃ E O ENSINO DE CRISTO

A EDUCAÇÃO CRISTÃ E O ENSINO DE CRISTO.

O ensino é o pulmão de uma igreja. Em Provérbios 19.8 lemos que: “aquele que adquire sabedoria ama a sua alma; aquele que abraça o entendimento prospera”.

No livro do profeta Oséias capítulo 4 versículo 6 lemos: “meu povo é destruído por falta de conhecimento”.

A qualidade no ensino da palavra é essencial para a formação de discípulos de Cristo. O cristão adquire conhecimento e valoriza os ensinamentos contidos na palavra.

“Compre a verdade e não a venda; adquira sabedoria, disciplina, e entendimento” (Provérbios 23.23).

Jesus dedicou à maior parte do tempo do seu ministério terreno para o ensino. Jesus foi o Mestre dos mestres no ensino. Jesus é o exemplo para todos os que desejam esse ministério tão importante ainda para os dias de hoje.

I. O ENSINO NAS ESCRITURAS

Segundo o dicionário português Aurélio, ensino significa: transmissão de conhecimentos, informações ou esclarecimento úteis ou indispensáveis à educação.

O que é ensinar? Segundo o pastor e teólogo Myer Pearlman, ensinar “é despertar a mente do aluno para captar e reter a verdade”.

A educação e o ensino sempre foram prioridades entre os judeus. A Bíblia está repleta de referências ao ensino e aos mestres.

O ministério de ensino ocupa espaço relevante no cristianismo e aparece na lista dos dons da graça de Deus: “se é ensinar, haja dedicação ao ensino” (Rm 12.7b).

O ensino no sentido bíblico, será bem definido pelos termos hebraicos utilizados pelos escritores sagrados. Encontramos no hebraico bíblico os seguintes termos:

Zãhar, que significa: ensinar, avisar, advertir, admoestar. O termo é usado quando Jetro, sogro de Moisés, aconselha o genro a ensinar as leis ao povo (Ex 18.20). O sentido mais frequente é avisar.

Lãmad, que é usado tanto para aprender, como para ensinar. O sentido principal desse verbo encontra-se ilustrado em Salmos 119. Aí se repete a palavra no refrão “ensina-me os teus preceitos” ou “teus decretos” ou “teus mandamentos” ou “teus juízos” (vv. 12, 26, 64, 66, 68, 108, 124, 135, 171).

Limmûd, discípulo, aquele que é ensinado. Aqueles que em Isaias 8.16, são ensinados, são discípulos do Senhor que conhecem a sua lei.

Talmîd, estudante discípulo. Só uma passagem é encontrada no AT, 1 Cr 25.8, emprega esta palavra. Na época dos rabinos o mestre da lei era chamado de rabino “talmîd”, e seus alunos eram conhecidos como “talmîdîm”, isto é, aprendizes.

No Novo Testamento encontramos os seguintes termos gregos:

Didasko, o significado deste verbo é: “ensinar, dar instrução, pessoas ensinadas, coisas ensinadas”, (Mt 4.23; 5.2; 7.29; 9.35; 15.9; 22.16;At 15.35; 18.11; Jo 14.26; Rm 12.7; 1Co 4.17; 1Tm 2.12; 4.11; Ap 2.14,20).

Paideuõ, instruir e treinar.

Katecheõ, Informar, instruir.

Heterodidaskaleõ, ensinar doutrina diferente (1Tm1.3; 6.3.

Didaktikos, classificado no ensino, apto para ensinar (1Tm 3.2; 2Tm 2.24.

Sempre pesou sobre o povo de Deus a responsabilidade de ensinar a Palavra de Deus.

Vejamos como se desenvolveu a instrução religiosa nos tempos bíblicos:

1. Nos dias de Moisés: Examinando o Pentateuco, vemos que no princípio, entre o povo de Deus, eram os próprios pais os responsáveis pelo ensino da revelação divina no lar. O lar, então, era de fato uma escola onde os filhos aprendiam a temer e amar a Deus (Dt 6.5-9; 11.18,19).

2. Na época dos Reis e Sacerdotes: Os sacerdotes eram mediadores entre Deus e o homem. Além do culto divino, eles tinham o encargo do ensino da Lei (Dt 24.8; I Sm 12.23; II Cr 15.3; Jr 18.18). Já os reis de Israel, quando piedosos e tementes à Deus, tinham a preocupação com a leitura e o ensino da Palavra de Deus para a nação (II Cr 17.7-9).

3. Durante o Cativeiro Babilônico: Nessa época, os judeus no exílio, privados do seu grandioso templo em Jerusalém, instituíram as sinagogas, que eram usadas como escola bíblica, casa de cultos e escola pública.

4. No pós-cativeiro: Nos dias de Esdras e Neemias, quando o povo retornou do cativeiro, houve um grande avivamento espiritual, originado pela leitura e ensino das Escrituras, como podemos observar nos capítulos 8 e 9 do livro de Neemias.

5. Durante o Ministério de Jesus: Jesus exerceu um tríplice ministério de cura, pregação e ensino da palavra de Deus (Mt 4.23; 9.35; Lc 20.1). Esse mesmo ministério tríplice foi ordenado e confiado à igreja (Mt 28.19; Mc 16.15-18).

