POR UM TROPEÇO APENAS

I Crônicas - 13 - 1 : 14
"Quando chegaram à eira de Quidom, estendeu Uzá a mão à arca para a segurar, porque os bois tropeçaram (1 Crônicas 13.9).
Era um dia de grande alegria em Israel. "Davi e todo o Israel alegravam-se perante Deus, com todo o seu empenho; em cânticos, com harpas, com alaúdes, com tamboris, com címbalos e com trombetas" (1 Crônicas 13:8). Depois de mais de 40 anos de desprezo, a arca de Deus estava voltando para ficar novamente no meio do povo de Israel (1 Crônicas 13:1-3; 1 Samuel 4:1-11). Mas, no pique da celebração e festim, os bois que puxavam a arca em seu carro novo tropeçaram. Para evitar que a santa arca caísse no chão, Uzá estendeu a mão e a segurou. Com isso, ele morreu, castigado pela ira do Senhor. O dia de alegria tornou-se em dia de grande tristeza e luto.

O que aconteceu de errado para que se acendesse a ira do Senhor contra este "bom homem" que simplesmente tentava proteger a santidade da arca de Deus?

O “risco” de uma religião centrada no homem.

O antropocentrismo (do grego άνθρωπος, anthropos, "humano"; e κέντρον, kentron, "centro") é uma concepção que considera que a humanidade deve permanecer no centro do entendimento dos humanos, isto é, tudo no universo deve ser avaliado de acordo com a sua relação com o homem.

O teocentrismo (do grego θεóς, theos, "Deus"; e κέντρον, kentron, "centro") é a concepção segundo a qual Deus é o centro do universo, tudo foi criado por ele, por ele é dirigido e não há outra razão além do desejo divino sobre a vontade humana. Contrapõe-se ao antropocentrismo,biocentrismo e ao humanismo.

A busca da arca era, na verdade, a busca da presença de Deus (1 Crônicas 13:6; Êxodo 25:17-22). Isto é a coisa certa a se fazer. Mas, será que existe uma maneira certa de buscar a presença de Deus? Será que existe um jeito certo de louvá-lo?

Vamos analisar como Davi começou errado na sua busca da presença do Senhor:

1. Davi chamou primeiramente as pessoas importantes de Israel. "Consultou Davi os capitães de mil, e os de cem, e todos os príncipes" (1 Crônicas 13:1). As pessoas "importantes"

–Devemos consultar primeiramente o Senhor – não há ninguém mais importante do que ele!

CUIDADO PARA VOCÊ NÃO CRIAR OUTRO DEUS PARA CULTUAR.

CUIDADO PARA QUE NÃO SEJA VOCÊ MESMO!!!!

2. Davi queria saber a opinião da congregação do povo. Disse Davi, "Se bem vos parece" e depois, "Se vem isso do Senhor...tornemos a trazer para nós a arca do nosso Deus; porque nos dias de Saul não nos valemos dela" (1 Crônicas 13:2-3). Davi colocou a opinião do povo acima da opinião do Senhor. Na verdade, se a coisa "vem do Senhor", já não é preciso mais saber "se bem vos parece". Uma vez que o Senhor falou sobre a coisa, é a opinião dele que devemos seguir.

3. Davi se agradou com a opinião do povo. "Toda a congregação concordou" e "isso pareceu justo aos olhos de todo o povo" (1 Crônicas 13:4). Quando o povo deu seu apoio, Davi não queria saber mais "se vem isso do Senhor". Infelizmente, quando vêem que algo agrada "toda a congregação" ou "todo o povo", muitos líderes esquecem do que agrada ao Senhor! Muitas igrejas de hoje erram da mesma maneira, fazendo de tudo para agradar a congregação, mas nada fazendo para agradar ao Senhor.

Em todos estes casos, Davi errou porque ele começou buscando pessoas em vez de buscar o Senhor.

Quem busca a Deus tem que estar preparado para tomar decisões baseadas na palavra dele, as quais muitas vezes não vão agradar aos outros (Gálatas 1:10-12)

Então, para buscar o Senhor devemos consultar a palavra dele, ouvir a opinião dele, e fazer o que lhe é agradável.

Duas Decisões Erradas

"Puseram a arca de Deus num carro novo e a levaram da casa de Abinadabe; e Uzá e Aiô guiavam o carro" (1 Crônicas 13:7). O zelo de Davi e do povo não faltava. Fizeram todas as preparações para que a arca fosse trazida à Jerusalém em toda a sua glória.

Muita vontade em fazer a vontade de Deus. Nenhuma vontade em saber a vontade DELE.

Mas, no seu ânimo de "glorificar o Senhor", esqueceram da própria vontade dele! Pois, Deus havia dado instruções explícitas sobre como se deve carregar a sua arca: "Farás também varais de madeira de acácia e os cobrirás de ouro; meterás os varais nas argolas aos lados da arca, para se levar por meio deles a arca. Os varais ficarão nas argolas e não se tirarão dela" (Êxodo 25:13-15). Era a vontade de Deus que a maneira certa de carregar a arca fosse pelos varais. Quando decidiram colocar a arca num carro novo, desprezaram o mandamento do Senhor.

Só o que é produzido por Ele é aceito por Ele.

Davi estava extremamente Alegre:

1 Crônicas 13.8 - quando levou a arca de forma errada.

E também estava alegre quando a conduziu da maneira certa (1 Crônicas 15.29).

O fato de estarmos alegres ou nos sentirmos bem ou mesmo confortáveis com determina atitude, não é, e não deve ser fator determinante para identificarmos se estamos ou não fazendo a vontade de Deus. Pode ser apenas o hedonismo [Do grego hēdonē "prazer"]. É uma teoria ou doutrina filosófico-moral que afirma ser o prazer individual e imediato o supremo bem da vida humana. Surgiu na Grécia, na época pós-socrática, e um dos maiores defensores da doutrina foi Aristipo de Cirene. O hedonismo moderno procura fundamentar-se numa concepção mais ampla de prazer entendida como felicidade para o maior número de pessoas.

