BEM AVENTURADOS OS QUE SOFREM PERSEGUIÇÃO POR CAUSA DA JUSTIÇA

BEM AVENTURADOS OS QUE SOFREM PERSEGUIÇÃO POR CAUSA DA JUSTIÇA.

“Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus”.  (Mateus 5.10).

Perseguidos Por Causa da Justiça...

PERSEGUIDOS

O mundo ama o pecado e aborrece a justiça, e foi essa a causa de sua hostilidade para com Jesus. Todos quantos recusam Seu infinito amor, acharão o cristianismo um elemento perturbador. A luz de Cristo espanca as trevas que lhes cobrem os pecados, patenteando-se a necessidade de reforma. Ao passo que os que se submetem à influência do Espírito Santo começam lutar consigo mesmos, os que se apegam ao pecado combatem contra a verdade e seus representantes.

Aqui Cristo se refere em primeiro lugar à perseguição sofrida no processo de abandonar o mundo e voltar-se a Deus. Desde a entrada do pecado, existiu inimizade entre Cristo e Satanás, entre o reino dos céus e o reino deste mundo, e entre os que servem a Deus e os que servem a Satanás

“E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”. (Gênesis 3:15)

“E houve batalha no céu; Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão, e batalhavam o dragão e os seus anjos” (Apocalipse 12:7).

Este conflito tem de continuar até que os reinos do mundo venham a ser de nosso Senhor e de seu Cristo,

“E o sétimo anjo tocou a sua trombeta, e houve no céu grandes vozes, que diziam: Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre”. (Apocalipse 11.15).

Paulo advertiu os crentes que através de muitas tribulações teriam de entrar no reino de Deus.

“Confirmando os ânimos dos discípulos, exortando-os a permanecer na fé, pois que por muitas tribulações nos importa entrar no reino de Deus.”  (Atos 14.22).

Os cidadãos do reino celestial podem esperar tribulações neste mundo:

“Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo”.  (João 16:33).

Os inimigos do reino celestial perseguiram a Cristo, o Rei, e se espera que persigam a seus súditos leais.

“Lembrai-vos da palavra que vos disse: Não é o servo maior do que o seu senhor. Se a mim me perseguiram, também vos perseguirão a vós; se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa”. (João 15.20).

E também todos os que querem viver piedosamente em Cristo Jesus padecerão perseguição.

“E também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições”.  (2 Timóteo 3.12).

...DELES É O REINO DOS CÉUS. 

Se sofremos, também reinaremos com ele.


“Palavra fiel é esta: que, se morrermos com ele, também com ele viveremos; Se sofrermos, também com ele reinaremos; se o negarmos, também ele nos negará; (2 Timóteo 2:11-12).

Quem mais sofre por Cristo são os que melhor podem apreciar quanto sofreu ele por eles. É apropriado que na primeira bem-aventurança e na última esteja a segurança de que essas pessoas serão súditos do reino. Os que cumprem com as oito condições aqui enumeradas para ser cidadãos, são dignos de um lugar no reino.

A BEM-AVENTURANÇA DE SOFRER POR CRISTO

Uma das qualidades importantes de Jesus era sua honra e transparência. Nunca deixou dúvida alguma a alguém que pretendesse segui-lo. Estava seguro que não viera para conceder uma vida fácil, mas fazer pessoas grandes.

Nos custa alcançar o que sofreram os cristãos primitivos. Todos sofreram intensamente.

1. SER CRISTÃO AFETARIA SEU TRABALHO

Suponhamos que um cristão primitivo era pedreiro. Parece ser uma função inofensiva. Suponhamos que sua empresa tenha um contrato para construir um templo de um dos deuses pagãos. Que faria este homem?

Suponhamos que o cristão fosse um alfaiate, e que fosse encarregado de tecer vestimentas para os sacerdotes pagãos. Que faria este homem?

Nesta situação em que os primeiros cristãos se encontravam, existiam poucos trabalhos em que não houvesse conflito entre os interesses comerciais e sua lealdade a Jesus Cristo.