6. Nos dias da Igreja: Após a ascensão do Senhor, os apóstolos e discípulos continuaram a ensinar. A igreja dos dias primitivos dava muita importância a esse ministério (At 5.41,42). Paulo e Barnabé, por exemplo, passaram um ano todo ensinando na igreja de Antioquia (At 11.26). Em Éfeso, Paulo ficou três anos ensinando (At 20.20,31) e em Corinto, ficou um ano e seis meses (At 18.11). Seus últimos dias em Roma foram ocupados com o ensino da Palavra de Deus (At 28.31).

II. JESUS, O MESTRE DOS MESTRES

“E aconteceu que, concluindo Jesus este discurso, a multidão se admirou da sua doutrina, porquanto os ensinava com autoridade e não como os escribas”. (Mateus 7.28,29).

O povo de Israel era acostumado a ouvir e aprender com bons mestres, e o povo de uma forma geral tinha por hábito estudar as leis. Quando o povo ouvia Jesus falar se admiravam da sua doutrina, e da autoridade com que ensinava, a ponto de concluírem:

 “…nunca homem algum falou assim como esse homem” (Jo 7.46).

O ensino de Jesus sobressaia em sabedoria e graça diante do ensino comum entre os Judeus. Por isso também Jesus foi odiado pelos mestres da época; pois onde quer que ele estivesse ensinando, as pessoas se reuniam para ouvi-lo. Nos ensinos de Jesus tanto havia profundidade, como as suas palavras eram vivas. Percebia-se no momento a ação da palavra com sinais e milagres que aconteciam entre o povo.

Uma das maiores declarações acerca de Cristo foi feita por Nicodemos. Ele disse a Jesus: “Rabi, bem sabemos que és Mestre, vindo de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele” (Jo 3.2). Das 90 vezes que alguém se dirigiu à Cristo nos Evangelhos, 60 vezes Ele é chamado de Mestre. Grande parte do ministério de nosso Senhor Jesus foi ocupado com o ensino (Mt 4.23; 9.35; Lc 20.1).

Jesus foi reconhecido como Mestre:

Nas sinagogas (Mt 9.35; 13.54; Mc 1.21);

Em casas particulares (Mt 9. 1-8)

No templo (Mt 21.23; Mc 11.17; 12.35);

Nas aldeias (Mc 6.6; Lc 13.22)

Nas cidades (Mt 11.1);

Pelas multidões (Mt 5.2; Mc 2.13; 4.1; 6.34)

Individualmente (João 3 e 4)

III. A PRÁTICA DO ENSINO DE JESUS

Jesus usou muitos métodos de ensino. Ele ensinava por parábolas, usando comparações para que o povo entendesse o sentido do ensino. Ensinava com simplicidade, a ponto de os símplices entenderem, e os sábios ignorarem. Ele também usava os recursos da época como: barco, montanha, sinagoga, templo etc.

Os métodos de ensino de Jesus Cristo variavam de acordo com a ocasião e a necessidade dos ouvintes. No entanto, podemos observar que:

1. Ele ensinou utilizando a linguagem do povo: Ele ensinou, principalmente, através de parábolas, utilizando a linguagem do povo. Seus ensinos eram repletos de ilustrações e exemplos do dia-a-dia, tais como: pesca, rede, peixe; árvore, fruto, solo, semente, etc. Para descrever, por exemplo, o amor de Deus pelos pecadores, ele falou sobre o pastor que saiu em busca de uma ovelha desgarrada e de um pai que esperava ansioso, o retorno de um filho que estava perdido (Lc 15.1-7, 11-24)

2. Ele ensinou alcançando o coração dos ouvintes: Os ensinos de Jesus não alcançavam só o intelecto dos ouvintes, mas, principalmente o coração. Eles eram ministrados no poder do Espírito Santo, qual resplendor de luz a dissipar lhes as trevas das dúvidas, implantando no seu coração profunda convicção da verdade. Um dos discípulos que o ouviram no caminho de Emaús, disse:  Porventura não ardia em nós o nosso coração quando, pelo caminho, nos falava, e quando nos abria as Escrituras? (Lc 24.32)

APRESENTOU-NOS JESUS DUAS FRENTES PARA SEU ENSINO.

O ensino na pregação do Evangelho. O ensino bíblico acompanha a pregação do Evangelho. Na passagem bíblica da “Grande Comissão” (Mt 28.19,20), são usados dois verbos para “ensinar”.

“Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo”.  (Mateus 28:19-20).

i-    O primeiro é “ensinai todas as nações”, “fazer discípulos”, pois o discipulado acompanha, necessariamente, a evangelização.

Todos os verbos estão no gerúndio, mas FAZER DISCÍPULOS é uma ordem.

a) Jesus não mandou fazer fãs – quem precisa de fãs são os artistas.

b) Jesus não mandou fazer admiradores – Atores e jogadores de futebol é que buscam admiradores.

c) Jesus não mandou apenas evangelizar e ganhar almas, abandonando os bebês espirituais – Ele quer discípulos.

d) Jesus não mandou apenas recrutar crentes e encher as igrejas de pessoas – Ele quer convertidos maduros.

Um discípulo é um seguidor. Isso implica:

1) Fazer do Reino de Deus seu tesouro;

2) Renunciar tudo por amor a Jesus;

3) Isso significa guardar as palavras de Jesus.