O QUE ERA A ARCA DA ALIANÇA?

A arca de Deus era uma das coisas sagradas que pertenciam ao santuário do tabernáculo. O Senhor proibiu fortemente que alguém além dos consagrados sacerdotes a tocasse ou até olhasse para ela:

"Quando chegaram à eira de Quidom, estendeu Uzá a mão à arca para a segurar, porque os bois tropeçaram" (1 Crônicas 13:9).

Um descuido, um tropeço apenas e Uzá fez o que não poderia ter feito.

"Havendo, pois, Arão e os seus filhos...acabado de cobrir o santuário e todos os móveis dele, então, os filhos de Coate virão para levá-lo; mas, nas coisas santas, não tocarão, para que não morram... Arão e seus filhos entrarão e lhes designarão a cada um o seu serviço e a sua carga. Porém, os coatitas não entrarão, nem por um instante, para ver as coisas santas, para que não morram" (Números 4:15-20). Porém, quando os bois tropeçaram, Uzá viu a arca, com toda a sua glória e santidade, caindo para o chão onde seria profanada! Então, a reação natural dele era de estender a mão e segurá-la para proteger a santidade dela. Mas quando ele decidiu tocar na arca, Uzá desprezou o mandamento de Deus.

Estes homens tomaram decisões sem pensar na vontade do Senhor. Davi estava preocupado mais com a aprovação do povo do que com a vontade de Deus.

A reação de Uzá mostra que ele estava preocupado mais com a arca (um objeto) do que com a vontade de Deus (um ser divino).

Quem busca a Deus tem que cultivar pelo estudo da sua palavra uma mente renovada, a qual vai agir de acordo com os desejos do Senhor em vez de reagir de acordo com as circunstâncias do momento (Romanos 12:1-2).

A questão da Autoridade

"Então, a ira do Senhor se acendeu contra Uzá e o feriu, por ter estendido a mão à arca; e morreu ali perante Deus. Desgostou-se Davi, porque o Senhor irrompera contra Uzá... Temeu Davi a Deus, naquele dia, e disse: Como trarei a mim a arca de Deus?" (1 Crônicas 13:10-12). O jovem rei estava arrazado. Deus havia tomado a vida de um dos seus servos, e a arca do Senhor ainda jazia no caminho para Jerusalém, sem ter como avançá-la. Se é tão duro buscar a presença de Deus, quem jamais conseguirá? Na morte de Uzá, Davi aprendeu uma forte lição sobre autoridade.

Autoridade é o poder de mandar. Por causa do eterno poder e sabedoria de Deus, a palavra dele é autoridade suprema. O motivo de Davi em buscar a arca era nobre, mas ele violou a autoridade de Deus quando ele mudou a maneira de carregá-la. Davi achou que sua maneira de carregar a arca era tão boa quanto usar os varais. Porém, nem todo o seu poder em Israel como o rei escolhido de Deus concedeu a Davi o direito de mudar a lei do Senhor. Este pecado de Davi criou a situação que levou até a morte do seu servo Uzá.

A autoridade de Deus se baseia naquilo que ele nos revela na sua palavra. Ele vai julgar o mundo de acordo com a palavra revelada (João 12:48). Note que não estava escrito na lei que eles não poderiam carregar a arca num carro novo. Isto nem tampouco precisava estar escrito, porque quando Deus revelou a maneira certa de carregá-la, ele já deixou fora todas as outras possibilidades. A autoridade de Deus funciona desta maneira: "As coisas encobertas pertencem ao Senhor...porém as reveladas nos pertencem...para que cumpramos todas as palavras desta lei" (Deuteronômio 29:29). Quem quer agir de acordo com a autoridade de Deus tem que saber o que Deus revelou, e não o que ele não revelou! A palavra revelada de Deus nos habilita para fazermos "toda boa obra" com a autoridade dele (2 Timóteo 3:16-17).

Para os Dias de Hoje

Hoje em dia, muitas pessoas com ainda menos poder do que Deus concedeu a Davi guardam e ensinam suas próprias maneiras e doutrinas como se fossem iguais às do Senhor. Negando e às vezes contrariando a própria palavra de Deus, muitos líderes religiosos seguem a sua própria autoridade, mudando a lei de Deus para seu próprio benefício, e enganando um povo simples que não tem a prática de buscar a vontade e a autoridade do Senhor nas Escrituras. Mas o erro de Davi e Uzá nos ajuda a ver algumas aplicações práticas:

1. Líderes erram: Até líderes bons que realmente desejam fazer a vontade do Senhor são capazes de errar. Davi era um homem "segundo o coração de Deus" (Atos 13:22). Todos confiavam na grande visão dele para trazer de volta a arca do Senhor. Mas ele deixou de confirmar na palavra de Deus o que estava fazendo, e seu erro levou até a morte de Uzá. Sabendo que líderes erram ou até enganam, devemos sempre confiar no Senhor e na palavra dele em vez de nas pessoas e nas suas interpretações (1 João 4:1).

2. O que parece certo nem sempre é: Toda a congregação se alegrava ao lado da arca no carro novo. Mas Uzá morreu por causa da falta de respeito pela palavra do Senhor. Ou ninguém sabia (porque não estudavam a palavra) ou ningúem ousava dizer que era errado levar a arca daquela maneira. Muitos hoje procuram uma igreja onde se sentem bem, onde tudo parece ser paz e alegria no Senhor. Mas se a palavra de Deus não está sendo ensinada e obedecida e ninguém tem a coragem de cobrar os líderes por isso, a situação só vai acabar em tristeza e almas mortas.]

- ADORAÇÃO NÃO É PARA O SEU PRAZER!

3. Devemos respeitar a autoridade de Deus: Davi e Uzá conheciam a palavra de Deus, mas deixaram de segui-la à risca. Assim, num momento de pânico, Uzá reagiu errado e morreu. Muitos seguem a palavra de Deus somente nas coisas "convenientes", e não terão a resposta firme no momento crítico. Mas quem realmente respeita a autoridade de Deus entenderá as palavras do salmista: "Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti" (Salmo 119:11; Colossenses 3:16-17)

Jesus Cristo tem toda autoridade hoje. Ele mesmo disse, "Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado" (Mateus 28:18-20).