2. SER CRISTÃO AFETARIA A SUA VIDA SOCIAL.

No mundo antigo, a maior parte das festas eram celebradas no templo de algum deus. Eram raros os sacrifícios que se queimavam completamente o animal no altar. Muitas vezes eram queimadas pequenas partes do animal como um sacrifício simbólico. Os sacerdotes recebiam como oferendas de seu ofício parte da carne, e outra parte devolviam ao adorador. Com sua parte fazia uma festa para seus parentes e amigos. Um dos deuses mais populares era Serapis. Quando a festa era celebrada em seu Templo, os convites diziam assim: Convido-te a cear comigo, na mesa de nosso senhor Serapis.

(Serápis foi uma divindade sincrética helenístico-egípcia da Antiguidade Clássica. Seu templo mais célebre localizava-se em Alexandria, no Egito. Seu símbolo era uma cruz).

Poderia um cristão participar de uma oferta oferecida em um templo pagão? Até as comidas corriqueiras eram oferecidas como libação, e um copo de vinho era derramado em honra aos deuses. Era como o nosso dar graças pelo alimento. Poderia um cristão participar de um gesto pagão como este? Novamente vemos que a resposta cristã era clara. Um cristão tinha que se  afastar de seus amigos antes de prestar sua aprovação a tais coisas com sua presença. Tinha que estar disposto a ser um cristão fiel.

Parece o MUNDO Falando mal da Bíblia: VOCÊ É TÃO QUADRADA!

3. SER CRISTÃO AFETARIA A SUA FAMÍLIA

Sucedia que muitas vezes o membro da família era cristão e os demais não. Uma mulher poderia ser cristã e seu marido não. O mesmo poderia ser com um filho ou filha. Imediatamente surgia uma divisão na família. Muitas vezes as portas da casa eram fechadas para sempre para os que se tornavam cristãos.


O cristianismo não trazia muitas vezes paz mas espada que dividia as famílias. Era literalmente certo que uma pessoa tinha que amar a Cristo mais que seu pai, mãe, esposa, irmão ou irmã. O cristianismo era escolhido por pessoas que tornavam Jesus o mais querido em suas vidas.

Os castigos sofridos pelos cristãos eram terríveis além de toda descrição.

A história nos relata de cristãos que foram jogados na arena e devorados por leões, queimados em patíbulos; porém estas eram mortes consideradas piedosas.

Nero envolvia os cristãos com betume e colocava fogo para usar como tochas vivas em seus jardins. Cobria-lhes com peles de animais selvagens os lançava para feras famintas para serem despedaçadas, eram torturados por cavalos, arrancavam a pele com garfos, lançavam no chumbo fervido derretido, fixavam placas de bronze fervendo nas partes mais sensíveis do corpo, arrancavam os olhos, cortavam partes de seu corpo e assavam ante seus olhos, queimavam suas mãos e colocavam água fria para intensificar o sofrimento. Não é agradável pensar nestas coisas, mas eles sofriam em nome de Cristo. Poderíamos perguntar o porquê dos romanos perseguirem os cristãos.

Parece algo extraordinário que uma pessoa que viveu uma vida cristã se considerasse uma vítima apropriada para ser perseguida até a morte.

Havia algumas razões:

1.    DISSEMINAÇÃO DE CALÚNIAS

1.1 ACUSAVA-SE OS CRISTÃOS DE CANIBALISMO. As palavras da Última Ceia: Este é meu corpo; Este corpo é o novo concerto é meu sangue. Havia calúnias em que os cristãos sacrificavam crianças para comê-las.

1.2 ACUSAVA-SE OS CRISTÃOS DE PRÁTICAS IMORAIS, E SE DIZIA QUE PARTICIPAVAM DE ORGIAS INDECENTES. A reunião semanal dos cristãos se chamava Ágape, a Festa do amor, e esse nome se interpretava maliciosamente. Os cristãos se saudavam com o beijo da paz, e isto foi usado para construir acusações caluniosas.

1.3 OS CRISTÃOS ERAM ACUSADOS DE SER INCENDIÁRIOS. É verdade que falavam que o fim do mundo estava próximo, e revestiam sua mensagem com quadros apocalípticos do mundo em chamas.

“Aguardando, e apressando-vos para a vinda do dia de Deus, em que os céus, em fogo se desfarão, e os elementos, ardendo, se fundirão?”.  2 Pedro 3:12

Seus caluniadores tomavam estas palavras e as interpretavam como ameaças de terrorismo político e revolucionário.