Hoje temos muita adesão e pouca conversão. Temos grande ajuntamentos e pouco quebrantamento. Temos igrejas cheias de pessoas vazias de Deus e vazias de pessoas cheias de Deus. Temos grandes multidões de buscam as bênçãos, mas não a Deus. São religiosos, mas não discípulos de Cristo.

ii-    O segundo, “ensinado-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado”, inclui ética e teologia. O Senhor Jesus ensinou, nesse sentido, durante todo o seu ministério.

a) Ensinar o que Jesus mandou (v. 19) – Não se trata de ensinar “achiologia”, modismos, tradições humanas, legalismo. Paulo diz que devemos anunciar todo o desígnio de Deus.

b) Ensinar todas as coisas (v. 19) – Não apenas as mais agradáveis. Devemos ensinar toda a verdade, toda a Palavra, dar não apenas o leite, mas também o alimento sólido.

c) Ensinar a guardar – Ensinar não é apenas guardar na cabeça, mas obedecer. O discípulo é aquele que obedece. Hoje, as pessoas querem conhecer, mas não querem obedecer. “Vós sois meus discípulos se fazeis o que eu vos mando”.

Conclusão

“E percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas suas sinagogas, e pregando o evangelho do Reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo” (Mt 4.23).

Depois da ascensão de Jesus, os apóstolos deram continuidade ao seu ministério de ensino (At 18.11; 20.31). Deus ainda hoje tem concedido a muitos em sua Igreja o dom de ensinar, a fim de que o Corpo de Cristo seja aperfeiçoado e edificado (Ef 4.12).

“E ele designou alguns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres, com o fim de preparar os santos para a obra do ministério, para que o corpo de Cristo seja edificado”.  (Efésios 4.11-12).

É aqui que se define a grande motivação para a aceitação do tão grande e desafiador Ministério de Educação Cristã: preparar os santos para a obra do ministério. Que Deus nos capacite. Que nossos mestres aceitem tão nobre e abençoada missão.

Pr Carlos Elias de Souza Santos



Referências Bibliográficas.

BIBLIA. Português. Bíblia Sagrada. Tradução: João Ferreira de Almeida.  Ed. rev. e Corrigida.  São Paulo: Geográfica Editora, 2013.
FERREIRA, A. B. H. Aurélio século XXI: o dicionário da Língua Portuguesa. 3. ed. rev. e ampl. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.
PEARLMAN, Myer. Ensinando com Êxito na Escola Dominical. São Paulo: Editora vida, 1995. 145p.
RICHARDS, Lawrence. Teologia da educação cristã. 2 ed. São Paulo: Editora Vida Nova, 1983. 272p.
HAYWARD, Armstrong. Bases da Educação Cristã. Trad. de Merval de Souza Rosa. 2. Ed. Rio de Janeiro: Juerp, 1994. 176p.

LIÇÕES DE SODOMA E GOMORRA

LIÇÕES DE SODOMA E GOMORRA
Mateus 10.11-15 e 2 Pedro 2.6

“11.E, em qualquer cidade ou aldeia em que entrardes, procurai saber quem nela seja digno, e hospedai-vos aí, até que vos retireis.
 12. E, quando entrardes nalguma casa, saudai-a;
 13. E, se a casa for digna, desça sobre ela a vossa paz; mas, se não for digna, torne para vós a vossa paz.
 14. E, se ninguém vos receber, nem escutar as vossas palavras, saindo daquela casa ou cidade, sacudi o pó dos vossos pés.
15. Em verdade vos digo que, no dia do juízo, haverá menos rigor para o país de Sodoma e Gomorra do que para aquela cidade”. (Mateus 10.11-15).

Em cada exemplo que encontramos na Bíblia Sagrada devemos tirar lições:

“E condenou à destruição as cidades de Sodoma e Gomorra, reduzindo-as a cinza, e pondo-as para exemplo aos que vivessem impiamente”. (2 Pedro 2.6).

Que lições nós poderíamos hoje encontrar do acontecido com Sodoma e Gomorra?

Quando olho para o nosso mundo contemporâneo, me pergunto:

O mundo está melhorando ou piorando?

Qual a participação da igreja no processo de melhora ou mesmo sua omissão no processo de piora?

Diante do atual quadro de nossa sociedade moderna, diante do desespero que se encontram as nossas cidades, vamos então procurar retirar algumas lições da vida de Abraão no episódio de Sodoma e Gomorra.

1. Os pecados de uma cidade não passam desapercebidos aos olhos de Deus.

• Os pecados de Sodoma e Gomorra se agravaram diante Deus

• 2.  Somente se experimenta a misericórdia de Deus sobre uma cidade através da presença dos santos e fiéis.

• Deus não oculta de Abraão o que está por fazer (18.18)

• Cada Cristão deve interceder diante Deus em favor de sua cidade

• No caso de Abraão a intercessão é persistente (5 vezes Abrãao pediu o favor de Deus – começou com 50 justos, depois 45, 40, 30, 20 e 10).

Na visão do Apóstolo Pedro, Sodoma e Gomorra,  foram reduzidas a cinza, para servirem de exemplo aos que vivessem impiamente. Certo?

Qual era então o pecado de Sodoma? 

Conta-nos o livro de Gênesis que os moradores de Sodoma e Gomorra eram maus e profundamente pecadores. Esse pecado adquiriu tal gravidade na época de Abraão que Deus, em um evento único em toda a Bíblia, decidiu destruir inteiramente aquelas cidades.

Diz a narrativa:

“Então o Senhor fez chover enxofre e fogo sobre Sodoma e Gomorra – do Senhor desde o céu. Subverteu, pois, aquelas cidades, e toda aquela planície, e todos os moradores daquelas cidades, e o que nascia da terra. (Gênesis 20.25)

Há constantes referências na Bíblia a este evento, que alertam para a sua destruição repentina e total. A iniquidade em Sodoma era tal que os seus moradores não tinham pudor de pecar em público:

“O aspecto do seu rosto testifica contra eles; e publicam os seus pecados, como Sodoma; não os dissimulam. Ai da sua alma! Porque fazem mal a si mesmos. (Isaías 3:9).