Os servos de Deus em Cristo devem "guardar todas as coisas" que ele ensinou.

A Arca de Deus, quando conduzida sem tropeços e respeitada como presença de Deus no meio do Povo, foi uma bênção:

(13:14) – “Assim ficou a arca de Deus com a família de Obede-Edom, três meses em sua casa; e o Senhor abençoou a casa de Obede-Edom, e tudo o que lhe pertencia”.

Cuidado com a religião do tropeço. Escolha o caminho da benção.

JESUS MAIS QUE HEXA

“Mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus”. (Filipenses 3.12.b)


Estamos iniciando neste editorial nossa explanação sobre a divisa que norteará a campanha de missões urbanas deste ano na cidade do Rio de Janeiro. Imaginemos que em tempos de copa do mundo, o Brasil rumo ao hexa é hoje o assunto do momento.

Recebi recentemente do irmão Habacuque de Araújo Rodrigues, um texto que ele intitulou: “Em época de Copa”. No seu texto ele fala da possibilidade do Brasil ser hexa, mas também fala do fato de que em Cristo nós já somos mais do que vencedores.

Segundo nosso irmão Habacuque: “somos vencedores sobre um time que tem como técnico o pecado, cujo capitão é a escravidão e possui ainda como componentes a tristeza, a inveja, a mentira, a discórdia, a depressão, o ódio, a angústia, o medo, a prostituição e a morte. O uniforme é bem escuro. Já nós, fazemos parte do time onde o Espírito Santo de Deus é o técnico e utiliza como tática o conteúdo da Bíblia Sagrada e o capitão do time é o sangue de Cristo, possuindo ainda como outros integrantes, o amor, a esperança, a fé , a alegria, a vida eterna, a oração, a paz interior, a misericórdia, a adoração e o louvor. O nosso uniforme é mais alvo do que a neve.

Nosso irmão Habacuque crê que “o local da disputa não é na sede da Copa do Mundo, mas no interior de cada coração que está no mundo. Uns são advertidos pelos erros que cometem com o cartão amarelo (castigo), porém ao permanecerem errando recebem o cartão vermelho da condenação eterna, pois o salário do pecado é a morte. A alegria do gol para o nosso time se dá quando alguém se converte (salvação), pois há festa nos céus!”.

Através do texto de nosso irmão Habacuque eu fui levado ao Jardim do Éden. Segundo ele, a partida começou no jardim do Éden com um gol contra de Eva em conseqüência de uma desatenção de Adão. O intervalo aconteceu com o dilúvio, com a substituição de quase toda a humanidade e só terminará quando se ouvir a frase: Está feito!

Lendo o texto, foi interessante imaginar a nossa torcida, que está sempre cantando e louvando: “Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, a riqueza, a sabedoria, a força, a honra, a glória e o louvor”. Enquanto a outra torcida (o nosso adversário) que é composta por legiões grita: Roubar! Matar e Destruir!

Na disputa que acontece dentro do coração do homem, pelo nosso time já fizeram parte José, Davi, Moisés, Paulo, Jeremias, João Batista e etc. Todavia, pelo outro lado, também existiram elementos lamentavelmente inesquecíveis como Adolf Hitler, Caifás, Nabucodonozor, Jezabel e etc.

Lendo o texto descobri que a nossa concentração acontece dentro de uma igreja, sendo a do outro lado nas sarjetas, cemitérios e encruzilhadas e por mais que a defesa do adversário, pareça impenetrável, fazendo com que o interior do coração viva sob forte marcação do sofrimento, o sangue de Jesus Cristo consegue fazer com que as portas do inferno não prevaleçam sobre essas vidas.

Pense nisso! Em Jesus somos mais que vencedores.
1. Ele venceu a tentação (Mt 4:1-11);
2. Ele venceu o pecado (1 Pe 2:22);
3. Ele venceu a morte (Ap 1:18);
4. Ele venceu o inferno (Ap 20:14);
5. Ele venceu o diabo (Ap 20:10) e é
6. O Eterno Vencedor Invicto (Ap 19:11-16).

Jesus é mais que Hexa!

Pr. Carlos Elias de Souza Santos
Mais que um vencedor.

DIANTE DAS DIFICULDADES

Gênesis 26.1-33

John Rockefeller

1. John Rockefeller disse que “o futuro não acontece simplesmente, ele é criado por homens de visão.

2. O processo é natural e previsível, há fome na terra. < 3. Não era a primeira dificuldade e também não seria a última. Nos dias de Abrão houve fome assim na terra. < 4. A crise gera medo, insegurança e instabilidade. Isaque quer fugir, pois há fome em sua terra. Mas a crise é tempo de oportunidade e da intervenção sobrenatural de Deus

I. DIANTE DAS DIFICULDADES NÃO FUJA, SIGA A ORIENTAÇÃO DE DEUS. (V. 1-6). <

1. A orientação de Deus nunca aponta para atalhos sedutores – v. 2

• Isaque foi tentado a descer ao Egito, lugar de fartura e riquezas fáceis. Queremos soluções rápidas, fáceis e sem dor. Mas Deus diz a ele: “Não desças ao Egito”. Cuidado para não transigir com os valores de Deus na hora da crise. Cuidado para não tapar os ouvidos à voz de Deus na hora da crise. Desista das vantagens imediatas por bênçãos mais invisíveis (v. 3) e remotas (v. 4). Desista dos seus planos e siga o projeto de Deus.