1.4 OS CRISTÃOS ERAM ACUSADOS DE DESFAZEREM LAÇOS FAMILIARES. De fato, por causa do cristianismo foram ocasionadas divisões em famílias. Causava divisões entre marido e mulher e desarticulava o lar. Haviam calúnias inventadas por gente má.

“Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim”. (Mateus 10:37)

2. PERSEGUIÇÃO POLÍTICA

Pensemos na situação. O império romano abarcava quase todo o mundo conhecido, desde as ilhas britânicas até o Eufrates, desde a Alemanha até o Norte da África. Como podia manter todos estes povos unidos? Que princípio unificador poderia encontrar?

Em um princípio se encontrou o culto a deusa de Roma, o espírito de Roma. Este era o culto que os povos das províncias davam de boa vontade, porque lhes havia trazido paz e um bom governo, ordem e justiça. Limparam suas rodovias de bandidos, os piratas dos mares, os déspotas e tiranos foram despojados da imparcial justiça romana. As pessoas das províncias estavam dispostas a oferecer sacrifícios ao espírito do império que havia feito tanto por ela.

Porém o culto de Roma foi transferido para outro objeto. Havia um homem que era a personificação do império romano, em que se podia dizer que Roma se encarnava, e esse homem era o imperador, e assim não demorou para que fosse considerado um deus, e se iniciaram as honras divinas e a se levantar templos a sua divindade. Não partiu de Roma o início deste culto, de fato, fez todo possível para desanimá-lo. O imperador Cláudio, dizia que lamentava que lhe dessem honras divinas a qualquer ser humano.

Porém, com o passar dos anos, o governo romano viu no culto ao imperador a única prática que podia unificar o vasto império romano, assim haveria um centro em que poderia reunir todos seus habitantes. Assim é que acabou não só em aceitar mas impor o culto ao imperador.

Uma vez ao ano, todas as pessoas tinham que presentear e queimar incenso a divindade de Cesar e dizer: Cesar é senhor. E isto os cristãos se negavam a fazer. Para eles Jesus Cristo era o único Senhor, e não dariam a nenhum ser humano num título que pertencia exclusivamente a Cristo.

Está claro que o culto a Cesar era uma forma de lealdade política mais que nenhuma outra coisa. De fato, quando um homem havia queimado uma pira de incenso e repetido a fórmula recebia um certificado, um libellus de que havia feito, e logo poderia oferecer um culto a qualquer outro deus, sempre que não fosse contra a decência e a ordem pública.

Os cristãos se negavam a submeter-se. Ao enfrentarem o dilema Jesus/Cesar não vacilavam em se definirem como cristãos. Negavam-se a qualquer outra proposta.

“E toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai”. (Filipenses 2:11).

Na verdade por melhor que fosse o cidadão, ou de excelente convívio se tornava imediatamente um fora da lei. No antigo império romano não era tolerado qualquer desavença, e isto era o que as autoridades romanas consideravam ser as congregações cristãs. Um poeta disse: Ao agoniado e encurralado rebanho cujo crime era Cristo.

O único crime que os cristãos haviam colocado era terem Cristo em primeiro lugar acima de Cesar, e por sua suprema lealdade morreram milhares de cristãos e foram torturados devido sua opção de declarem a Jesus como o supremo em suas vidas.

A ÚLTIMA BÊNÇÃO

“Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles e o reino dos Céus”. (Mateus 5: 10).

Neste verso chegamos à última bem-aventurança. A promessa dessa bem-aventurança e idêntica à da primeira: deles é o rei­no do Céu. Mateus 5: 3 e 10.

Nesse pacote, Jesus colocou alguns dos mais importantes conselhos de Seu ministério. Nele, Ele descreveu a essência do caráter de cada cristão.

O fato de que Jesus apoiou esse importante segmento de Seus ensinos com a menção do reino de Deus, é altamente significativo. O centro, tanto da Sua mensagem Mateus 4: 17 como da mensagem de João Batista Mateus 3: 2 era que o reino de Deus era chegado.

A importância do Sermão do Monte, é que ele apresenta os princípios do reino de Jesus no início do Seu ministério. E esses princípios, são extremamente diferentes dos princípios do mundo, e até mesmo dos princípios do mundo religioso dos dias de Jesus e dos nossos.

Os judeus esperavam um reino de poder e glória, mas Jesus disse que antes daquele reino chegar, Seus seguidores viveriam em um reino de humildade de espírito, lamento pelo pecado, mansidão, fome e sede de justiça, misericórdia, pureza, promoção da paz, e perseguição.

“Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa”.  (Mateus 5:11).

Para colocar em termos simples, o reino de Jesus não era o que os judeus esperavam. Aquele reino virá em sua plenitude por ocasião da segunda vinda de Cristo. No reino de poder e glória, os caminhos do mundo e do mundo religioso não terão lugar. Muito pelo contrário, seus caminhos serão de mansidão, paz, misericórdia e assim por diante.

Para mim, isso significa que a época presente é o tempo de começar a viver os princípios do Céu. Meu caráter não será transformado por ocasião da segunda vinda de Jesus. Continuarei sendo o que tenho sido. Agora é o tempo de permitir que Deus mude meu coração e minha vida para que eu possa estar preparado para a plenitude do reino.

Jesus Nunca nos Prometeu um Mar de Rosas

“Se o mundo os odeia, tenham em mente que antes odiou a Mim. Se vocês pertencessem ao mundo, ele os amaria como se fossem dele. Todavia, vocês não são do mundo, mas Eu os escolhi, tirando-os do mundo; por isso o mundo os odeia”. (João 15. 18 e 19).

“E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo”. (2 Coríntios 12:9).

“Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada”. (Romanos 8:18)

“Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; Não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas”. (2 Coríntios 4:17-18).

“E eu disse-lhe: Senhor, tu sabes. E ele disse-me: Estes são os que vieram da grande tribulação, e lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro.

Por isso estão diante do trono de Deus, e o servem de dia e de noite no seu templo; e aquele que está assentado sobre o trono os cobrirá com a sua sombra”. (Apocalipse 7:14-15).

Na obra “O Apóstolo dos Pés Sangrentos” encontra-se um relato maravilhoso sobre a vida de um jovem que se converteu ao cristianismo e o significado do que significa sofrer por causa da justiça. A história relata a conversão do jovem Sundar Sing que foi profundamente influenciado pelo testemunho dos missionários protestantes e tornou-se um seguidor de Jesus Cristo.

Após a conversão surgiram as primeiras perseguições. Inicialmente ele foi posto para fora de casa, uma vez que sua decisão por Cristo foi uma espécie de afronta aos costumes religiosos de sua família. Expulso de casa começou a percorrer todas as regiões do Himalaia, pregando o evangelho e testemunhando do amor de Deus.

Foram muitas as situações de perseguição pelas quais o jovem passou, contudo enfrentou todas elas de cabeça erguida demonstrando assim o seu profundo amor a causa de Cristo. Com certeza a história do jovem Sadu Sundar Sing é bastante atípica e singular, entretanto traz em si uma verdade que tem fundamentos bíblicos e da qual não se pode fugir, isto é, ninguém que se disponha a seguir a Jesus Cristo está isento de passar por perseguições.

Ele ficou conhecido como “O Apóstolo dos Pés Sangrentos” porque foi expulso de casa descalço como sinal de humilhação, por ter os pés tão sensíveis e ter que caminhar sobre a neve, os seus pés racharam e onde ele pisava deixava marcas de sangue. Talvez não tenhamos que enfrentar tantos sofrimentos e perseguições como o jovem Sadu, porém não podemos esperar uma vida sem perseguição alguma.

John MacArthur comentando sobre o texto afirmou que Jesus estava dizendo aos seus ouvintes:

“Olhem, vou lhes avisar logo de início que existe um preço a ser pago para que vivam no meu reino. Não pensem que terão tronos, glória, coroas, fama, prestígio, aceitação, o amor, o elogio e a exaltação de todos. Se vierem para o meu reino sofrerão. É bom que saibam”.

Jesus sempre foi muito sincero com os seus discípulos, nunca escondeu nada e nem prometeu uma vida de tranqüilidade. Viver a experiência do reino de Deus de forma autêntica implica em lutas constantes.

Quanto mais se deseja viver o projeto de Deus mais obstáculos serão encontrados no caminho. O apóstolo Paulo exortou o jovem pastor Timóteo:

“E também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições”. (2 Timóteo 3:12)

Jesus concluiu afirmando: “Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus”. Movidos por esta certeza, jamais deixemos de viver uma vida alicerçada nos padrões éticos e morais do reino de Deus, ainda que isso implique em duras e doloridas perseguições.

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