Contudo, que pecado tão grave era esse?

A Bíblia não descreve nominalmente que pecado era esse.

Mas era algo que tinha atingido níveis graves no momento em que Deus anuncia a Abraão a iminente destruição das cidades.

“O clamor de Sodoma e Gomorra tem se multiplicado tanto, e o seu pecado se tem agravado de tal maneira que descerei, e verei se de fato o que têm praticado corresponde a esse clamor que é vindo até mim. Se não, sabê-lo-ei.” (Gênesis 18.20-21).

A fim de tornar evidente aos homens os seus pecados, Deus então enviou dois varões (que eram anjos) à cidade, e estes foram recebidos na casa de Ló. À noite, porém, os moradores (“os homens de Sodoma, desde o moço até o velho”) cercaram a casa e exigiram que Ló entregasse os visitantes (“traze-os para fora, para que os conheçamos”). Na condição de hospedeiro, Ló não aceitou e até ofereceu suas duas filhas para os moradores, mas eles não quiseram e agrediram Ló, forçando a porta da casa.

Então os dois anjos “feriram de cegueira os homens que estavam do lado de fora, desde o menor até o maior, de modo que se cansaram de procurar a porta” (Gênesis 19.4-11).

Analisando essas narrativas, ficou evidente para dezenas de gerações que nos precederam – e também alguns pregadores atuais – que o pecado de Sodoma era bastante específico: a sodomia.

Segundo o dicionário Houaiss, a primeira vez em que foi utilizado o termo sodomia foi no século XII, referindo-se à relação homossexual[ii]. Os navegadores espanhóis relatam que os nativos das Antilhas e da Flórida eram ‘sodomitas’[iii], ou seja, em algumas ocasiões os marinheiros presenciaram indivíduos do sexo masculino praticando sexo com outros homens.

A interpretação e a identificação de Sodoma com a homossexualidade (ou, ao menos, a certas práticas associadas a ela) tornou-se tão forte que algumas versões da Bíblia traduziram em 1Reis 15.12[v] como ‘sodomitas’ para se referir aos que praticavam a prostituição de santuário e foram expulsos pelo rei Asa.

“Porque tirou da terra os sodomitas, e removeu todos os ídolos que seus pais fizeram”. (1 Reis 15:12).

“Expulsou do país os prostitutos cultuais e se desfez de todos os ídolos que seu pai havia feito. (1 Reis 15:12). NVI

Pense e considere que neste episódio acontecido com Ló e seus compatriotas, quando houve uma tentativa de se abusar violentamente dos dois visitantes, todo o povo se juntou diante da casa de Ló (“desde o moço até o velho; todo o povo de todos os lados”). As filhas de Ló são oferecidas, ficando clara a recusa dos moradores pelas filhas de Ló.

Por que uma cena tão lamentável como essa precisou acontecer pelas ruas de Sodoma? Deus já não sabia sobre o pecado de Sodoma?

DEUS SABE DE TODAS AS COISAS. Não podemos afirmar, seguindo uma leitura atenta do texto bíblico (e em conformidade com o princípio da onisciência divina), que Deus não conhecia qual era o pecado dos habitantes de Sodoma. O que Deus pretendia então com a presença daqueles anjos naquela cidade? Certamente que Deus planejava tornar transparente as misérias e mazelas que estavam sendo praticadas naquele lugar. A permissão de Deus tem exatamente esse propósito. As multidões ao redor saberiam que Deus agiu com justiça, mas nunca sem usar de misericórdia para com os que nele confiam.

Deus sabe qual era o pecado, nós certamente é que não sabemos.

Procurando ampliar a sua linha de interpretação, alguns comentadores pretenderam ter encontrado o pecado de Sodoma na ‘inospitalidade’ dos seus moradores, sem qualquer alerta sobre a imoralidade sexual. E apresentam como justificativa o seguinte comentário do próprio Cristo:

“E tu, Cafarnaum, erguer-te-ás até os céus? Serás abatida até o inferno. Se em Sodoma tivessem sido feitos os milagres que em ti operaram, ela teria permanecido até hoje. Porém, eu vos digo que haverá menos rigor para os de Sodoma, do que para ti.” (Mateus 11.23-24)

Imagine O Senhor usando um rigor maior do que o de Sodoma na correção e no juízo. Consequência de não receber bem a Cristo e aos seus sinais milagrosos evidentes.

O senso comum de interpretação deste episódio da destruição destas cidades, procura ser o mais simples possível ao considerar o exemplo do que diz a carta de Judas:

“Assim também Sodoma e Gomorra, e as cidades circunvizinhas que, havendo-se prostituído como aqueles, e ido após outra carne, foram postas como exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno. Contudo, semelhantemente também estes falsos mestres, sonhando, contaminaram a sua carne, rejeitaram toda a autoridade, e blasfemaram das dignidades”. (Judas 7 e 8)

O que acreditamos é que quando Jesus comparou Cafarnaum a Sodoma, não estava se referindo apenas (e nem principalmente) à inospitalidade, mas à falta de piedade e arrependimento que as cidades da Galileia demonstraram diante da operação de milagres naquelas cidades. Isaías seguiu o mesmo critério quando chamou os poderosos de Judá por ‘Sodoma’, e o povo, por ‘Gomorra’ (Isaías 1.9-10).