2. A orientação de Deus sempre aponta para as suas promessas – v. 3-5

• Deus diz para Isaque: não fuja, fique! Floresça onde você está plantado. Não corra dos problemas, enfrente-os. Vença-os. O seu futuro está nas mãos de Deus. Não deixe a ansiedade estrangular você: Onde vou morar? Onde vou trabalhar? Onde meus filhos vão estudar? Como eu vou pagar o meu plano de saúde? E se eu ficar doente? < • Deus acalma o coração de Isaque e lhe diz: Calma! Eu estou contigo. Calma! Eu tomo conta da sua descendência. Calma! Seu futuro está nas minhas mãos e não acabado pelo terremoto das circunstâncias. Calma! Eu vou fazer de você e da sua descendência uma bênção para o mundo todo.
• A causa da nossa vitória não é ausência de problemas, mas a presença de Deus nos garantindo a vitória. Moisés não se dispôs a atravessar sem a presença de Deus. Paulo disse: “Se Deus é por nós quem será contra nós?

3. Na adversidade, precisamos SIMPLESMENTE obedecer – v. 6

• Veja como funciona o ordinário de Deus. Ele tem duas ordens para Isaque: Não desças ao Egito (v. 2) e fica na terra de Gerar (v. 2,6). Isaque não discute, não questiona, não racionaliza, não duvida. Isaque obedece prontamente, pacientemente. Ele aprendeu com seu pai Abraão. Abraão saiu, ele saiu. Abraão, vai a Moriá, ele foi. Abraão ofereça seu filho em sacrifício, ele ofereceu. Abraão não estendas a mão sobre o menino e ele obedeceu. O caminho da obediência é o caminho da bênção. < No meio da dificuldade não fuja de Deus, obedeça a Deus!

II. DIANTE DAS DIFICULDADES NÃO DECRETE O FRACASSO SOBRE SUA VIDA – V. 12-14

1. Ainda que todos duvidem você deve semear na sua terra – v. 12

• Muitos podiam dizer: o lugar é deserto. Aqui não chove. A terra é seca. Aqui não em água. Não vai dar certo. Outros já tentaram e fracassaram. Não tem jeito, jamais vamos sair dessa crise. Isaque se recusou a aceitar a decretação do fracasso em sua vida. Ele desafiou o tempo, as previsões, os prognósticos, a lógica: “Semeou Isaque naquela terra”. Pare de reclamar: semeia na sua terra. Semeie no seu trabalho. Semeie na sua igreja. Não importa se hoje o cenário é de um deserto. Lança suas redes em nome de Jesus. Lança o seu pão sobre as águas. Ande pela fé.
• Davi podia pensar o mesmo diante de Golias. Há quarenta dias o exército de Saul corre desse gigante. Eu também não consigo. Mas Davi correu para vencer o gigante. Agarre seu gigante pelo pescoço. Semeia no seu deserto. Deus faz o deserto florescer.

Juscelino Kubitsche
Juscelino Kubitschek, presidente do Brasil de 1956 a 1961, filho de um caxeiro-viajante e uma professora pública, ficou órfão de pai aos 3 anos. Foi estudar Medicina em Belo Horizonte e era tão pobre, que além de pagar os seus próprios estudos não tinha dinheiro para comprar uma cadeira. Sua cadeira é um caixote de tomate. Mas esse homem venceu as dificuldades. Tornou-se um médico cirurgião, fazendo especialidade na França e na Alemanha. Foi Deputado Federal duas vezes. Prefeito e Governador de Minas. Foi presidente da Repúbica de 1956 a 1965. Em 21 de Abril de 1960 inaugurou Brasilia, a capital da república no coração do serrado.

2. Não se acomode, procure ser bom naquilo que você faz – v. 18-22
John Maxwell

"A pessoa bem-sucedida simplesmente habituou-se a fazer coisas que as mal-sucedidas não fazem." John Maxwell.

Quando estamos vivendo num deserto, precisamos nos tornar especialistas em derrotar crises. Isaque começou a cavar poços. Cavou sete poços. Ele se especializou no que fazia. Ele busca um milagre, mas está pronto a suar a camisa. Ele quer passar no vestibular, mas estuda com afinco. Ele quer passar no concurso, mas estuda com seriedade. < Ele busca um emprego, mas sai de casa de madrugada. Ele quer ser próspero, mas não fica deitado eternamente em berço esplêndido. Ele vai à luta. Ele se especializa no que faz. Ele se torna doutor em cavar poços no deserto. Ele prospera quando todo mundo está reclamando da crise.

John Maxwel
Charles Steinmetz era um anão deformado, contudo uma das maiores inteligências que o mundo já viu no campo da eletrecidade. Foi ele quem fabricou os primeiros geradores para a fábrica FORD, em Michigan. Um dia os geradores se queimaram e toda a fábria parou. Mandaram chamar vários mecânicos e eletricistas para consertá-los, mas ninguém conseguiu recolocá-los em funcionamento. A firma estava perdendo dinheiro. Então, Henry Ford mandou chamar Steinmetz. E o gênio chegou ali e ficou a remexer por algumas horas, e depois ligou a chave e toda a fábrica voltou a funcionar. Alguns dias depois, Henry Ford recebeu a conta de Steinmetz no valor de $ 10,000. Embora fosse muito rico, devolveu a conta com um bilhete: “Charles, essa conta não está muito alta para um serviço de poucas horas, em que você apenas deu uma mexida naqueles motores?” E Charles devolveu-a para Ford, mas desta vez tinha uma explicação: “Valor da mexida nos motores $ 100. Valor do conhecimento do lugar certo para mexer $9,900. Total: $ 10,000. E Ford pagou a conta.


3. Faça o ordinário e veja de perto o extraordinário de Deus – v. 12-14

• Isaque colheu a cento por um no deserto, na seca (v. 12). “Enriqueceu-se o homem, prosperou, ficou riquíssimo” (v. 13). Tornou-se um próspero empresário rural (v. 14). A razão? Porque o Senhor o abençoava (v. 12b).
• A intervenção sobrenatural de Deus não anula a ação natural do homem: Isaque experimentou o milagre de Deus na crise. Mas Isaque não prosperou na passividade. Ele cavou poços. Ele plantou. Ele investiu. Ele trabalhou. Ele foi um empreendedor. É hora de parar de falar em crise e arregaçar as mangas. É hora de parar de reclamar e começar a trabalhar com afinco.
• Há uma profunda conexão entre a diligência humana e a bênção de Deus, entre trabalho e prosperidade (Pv 10:4; 13:4; 28:19).

III. DIANTE DAS DIFICULDADES ENFRENTE O PROBLEMA – v. 14b-21 

Enfrentar o problema aqui, não é o mesmo que “brigar” por seus direitos. Enfrente o problema mantendo o controle sobre seus sentimentos, ainda que você não tenha o controle da situação.

• Isaque enfrentou o problema e teve o controle de seus sentimentos diante da:
1) Inveja dos filisteus (v. 14);
2) Suspeição e rejeição de Abimeleque (v. 16) e
3) Contenda com os pastores de Gerar (v. 20,21).

As pessoas normalmente não se alegram quando você prospera. Inveja, rejeição e contenda são tensões que você precisa enfrentar.

• Como Isaque enfrentou a inveja, a rejeição e a contenda? Com paciência.

Quando Abimeleque mandou ele sair, ele saiu.
Quando os filisteus encheram os seus poços de entulho, ele saiu e abriu outros poços.
Quando os pastores de Gerar contenderam para tomar os dois poços novos, ele não discutiu, foi para frente para abrir o terceiro poço. Ele teve uma reação transcendental (Mt 5:39-42).

• Isaque nos ensina que é melhor sofrer o dano do que entrar numa briga buscando os nossos direitos. É impossível ser verdadeiramente próspero sem exercitar o perdão. Quem guarda mágoa, e passa por cima dos outros, quem atropela o outro e fere as pessoas não tem paz.

IV. DIANTE DAS DIFICULDADES NÃO SE ACOMODE PROCURE AS ANTIGAS E AS NOVAS POSSIBILIDADES – V. 18-22,25,32

1. Isaque reabriu os poços antigos de seu pai – v. 18

• Isaque aprende com a experiência dos mais velhos. Ele não chama especialistas para cavar poços. Ele reabriu as fontes de vida que abasteceram os seus pais. Precisamos redescobrir as fontes de vida que nossos pais beberam e que foram entulhadas pela corrupção dos tempos. Precisamos cavar esses poços outra vez. Lá tem água boa. Lá tem mananciais. Precisamos voltar a reunir a família em torno da Palavra. Precisamos orar juntos. Precisamos voltar às antigas veredas em vez de ficar flertando as novidades do modernismo teológico. Não estamos precisando de novidades, de correr atrás de cisternas rotas.

2. Isaque abriu novos poços, mostrando que não se contentava somente com as experiências do passado – v. 19-22, 32

John D. Rockefeller

Se você quiser ter sucesso, deve trilhar um novo caminho..." John D. Rockefeller Jr.

• Isaque era um homem empreendedor. Ele queria mais. Precisamos aspirar mais do que os nossos pais aspiraram. Precisamos avançar mais do que eles avançaram. Os melhores dias não ficaram para trás, estão pela frente. Nada de saudosismo. Não podemos deixar que as experiências do passado sejam o limite máximo das nossas buscas. Não podemos jogar o passado fora nem idolatrá-lo. A história é dinâmica. Devemos aprender com o passado, viver no presente, com os olhos no futuro. Isaque saiu da terra dos filisteus, foi para o vale de Gerar, depois para Reobote, depois para Berseba. Mas aonde vai, ele vai cavando poços. Ele quer água no deserto. Berseba antes era um deserto, agora é uma cidade, porque Isaque achou água ali.

3. Isaque DESOBSTRUIU OS POÇOS, quando tirou os entulhos dos filisteus para que a água pudesse jorrar – v. 18

• Isaque compreende uma verdade sublime: havia água nos poços. Mas ela não podia ser aproveitada. Primeiro era preciso tirar o entulho dos filiteus. Deus tem para nós fontes, rios de água viva. Nós não os recebemos porque há entulho para ser tirado.
• Antes de sermos cheios do Espírito de Deus, precisamos tirar o entulho do pecado:

1) Incoerência – Vida dupla, ortodoxia morta, legalismo.
2) Impureza - fornicação, pornografia, adultério;
3) Incredulidade - Secularismo, mundanismo, falta de fervor.

CONCLUSÃO

1. Isaque não era apenas um homem próspero, era também um homem piedoso – (v. 24-25) – Ele misturava liturgia e trabalho. Ele levantava altares no seu trabalho. Ele levava Deus para o seu trabalho e trazia o seu trabalho para Deus. Tudo que você faz na vida precisa ser um ato litúrgico. Você precisa trafegar da igreja para o trabalho com a mesma devoção. Sua segunda-feira precisa ser tão cúltica quando o culto de domingo. Antes de receber o seu culto, Deus precisa se deleitar com a sua vida. Se no seu escritório, balcão, comércio, campo você não levanta altares a Deus, seu culto na igreja é vazio.

2. Se a dificuldade chegou, você é um forte candidato a um extraordinário milagre de Deus – Se você está no deserto, ouça Deus, siga a direção de Deus, SEMEIE NO SEU DESERTO. Se você está vivendo num lugar seco, reabra os poços antigos. Busque as fontes da graça de Deus. Tire os entulhos. Não deixe o seu coração azedar. O seu deserto vai florescer. Se o chão está duro, regue a semente com as suas lágrimas e prepare-se para uma colheita milagrosa.

ABENÇOADA INUTILIDADE

Dificilmente chegaríamos a um título tão desencontrado, tão contraditório, tão paradoxal, tão “sem nada a ver” do que este.
Para prosseguirmos, nesta reflexão pastoral, é preciso que se diga que o título acima não surge do nada ou com a finalidade de tornar-se uma “frase de efeito”. Nem mesmo para fazer apologia do descuido e da irresponsabilidade na Obra de Deus. Ou, quem sabe, para defender um possível complexo de inferioridade, como qualidade indispensável para os discípulos do Senhor Jesus. Absolutamente! Ele é extraído da Palavra de Deus.