“Se o Senhor dos exércitos não nos deixara alguns sobreviventes, já como Sodoma seríamos, e semelhantes a Gomorra. Ouvi a palavra do Senhor, governadores de Sodoma; dai ouvidos à lei do nosso Deus, ó povo de Gomorra. De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios? diz o Senhor. Estou farto dos holocaustos de carneiros, e da gordura de animais cevados; e não me agrado do sangue de novilhos, nem de cordeiros, nem de bodes”. (Isaías 1.9-11).

Nossa conclusão até aqui: Cremos absolutamente que Sodoma e Gomorra sejam um exemplo claro de cidade com grave prática de imoralidade e prostituição. Contudo cremos também que outros graves pecados ali eram praticados.

“Tão certo como eu vivo, diz o Senhor Deus, não fez Sodoma, tua irmã, ela e suas filhas, como fizeste tu e tuas filhas. Ora, foi esta a maldade de Sodoma, tua irmã: soberba, fartura de pão, e abundância de ociosidade teve ela e suas filhas, mas nunca amparou o pobre e o necessitado.”   (Ezequiel 16.48-49)

Cremos que os habitantes de Sodoma, como muita gente hoje em dia, tinham abundância de bens materiais, porém não se solidarizavam com as necessidades dos pobres e adoravam ídolos.
Portanto, se Sodoma deve ser comparada com alguém hoje em dia, essa comparação recaiu sobre o conjunto sociedade com sua injustiça em relação aos pobres, e não somente ao declínio moral dessa mesma sociedade.

Sabemos no texto lido que Ezequiel não está se referindo realmente à Sodoma, e sim fazendo uma comparação dos efeitos do seu pecado (que, no caso de Judá, não eram imorais do ponto de vista sexual, mas material). E sendo assim, não podemos deixar de perceber a “comparação” que ficou estabelecida com este exemplo.

A questão aqui é enfatizar que Jerusalém não cometia provavelmente os mesmos pecados, mas outros que igual juízo merecem da parte de Deus:

“Todavia não andaste nos seus caminhos, nem fizeste conforme as suas abominações; mas, como se isto fosse muito pouco, ainda te corrompeste mais do que elas, em todos os seus caminhos” (Ezequiel 16.47)

Para Ezequiel, o pecado dos seus contemporâneos era ainda mais grave que o de Sodoma, porque Jerusalém já tinha conhecimento DO QUE HAVIA ACONTECIDO COM SODOMA, já tinha conhecimento dos mandamentos de Deus e, ao violá-los, cometera abominações ainda piores que aquelas que levaram Sodoma à destruição.

É comum que pregadores bíblicos lembrem de Sodoma e Gomorra como alerta de destruição contra o comportamento da sociedade ou de pequenos grupos (no caso mais comum, os pecados de sexualidade), o que fornece um motivo ‘divino’ para catástrofes, ataques ou desastres naturais. A imoralidade sexual é muitas vezes a única justificativa para tais acontecimentos.

Mas também é comum que outros pregadores retirem qualquer conotação sexual do pecado de Sodoma e atribuam a sua iniquidade a comportamentos políticos ‘modernos’ (restrição a imigrantes ilegais ou a falta de políticas de bem estar social, por exemplo).

As lições de Sodoma e Gomorra precisam ser assimiladas por nós ainda Hoje:

Deus poderia ter corrigido apenas algumas famílias, algumas pessoas, como por exemplo foi o caso de Acã, onde o Senhor identificou um pecador dentre tantos. Por que neste caso o Senhor nosso Deus puniu os pecados em coletividade? Corrigiu duas cidades, punindo seus pecados como sociedade organizada e não de forma individualizada?

Mahatma Gandhi consegue ao meu ver e no meu entendimento ilustrar o que ele decidiu chamar de SETE PECADOS SOCIAIS:

-Política sem princípios (Escrúpulos)

-Riqueza sem trabalho

- Prazer sem consciência (Responsabilidade)

- Conhecimento sem caráter

-Comércio sem moralidade

-Ciência sem humanidade

-Culto sem sacrifício.

Quando analisamos a presença desses 7 comportamentos pecaminosos numa sociedade, conseguimos então sentir e perceber um pouquinho do que o Senhor manifestou quando da sua ira corretiva sobre Sodoma e Gomorra. Há muitos pecados para além da imoralidade sexual.

O que realmente sabemos sobre os pecados de SODOMA E GOMORRA analisando os relatos bíblicos?

O que sabemos é que o pecado de Sodoma não é um mistério. A Bíblia nos fornece indicações claras sobre ele:

1. Existiam pecados de natureza sexual. Essa compreensão, quando realmente faz referência a Sodoma (e não a uma metáfora), deixa claro a natureza essencialmente sexual do pecado que elevou seu clamor até Deus. A punição é um exemplo aos que vivem de maneira ímpia.

Como se lê em 2Pedro 2.7,

“Também condenou as cidades de Sodoma e Gomorra, reduzindo-as a cinzas, tornando-as exemplo do que acontecerá aos ímpios; mas livrou Ló, homem justo, que se afligia com o procedimento libertino dos que não tinham princípios morais”. (2 Pedro 2:6-7).

2. O Pecado era Público. Os moradores de Sodoma não escondiam dos demais a sua vida pecaminosa. Quando tentaram violar a casa de Ló, todos se juntaram nessa tentativa, entendendo que o estupro dos visitantes era uma prioridade, mesmo que o intercurso com eles não fosse prática de todos.