Antes de mais nada, mantenhamos em mente que o Senhor Jesus está discorrendo sobre quatro assuntos, todos eles nos dez primeiros versículos do capítulo 17 do Evangelho de Lucas.

O “escândalo” é o primeiro deles, nos versículos 1 e 2. Conquanto impossível de não acontecer, o peso da responsabilidade recai sobre aquele através de quem o escândalo acontece, ensejando o tropeço de muitas outras pessoas.

O “perdão” vem logo depois, nos versículos 3 e 4. Se de um lado devemos estar atentos para não sermos pedra de tropeço para outros, tudo devemos fazer, por outro lado, para não abrigarmos amargura e ressentimento contra quem quer que seja. E o que pode ser pior: a recusa em perdoarmos a quem nos pede perdão. Pelo contrário, devemos perdoar tantas vezes quanto formos chamados para perdoar.

Diante desse último ensinamento, os discípulos se sentem perplexos, quando não espiritualmente impotentes. “Aumenta-nos a fé”, suplicam eles. Eis o terceiro assunto – “o poder da fé”. Realmente, não é o caso de termos “mais fé”, mas, sim, de usarmos a fé que “já temos”.

Finalmente, o quarto ensinamento – "a obediência do servo", nos versículos 7 a 10. O argumento do Mestre está centrado na permanente disponibilidade e indisputável humildade que devem caracterizar o “servo”. De volta para casa, cansado após apascentar o gado, ele não é convidado para descansar e se alimentar. Que nada! Cabe-lhe agora preparar a ceia do seu senhor e servi-lo.

É aqui que a ABENÇOADA INUTILIDADE entra em cena. Lucas 17.10: “Assim também vós, quando fizerdes tudo o que vos for mandado, dizei: Somos servos inúteis; fizemos somente o que devíamos fazer”. Fora de todo o contexto acima, as palavras do Senhor Jesus parecem mesmo encaixar-se perfeitamente no sentimento mencionado no terceiro parágrafo.

No entanto, ai de nós e de nossa participação na Obra de Deus se não formos agraciados com a consciência dessa ABENÇOADA INUTILIDADE. Vamos conferir?

1. A consciência da ABENÇOADA INUTILIDADE gera em nós a visão de que a Obra de Deus é Dele mesmo, não nossa. Se o próprio Senhor Jesus se sujeita a essa convicção, conforme a afirmação que Ele faz em João 9.4 – “Importa que façamos as obras Daquele que me enviou enquanto é dia; vem a noite, quando ninguém pode trabalhar” – por que não nós? Não estamos fazendo um favor a Deus!

2. A consciência da ABENÇOADA INUTILIDADE firma em nós a certeza de que o progresso e o desenvolvimento da Obra de Deus procedem Dele, não de nós. Quanto a isso, o apóstolo Paulo é de uma franqueza desconcertante, para não dizer brutal, em 1 Coríntios 3.7: “De modo que, nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento”. Nenhum de nós é coisa alguma. Ainda bem!

3. A consciência da ABENÇOADA INUTILIDADE acentua em nós a expectativa de que o nosso desempenho na Obra de Deus tem a ver com fidelidade, não com atividade. Servindo a Deus com o melhor do que somos e temos!

Philip Paul Bliss nos legou belíssima poesia intitulada “Tudo por Cristo”, que se transformou num dos hinos mais conhecidos do Cantor Cristão. Trata-se do hino nº 300. Na terceira estrofe e estribilho, ele diz:

“Quero servir a Cristo, de prontidão estar. Útil na paz, na luta, pronto pra trabalhar”.

“Quero viver pra Cristo, Tudo Lhe dedicar. Tudo por Cristo, tudo, tudo quero renunciar”.

Conclamo, pois, o Povo de Deus em todo e qualquer lugar, a que, com gratidão e alegria, aceitemos a ABENÇODA INUTILIDADE que o Senhor Jesus Cristo nos propõe.

Sem ela, não sairemos do lugar. Com ela, não conheceremos limites!


Pr. Fausto Aguiar de Vasconcelos
Diretor da Divisão de Evangelismo e Educação da Aliança Batista Mundial

Publicado na edição 20 da Coluna da Verdade

O BOM PASTOR

Salmos 23 e João 10:11-16

O SENHOR é o meu pastor, nada me faltará.

Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente a águas tranqüilas.
Refrigera a minha alma; guia-me pelas veredas da justiça, por amor do seu nome.

Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas.

Mas o mercenário, e o que não é pastor, de quem não são as ovelhas, vê vir o lobo, e deixa as ovelhas, e foge; e o lobo as arrebata e dispersa as ovelhas.

Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam.

Ora, o mercenário foge, porque é mercenário, e não tem cuidado das ovelhas.

Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido.

Assim como o Pai me conhece a mim, também eu conheço o Pai, e dou a minha vida pelas ovelhas.

Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda.

Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na casa do SENHOR por longos dias.

Ainda tenho outras ovelhas que não são deste aprisco; também me convém agregar estas, e elas ouvirão a minha voz, e haverá um rebanho e um Pastor.

UM PASTOR SEGUNDO O CORAÇÃO DE DEUS

“E vos darei pastores segundo o meu coração, os quais vos apascentarão com ciência e com inteligência" (Jeremias 3.15)

É muito bom celebrar mais um dia do pastor e poder agradecer ao nosso Deus a vida e ministério de um pastor tão abençoado como é o caso do Pr. JOÃO FALCÃO SOBRINHO.

Pr. Falcão é o filho de Arlindo Marinho Falcão e Maria Mendes Falcão. Nasceu em São Caetano do Sul, SP, em 21 de janeiro de 1930.

Em 1943, aos 13 anos, orando sozinho no seu quarto, na rua Conselheiro Brotero,198, Barra Funda, São Paulo, teve uma experiência com Jesus. Nesse tempo, freqüentava a Igreja Batista de Vila Mariana, em seu antigo templo da Rua Domingos de Morais, dirigida pelo pastor Rubens Lopes, por quem foi batizado em junho daquele ano (1943).

No mesmo momento de sua conversão, teve a convicção expressa no hino 298 do Cantor Cristão: “Eu quero fazer o que queres, Senhor, serei sustentado por ti”, aceitando o chamado de Deus para a obra do ministério.

Em 1946 Deus o trouxe para o Rio de Janeiro e aqui se matriculou no Seminário Betel para concluir o Ginásio, obtendo o diploma do 2º grau no Colégio Pedro II. Fez o curso teológico no Seminário do Sul, terminando em 1952, aos 22 anos de idade. Foi consagrado ao pastorado no dia 28 de dezembro de 1952 e trabalhou um ano como pastor itinerante visitando as igrejas do Estado de São Paulo. Tem completos, 57 anos de relevante serviço ministerial.

Casou-se no dia 9 de janeiro de 1954 com Zênia dos Santos, capixaba, filha de Moisés dos Santos e Luiza dos Santos, educadora religiosa formada pelo IBER.

Com Zênia tornou-se o pai de: Donaldo, Pastor de Visitação na PIB de Vila Velha, ES, casado com a Ministra de Música Ednéa; Carlos Henrique, Pastor da Igreja Batista da Liberdade, Rio, casado com a musicista e educadora Glaucieide; Sílvia Neli, Educadora cristã formada pelo IBER, fonoaudióloga, com pós graduação em pedagogia, Professora e pianista da Igreja Batista da Liberdade, Rio, casada com Aristeu, tesoureiro e professor da EBD da mesma Igreja.

Todos os seus sete netos são membros atuantes em igrejas batistas. São filhos de Donaldo e Edinea - Rafael e Flávia. Daniel, Ricardo e Leandro são os, filhos de Carlos Henrique e Glaucieide. As netas Ana Beatriz e Luísa Helena, filhas de Sílvia e Aristeu. Atualmente o Pr. Falcão e Zênia são membros da Igreja Batista Barão da Taquara – RJ.

Durante seus 57 anos ministério pastoral, pastoreou em São Paulo: Promissão, Quatá - onde foi diretor do Orfanato Batista da Alta Sorocabana - , Piracicaba e Vila Industrial. No Rio pastoreou: Acari, Irajá, Liberdade e Irajá pela segunda vez, Igreja que lhe concedeu a honra de elegê-lo Pastor Emérito. No Estado do Rio pastoreou: Central de São João do Meriti, interinamente. Entre as centenas de pessoas que batizou, perto de 40 são pastores e missionários, escritores, professores de seminários.

Durante cerca de 34 anos lecionou no Seminário do Sul e fez da sua sala de aula muito mais do que um lugar para construir conceitos teológicos (...) Fez das aulas, lugar de aconselhamento, lugar de confraternização, lugar de contrição, lugar de crescimento espiritual. Lecionou, Evangelismo, Administração Eclesiástica, Eclesiologia, Orientação Pastoral da Família e Orientação Pastoral de Grupos Específicos. Nos Seminários de Campo Grande e São João do Meriti, ensinou Ministério Pastoral.

Teve o privilégio de organizar e ser o primeiro presidente da UBLA - União Batista Latino-americana, hoje Departamento da Aliança Batista Mundial.

Com sua voz suave e amorosa, com sua marcante vida estará sempre presente em nossos corações, pois se trata de um pastor segundo o coração de Deus.

Com sincera gratidão de seu aluno

Pr. Carlos Elias de Souza Santos

SER PASTOR

Qual o sentido dessa palavra? Ser pastor! Uma afirmação tão pequena, mas repleta de tanto significado!
Ser pastor é muito mais que ser um pregador. Está além de ser um administrador de igreja. Muito além de professor ou conferencista. Ser pastor é algo da alma, não apenas do intelecto.

Ser pastor é sentir paixão pelas almas. É desejar a salvação de alguém de forma tão intensa, que nos leve à atitude solidária de repartir as boas-novas com ele. É chorar pelos que se mantém rebeldes. É pensar no marido desta irmã, no filho daquela outra, na esposa do obreiro, nos vizinhos da igreja, nos garotos da rua. Ser pastor é tudo fazer para conseguir ganhar alguns para Cristo.

Ser pastor é festejar a festa da igreja. É alegrar-se com a alegria daquele que conquista um novo emprego, daquele que gradua-se na faculdade, daquele que recebe a escritura da casa própria ou do outro que recebeu alta no hospital. Ser pastor é ter o brilho de alegria ao ver a felicidade de um casal apaixonado, ao ver o sucesso na vida cristã de um jovem consagrado, é festejar a conversão de um familiar de alguém da igreja por quem há tempos se vinha orando. Ser pastor é desejar o bem sem cobiçar para si absolutamente nada, a não ser a felicidade de participar dessa hora feliz.

Mas ser pastor também é chorar. Chorar pela ingratidão dos homens. Chorar porque muitas vezes aqueles a quem tanto se ajudou são os primeiros a perseguirem-nos, a esfaquearem-nos pelas costas, a criticarem-nos, a levantarem falso testemunho contra a igreja e contra nós. É chorar com os que choram, unindo-nos ao enlutado que perdeu um ente querido, é dar o ombro para o entristecido pela perda de um amor, é ser a companhia do solitário, é ouvir a mesma história uma porção de vezes por parte do carente. Chorar com a família necessitada, com o pai de um drogado, com a mãe da prostituta, com a família do traficante, com o irmão desprezado.

Ser pastor é não ter outro interesse senão o pregar a Cristo. É não se envolver nos negócios deste mundo, buscando riquezas, fama e posição. É saber dizer não quando o coração disser sim. É não ir à casa dos ricos em detrimento dos pobres. É não dar atenção demasiada para uns, esquecendo-se dos outros. É não ficar do lado dos jovens, em detrimento dos adultos e vice-versa. Ser pastor é não envolver-se em demasia com as pessoas, ao ponto de se perder a linha divisória do amor e do respeito, do carinho e da disciplina. Ser pastor é não aceitar subornos nem tampouco desprezar os não expressivos.