“Ainda não tinham ido deitar-se, quando todos os homens de toda parte da cidade de Sodoma, dos mais jovens aos mais velhos, cercaram a casa”. (Gênesis 19.4).

3. Era um pecado de desigualdade social.

"Saia da frente! ", gritaram. E disseram: "Este homem chegou aqui como estrangeiro, e agora quer ser o juiz! Faremos a você pior do que a eles". Então empurraram Ló com violência e avançaram para arrombar a porta.  (Gênesis 19:9).

4. Era um pecado com grave contorno violento.

“...e lhes disse: "Não, meus amigos! Não façam essa perversidade!” (Gênesis 19:7).

“...Faremos a você pior do que a eles". Então empurraram Ló com violência e avançaram para arrombar a porta.” (Gênesis 19:9).

Os moradores de Sodoma –  intentaram uma ação brutal contra Ló e os enviados de Deus. Esse desfecho está relacionado com a natureza do pecado de Sodoma. Não foi um incidente secundário.

A intenção de Deus em enviar seus anjos à cidade (“verei se de fato o que têm praticado corresponde a esse clamor que é vindo até mim”) foi realmente tornar evidente o ponto em que os sodomitas – agora podemos chamá-los assim – poderiam chegar.

Sodoma e Gomorra não existem mais. Sua rebeldia contra o Senhor – manifestada em uma pecaminosidade extrema – foi o caminho que levou à sua destruição.

Vez por outra alguém vê por aí uma nova Sodoma, uma nova Gomorra, para dar uma vestimenta bíblica às suas próprias condenações morais ou a agendas políticas suspeitas.

Mas um castigo aguarda pelos ‘sodomitas’ de qualquer época, e terão que prestar conta tanto do pecado que praticam quanto pelos que levam outros a fazer. Também sei que um castigo aguarda todos aqueles que vivem de forma ímpia e na ausência de arrependimento pelos seus pecados, quais sejam eles.

AS LICÕES QUE APRENDEMOS DE SODOMA E GOMORRA.

“...se, reduzindo a cinza as cidades de Sodoma e Gomorra, condenou-as à destruição, havendo-as posto para exemplo aos que vivessem impiamente; e se livrou ao justo Ló, atribulado pela vida dissoluta daqueles perversos.”  (2 Pedro 2:6-7).

AS LIÇÕES QUE DEVEM SER APLICADAS PARA CADA UM DE NÓS HOJE.

“...também sabe o Senhor livrar da tentação os piedosos, e reservar para o dia do juízo os injustos, que já estão sendo castigados; especialmente aqueles que, seguindo a carne, andam em imundas concupiscências, e desprezam toda autoridade. Atrevidos, arrogantes, não receiam blasfemar das dignidades”. (2 Pedro 2: 9-10).

“...tendo os olhos cheios de adultério e insaciáveis no pecar; engodando as almas inconstantes, tendo um coração exercitado na ganância, filhos de maldição...” (2 Pedro 2:14).

“Estes são fontes sem água, névoas levadas por uma tempestade, para os quais está reservado o negrume das trevas”. (2 Pedro 2:17).

O QUE FAZER DIANTE DE TAL REALIDADE?

•    Pratique Retidão e Justiça. (Gênesis 18.16-19).

“E levantaram-se aqueles homens dali e olharam para a banda de Sodoma; e Abraão ia com eles, para os encaminhar.
 E disse o Senhor: Ocultarei eu a Abraão o que faço,
 visto que Abraão certamente virá a ser uma grande e poderosa nação, e por meio dele serão benditas todas as nações da terra?
 Porque eu o tenho escolhido, a fim de que ele ordene a seus filhos e a sua casa depois dele, para que guardem o caminho do Senhor, para praticarem retidão e justiça; a fim de que o Senhor faça vir sobre Abraão o que a respeito dele tem falado.  (Gênesis 18:16-19).

Cada cristão nascido de novo deve servir de testemunho aos pecadores. Fomos salvos para que outros venham a conhecer o poder salvador de Jesus Cristo através do nosso testemunho cristão.

•    Demonstre compaixão para com os pecadores. (Gênesis 18.23-33).

“E chegando-se Abraão, disse: Destruirás também o justo com o ímpio?
 Se porventura houver cinquenta justos na cidade, destruirás e não pouparás o lugar por causa dos cinquenta justos que ali estão?
 Longe de ti que faças tal coisa, que mates o justo com o ímpio, de modo que o justo seja como o ímpio; esteja isto longe de ti. Não fará justiça o juiz de toda a terra?” (Gênesis 18:23-25).

Ninguém deve deixar de orar por aqueles que estão sendo devorados pelos seus pecados. Precisamos usar de compaixão e buscar em oração a misericórdia do Senhor para com o seu povo.

Conclusão:

Certamente que Deus espera mais de nós na cidade. Se ganharmos as cidades, ganharemos o mundo para Cristo. Sejamos fiéis testemunhas de Jesus Cristo, intercedamos por nossas cidades, demonstremos mais compaixão para com as almas perdidas.

A BATALHA ESPIRITUAL DE CADA UM

A BATALHA ESPIRITUAL DE CADA UM

Texto: Efésios 6.10-18

10. Finalmente, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder.
 11. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes permanecer firmes contra as ciladas do Diabo;
12.  pois não é contra carne e sangue que temos que lutar, mas sim contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes do mundo destas trevas, contra as hostes espirituais da iniquidade nas regiões celestes.
13. Portanto tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, permanecer firmes.
14. Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a verdade, e vestida a couraça da justiça,
15. e calçando os pés com a preparação do evangelho da paz,
16. tomando, sobretudo, o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do Maligno.
 17.Tomai também o capacete da salvação, e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus;
 18. com toda a oração e súplica orando em todo tempo no Espírito e, para o mesmo fim, vigiando com toda a perseverança e súplica, por todos os santos,                                                                               (Efésios 6:10-18).