Ser pastor é ser pai. É disciplinar com carinho e amor, conquanto com a firmeza da vara, da correção e, não raras vezes, da exclusão de pessoas queridas. É obedecer a Bíblia, não aos homens. É seguir a Deus, não ao coração. Ser pastor é ser justo. Ser pastor é saber dizer não, quando a emoção manda dizer sim. Ser pastor é ter a consciência de não ser sempre popular, principalmente quando tiver que tomar decisões pesadas e difíceis, e saber também ser humilde quando a bênção de Deus o enaltecer diante do rebanho e diante do mundo. Os erros são nossos, mas a glória é de Deus.

Ser pastor é levantar-se quando todos estão dormindo e dormir quando todos estão acordados, socorrendo ao necessitado no horário da necessidade. Ser pastor é não medir esforços pela paz. É pacificar pais e filhos, maridos e esposas, sogros e genros, irmãos e irmãs. Ser pastor é sofrer o dano, o dolo, a injustiça, confiando nAquele que é o galardoador dos que o buscam. Ser pastor é dar a camisa quando lhe pedem a blusa, andar duas milhas quando o obrigam a uma, dar a outra face quando esbofeteado.

Ser pastor é estar pronto para a solidão. É manter-se no Santo dos Santos de joelhos prostrados, obtendo a solução para os problemas insolúveis. Ser pastor é não fazer da esposa um saco de pancadas, onde descontar sua fragilidade e cansaço. Ser pastor é ser sacerdote, mantendo sigilo no coração, mantendo em segredo o que precisa continuar sendo segredo, e repartindo com as pessoas certas aquilo que é "repartível". Ser pastor é muitas vezes não ser convidado para uma festa, não ser informado de uma notícia ou ser deixado de fora de um evento, e ainda assim manter a postura, a educação, o polimento e a compaixão. Ser pastor é ser profeta, tornar o seu púlpito um "assim diz o Senhor", uma tocha flamejante, um facho de luz, uma espada de dois gumes, afiada e afogueada, proclamando aos quatro ventos a salvação e a santificação do povo de Deus.

Ser pastor é ser marido e ser pai. É fazer de seu ministério motivo de louvor dentro e fora de casa. É não causar à esposa a sensação de que a igreja é uma amante, uma concorrente, que lhe tira todo o tempo de vida conjugal. Ser pastor é amar aos seus filhos da mesma forma que ensina aos pais cristãos amarem aos seus. É olhar para os olhos de seus filhos e ver o brilho de seus próprios olhos. É preocupar-se menos com o que os outros vão pensar e mais no que os filhos vão aprender, sentir e receber. É ver cada filho crescer, dando a cada um a atenção e o amor necessários. É orgulhar-se de ser pai, alegrar-se por ser esposo, servir de modelo para o povo. E, quando solteiro, tornar a sua castidade e dignidade modelo dos fiéis, enaltecendo ao Senhor, razão de sua vida.

Ser pastor é pedir perdão. Se os pastores fossem super-homens, Deus daria a tarefa pastoral aos anjos, mas preferiu fazer de pecadores convertidos os líderes de rebanho, pois, sendo humanos, poderiam mostrar aos demais que é possível ser uma bênção. Mas, quando pecarem, saberem pedir perdão. A humildade é uma chave que abre todas as portas, até as portas emperradas dos corações decepcionados. A humildade pode levar o pastor à exoneração, como prova de nobresa e integridade, como pode fazê-lo retomar seus trabalhos com maior pujança e vigor. Há pecados que põem fim a um ministério e ser pastor é saber quando o tempo acabou. Recomeçar é possível, mas nem sempre. Ser pastor é saber discernir entre ficar ou sair, entre continuar pastor e recolher-se respeitosamente.

Ser pastor é crer quando todos descrêem. Saber esperar com confiança, saber transmitir otimismo e força de vontade. É fazer de seu púlpito um farol gigantesco, sob cuja luz o povo caminha sempre em frente, para cima e em direção a Deus. Ser pastor é ver o lado bom da questão, é vislumbrar uma saída quando todos imaginarem que é o fim do túnel. Ser pastor é contagiar, e não contaminar. Ser pastor é inovar, é renovar, é oferecer-se como sacrifício em prol da vontade de Deus. Ser pastor é fazer o povo caminhar mais feliz, mais contente, é fazer a comunidade acreditar que o impossível é possível, é fazer o triste ser feliz, o cansado tornar-se revigorado, o desesperado ficar confiante e o perdido salvar-se. As guerras não são ganhas com armas, mas com palavras, e as do pastor são as palavras de Deus, portanto, invencíveis.

Ser pastor é saber envelhecer com dignidade, sem perder a jovialidade. É ser amigo dos jovens e companheiro dos adultos. Ser pastor é saber contar cada dia do ministério como uma pérola na coroa de sua história. Ser pastor é ser companhia desejada, querida, esperada. É saber calar-se quando o silêncio for a frase mais contundente, e falar quando todos estiverem quietos. Ser pastor é saber viver. Ser pastor é saber morrer.

E quando morrer, deixar em sua lápide dizeres indeléveis, que expressem na mente de suas ovelhas o que Paulo quis dizer, quando estava para partir: "combati o bom combate, terminei a carreira, guardei a fé". Ser pastor é falar mesmo depois de morto, como o justo Abel e o seu sangue, através de sua história, de seu exemplo, de seus escritos, de suas gravações. Ser pastor é deixar uma picada na floresta, para que outros venham habitar nas planícies conquistadas para o Reino do Senhor. Ser pastor é fazer com que os filhos e os filhos dos filhos tenham um legado, talvez não de propriedades, dinheiro ou poder político, mas o legado do grande patriarca da família, daquele que viveu e ensinou o que é ser um pastor.

Eu sou pastor.

Obrigado, Senhor!
Pr. Wagner Antonio de Araújo
Igreja Batista Boas Novas de Osasco, SP

Ordem dos Pastores Batistas do Brasil - Secção Estado de São Paulo - SER PASTOR!