I - Resumo do tema

Todos nós temos batalhas, e não há quem viva sem elas. O tema de hoje é A Batalha Espiritual de Cada Um. No texto de Efésios Paulo está tratando de uma batalha invisível. Não a vemos, mas, não há qualquer dúvida, ela está aí.

Não sei se você já percebeu, mas os homens são atraídos por batalhas. Futebol, Esportes, Basquete, Lutas e tudo mais. Por que tanta empolgação por causa dessas coisas? O homem nasceu e foi criado para se engajar em alguma coisa. O homem foi feito para lutar.  Quando não consegue se envolver numa luta de verdade ele acaba por se engajar em alguma coisa que o faça se sentir lutando.

No campo Batalha Espiritual a pergunta mais comum é: Quem está no controle? - Muitas vezes, no meio de nossas batalhas diárias, nos encontramos fazendo essa pergunta. A verdade é que, essa é uma batalha onde nem sempre podemos apontar nosso real opositor. São batalhas travadas no interior da nossa consciência, que nos levam à exaustão, que nos tiram o sono, que nos afastam da comunhão com o Pai. Não é por acaso que uma das metáforas que a Bíblia usa para descrever a vida cristã é a figura de um soldado – (2 Tm 2.3).

“Tu pois, sofre as aflições, como bom soldado de Jesus Cristo.” (2 Timóteo 2:3).

Temos que admitir: existe uma batalha à nossa volta. Uma batalha feroz, algumas vezes até mortal, na qual estamos envolvidos diariamente. E, se desejamos viver de maneira santa, de maneira íntegra, de forma a agradar o nosso Senhor, podemos esperar que a batalha se acentue. Quanto mais perto de Deus quisermos estar, maiores serão os ataques. O Diabo não pode atingir Deus, mas ele pode ameaçar e ferir aqueles a quem Deus ama. Foi assim com Jó, e foi assim com Jesus.

Em I Pedro 5.8 lemos: “Estejam alertas e vigiem. O Diabo, o inimigo de vocês, anda ao redor como um leão, rugindo e procurando a quem possa devorar”.

Quando escreveu a carta aos Efésios Paulo estava preso. Durante o tempo na prisão, muitas vezes ele viu soldados preparados para sua batalha diária, uma vez que haviam sido escalados para guardar os presos e a própria cadeia. A linguagem que Paulo usa nessa carta tem muito a ver com o ambiente que ele estava experimentando.

II Nossa batalha espiritual

Desde que fomos transportados do império das trevas para o império da maravilhosa luz de Jesus uma batalha contínua passou a fazer parte da nossa vida. O Diabo perdeu o domínio final sobre nós, e agora, como cidadãos de um novo Reino, nossa vida dever refletir aquilo que o Rei é. Inconformado com esta perda, o inimigo sempre procura destruir-nos e atingir Deus através de nós.

A ARMADURA DE DEUS - O texto não deixa dúvida. Paulo recomenda que vistamos a armadura de Deus para ficarmos firmes contra as ciladas do Diabo.

A armadura de Deus é: Salvação, fé, justiça, Palavra de Deus, Verdade e Evangelho. Ela nos fará permanecer firmes contra as ciladas do Diabo.

Alguns negam a existência do Diabo e outros exacerbam sua existência, vendo-o em tudo, ou culpando-o por tudo que de ruim que acontece na vida. Na verdade, nem uma coisa nem outra está correta. O Diabo existe e trabalha contra nós para nos afastar de Deus. A Bíblia é clara ao referir-se a Satanás como um ser real. No início ele tentou usurpar a gloria de Deus, apesar de ter sido criado com toda beleza (Isaias 14:12-17; Ezequiel 28:1-10).

Mais tarde, ele apareceu no Jardim do Éden em forma de uma serpente e levou Adão e Eva a desobedecerem a Deus (Gênesis 3). Jesus, no início do seu ministério, falou com Satanás bem como sobre Satanás (Lucas 10.18; João 8.44). Tanto os apóstolos como o autor do livro aos Hebreus falam a respeito de Satanás como um ser pessoal, que pensa, que age, que causa mal a humanidade, que vive nos espreitando. Nas Escrituras vemos o Diabo distorcendo as Escrituras como em Mateus 4:6 e procurando impedir o trabalho daqueles que servem a Deus (I Tessalonicenses 2.18).

O sentido da palavra cilada, no texto de Efésios, é de método, esquema, estratégia. O Diabo é astuto e sabe qual a melhor estratégia para abordar cada um dos filhos de Deus. Toda pessoa saudável deseja crescer, evoluir, desenvolver-se, e não há nada de errado nisso. A questão é que o Diabo se aproveita da ambição humana, e com seus esquemas, procura levar as pessoas a jogarem fora os princípios bíblicos e a fazerem qualquer coisa para alcançar o tão sonhado “sucesso na vida”.

Quando estamos diante de pessoas possuídas pelo Diabo não é tão difícil ver a batalha espiritual. Sim, a possessão demoníaca existe, Jesus expulsou demônios. Mas quando lidamos com o inimigo em uma forma invisível, a batalha se torna mais difícil.

III - As armas que Deus nos dá

Assim como é certo que teremos batalhas, também é certo que teremos vitórias. Deus não deseja que vivamos derrotados. Ele nos deu recursos suficientes para triunfarmos diante das batalhas. Isso não tem nada a ver com triunfalismo, aquela ideia de que, pelo fato de sermos salvos por Jesus, não vamos enfrentar lutas, que as dificuldades não nos atingirão.

O rei Davi perdeu uma batalha, desobedeceu, foi castigado, mas foi restaurado. O apóstolo Paulo foi impedido de ir a Tessalônica, mas, mais tarde ele pode ir. O inimigo tem certas permissões de Deus em nossas vidas. Ele tem limites, não o poder total. Só Deus tem o controle sobre nossa vida.

Nas instruções de Paulo encontramos diversos imperativos. Não vagas ideias, não sugestões, mas imperativos.

•    O primeiro imperativo diz: “Fortaleçam-se no Senhor e no seu forte poder”.

Para vivermos uma vida vitoriosa precisamos entender que não temos forças em nós mesmos. A força para a batalha vem do alto, a força vem do Senhor. Fortaleçam-se no Senhor, diz o texto. Em Efésios 1:19-20, Paulo escreve que o mesmo poder que levantou Jesus dentre os mortos, é o poder que opera em nós.

“...e qual a suprema grandeza do seu poder para conosco, os que cremos, segundo a operação da força do seu poder, que operou em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar-se à sua direita nos céus...” (Efésios 1:19-20).

Por que antes do versículo: “Fortaleçam-se no Senhor e no seu forte poder”.  Paulo se utilizou da expressão FINALMENTE? Cremos que ele estava nos mostrando a armadura e as armas de uma batalha na qual ele já havia feito referência em capítulos anteriores.

Para compreendermos a questão, vamos dividir o livro de Efésios e 3 partes e você entenderá melhor o que isso significa:

Parte I - Efésios do capítulo 1 ao 3 – Nesta parte Paulo apela para que Sejamos Devotados a Jesus Cristo.

“..que Cristo habite pela fé nos vossos corações, a fim de que, estando arraigados e fundados em amor, possais compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios até a inteira plenitude de Deus. (Efésios 3.17-19).

Uma grande batalha será travada para que tal devoção se cumpra em nossas vidas.

Parte II- Efésios 4 e 5 – O apóstolo Paulo desafia os Cristãos para que: “Vivam desse modo”.

“...que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados”. (Efésios 4:1).

Nestes capítulos Paulo nos apresenta alguns campos de Batalha tremendos. Lugares onde deveremos “pelejar” para alcançar uma vida e uma conduta que agrade ao Senhor.

•    No relacionamento na Igreja (Efésios 4.12)
•    No Abandono da velha vida (Efésios 4.17-31)
•    No relacionamento com sua mulher (5.25)
•    No Relacionamento com o Marido (5.22)
•    No Relacionamento com os Pais (6.1-2)
•    No Relacionamento com os filhos. (6.4)

Sem nenhuma dúvida aqui estão campos tremendos de batalha que precisam ser bem administrados ao longo de nossa vida cristã.

Parte III – FINALMENTE - Efésios 6 – Fortalecei-vos no Senhor.

Aqui o Apóstolo Paulo se propôs a dizer Como?

•    O segundo imperativo que encontramos no texto diz: “Vistam toda a armadura de Deus”.

A instrução do texto é para que continuamente vistamos a armadura de Deus. Não é de vez em quando, não é em ocasiões especiais, não é para certas batalhas, mas é sempre. Vistam a armadura de Deus e não tirem mais. Devemos vestir a armadura de Deus para não cair nas ciladas do Diabo e para resistir no dia mau. As ciladas já vimos que são as artimanhas, as estratégias do Diabo para nos derrotar.

Romanos 13:12 - A noite está terminando, e o dia vem chegando. Por isso paremos de fazer o que pertence à escuridão e peguemos as armas espirituais para lutar na luz.

O dia mau é o dia difícil, no qual recebemos a informação pior possível. Em dias assim somos tentados a pensar que Deus nos abandonou, que não vale a pena seguir a Jesus, que aqueles que não estão nem aí para Deus têm uma vida melhor. Para enfrentar as ciladas e os dias maus precisamos de toda a armadura de Deus.

•    O terceiro imperativo diz: “mantenham-se firmes”.

Essa instrução tem a ver com o momento pós vitória. Nessa hora temos a tendência de baixar a guarda e de achar que a batalha terminou. Pensamos que merecemos descanso e deixamos de vigiar e de orar. Quando a questão é a batalha espiritual, não podemos descansar nunca. “Orem no Espírito em todas as ocasiões, com toda oração e súplica”, diz o texto.

“...com toda a oração e súplica orando em todo tempo no Espírito e, para o mesmo fim, vigiando com toda a perseverança e súplica, por todos os santos...). (Efésios 6:18).

Nunca devemos deixar de orar. A vitória de um dia não garante a vitória do dia seguinte.

LUTE! Essa será sua grande batalha: Lute para se parecer com Cristo, Lute para andar em amor, lute para amar e ser fiel à sua esposa, lute para educar e admoestar seus filhos em amor, lute para manter-se firme no Senhor.

Por fim, podemos ter certeza que as batalhas da vida continuarão. Devemos, entretanto, manter nosso olhar na vitória definitiva de Jesus, na cruz do calvário. Quando foi crucificado, Jesus derrotou Satanás para sempre. As batalhas continuarão, mas a vitória no Senhor é certa.