ALGUMAS PALAVRAS RELACIONADAS AO TEMA "CASAMENTO"


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Aproveito o fato de escrever sobre casamento, para buscar as origens de algumas palavras relacionadas ao tema. Por conta de sua dinâmica própria, o idioma vai consagrando os seus vocábulos, mas, dadas as distâncias culturais e históricas, vamos perdendo o seu significado de origem e o seu trajeto etimológico. Talvez alguém tenha curiosidade a respeito; e talvez isto contribua para o esclarecimento de alguns conceitos.

Namoro - Na Língua Portuguesa, o verbo "enamorar" (preposição em + substantivo amor), pelo que se sabe, é verificado no século XII, e adquiriu o sentido de "cortejar", "cativar", "afeiçoar-se". Daí os vocábulos enamorado, namorado. Quanto ao substantivo "namoro", pelo que tenho acesso, é verificado apenas no final do século XIX.

“Namoro” tem sido definido por alguns como “a relação sadia e respeitosa de companheirismo, amizade e afeto entre um homem e uma mulher, em que ambos concordam e mutuamente se propõem a conhecer a personalidade, temperamento, caráter, afinidades e hábitos do outro, com vistas ao casamento, e no qual examinam se não terão maiores problemas nas diversas áreas da vida, tais como: nível econômico, cultural, social, educacional, familiar, religioso, faixa etária, etc.”

Noivado – A palavra noiva vem do latim nupta, “casada, esposa”, com influência, segundo parece a alguns, do adjetivo nova, que em latim é novia. Portanto, originalmente falava da mulher. Desta origem derivaram-se posteriormente os vocábulos noivo, noivar e noivado.

“Noivado” tem sido definido atualmente por alguns como “o compromisso formal e público através do qual um homem e uma mulher empenham um ao outro sua vida e amor, de forma mútua, responsável e voluntária, num voto e promessa de fidelidade, com vistas ao preparo e planejamento do casamento.”

O noivado obedece a procedimentos culturais, recebendo nuances do lugar e contexto. Em nosso contexto brasileiro, por exemplo, tem-se por convenção cultural o uso de alianças (anéis) no dedo anular da mão direita no período de noivado.

Núpcias Mesma origem, segundo alguns, isto é, de nupta. O conjunto de palavras (núpcias, nupcial) passou a descrever os atos e cerimônias envolvendo o evento das bodas.

Desposar – Na Língua Portuguesa este conjunto de palavras (esposo, esposa, desposar, etc.) tem origem latina em sponsio, que significa "promessa solene", "compromisso". “Desposados” eram aqueles que fizeram promessa solene de casamento, isto é, originalmente os noivos. Tardiamente o conjunto de palavras passou a descrever as promessas do casamento, apontando para aqueles que contraíram núpcias. A palavra promessa é chave neste conceito.

Bodas – A origem encontra-se em bodo, palavra arcaica em português – a palavra ainda consta do Dicionário Aurélio, mas com um significado derivado. Bodo vem do latim votum, que significa “voto, promessa feita aos deuses”. Votum também passou a descrever o objeto votivo, a oferenda. O vocábulo bodas passou a significar os votos pronunciados por ocasião do casamento; depois também a reiteração ou celebração de aniversário desses votos.

Nubente – Origem no latim nubente, do verbo nubere, que significa “cobrir ou velar”, isto é, pôr véu em si mesmo. Portanto, referia-se à mulher. Posteriormente, o vocábulo nubentes passou a descrever o casal em núpcias.

Matrimônio – O conjunto de palavras (matrimônio, matrimonial) tem origem no latim. A palavra procede de duas outras: mater (mãe) e uma inflexão de patrimonium. A idéia original é de uma “maternidade legal”, isto é, descreve a mulher casada. Observe que patrimonium tem origem em pater (pai), descrevendo as coisas (res) que legalmente pertenciam ao paterfamilias.

O matrimônio tem sido matéria de consideração teológica. E teologicamente tem sido definido como “a aliança heterossexual exclusiva entre um homem e uma mulher, ordenada e selada por Deus, precedida do ato público de deixar os pais, consumada pela união sexual, resultando numa união permanente e indissolúvel de apoio mútuo, e normalmente coroada pela dádiva de filhos”. No século XVI, Thomas Becon (c. 1512-1567) definiu o matrimônio nas seguintes palavras: “A alta, santa e abençoada instituição, planejada, estabelecida e ordenada não pelo homem, mas por Deus, na qual um homem e uma mulher são aclopados e entretecidos numa carne e corpo no temor e amor de Deus, pelo livre, amável, entusiástico e bom consentimento de ambos, com a intenção de que os dois habitem juntos como uma carne e corpo, e uma mente e vontade, em toda honestidade, virtude e santidade, e passam suas vidas a compartilhar igualmente de todas as coisas quantas Deus lhes enviará, com ação de graças.”

Conjugal - O verbo "jungir" é "colocar sob um mesmo jugo". E com esta idéia (com + jugo) relaciona-se o nosso conjunto de palavras em português (cônjuge, conjugal, etc.). Este foi o verbo utilizado na conhecida expressão de Cristo: “o que Deus jungiu, não o separe o homem”. A concepção cristã, ali, é que quem casa coloca-se debaixo do jugo, toma o jugo. E esta união sob um mesmo jugo transmite a idéia de que ela visa cumprir determinados objetivos e deveres comuns, isto é, alvos, propósitos ou trabalhos que ambas as pessoas tomam a responsabilidade de cumprir como um casal – tal como dois animais “jungidos” cumprem juntamente o serviço que deles é exigido. A figura de um “jugo” pode parecer uma linguagem tosca e rude, ou pouca romântica, especialmente às mentes e sensibilidades modernas. Entretanto, é uma idéia encontrada nos lábios do próprio Cristo.

Casamento – A palavra tem origem no verbo casar. Este, por sua vez, veio de casa, pois o ato do matrimônio traz o estabelecimento de nova casa. O conjunto de palavras (casal, casado) tem a mesma origem.

Marido – Origem em marito, vocábulo que significa “emparelhado, unido, casado”. Segundo os antigos latinos, relaciona-se com mas, isto é, “macho”, “do sexo maculino”. A palavra descrevia o noivo ou esposo, e também “macho” quando se referia aos animais. Em resumo, a palavra descrevia a parte masculina do par. Na história do Direito de Família verifica-se a instituição chamada “autoridade marital”. Mais tarde o conjunto de palavras (marido, marital) equiparou-se a conjugal.

Homem – Alguns estudiosos identificam a relação entre os termos homo e humus. Humus é terra, solo. Daí adviria o conjunto de palavras (humano, humanidade). Hominis seria o nascido da terra, do pó, do solo. Adquiriu o sentido de racional, em oposição a bestia ou fera; por oposição aos deuses, ser humano, mortal; por oposição a mulher, o homem, ser masculino da espécie humana; por oposição aos mortos, ser vivente, vivo.

Mulher – O latim é mulier. Discute-se o significado original. Segundo alguns estudiosos, mulier é a palavra proveniente de mollier que significa mais mole, mais delicado, mais suave, tenro. Daí a idéia do “sexo frágil”, que, não obstante, é mais forte do que o homem em muitas coisas, diga-se de passagem. Em Hebraico, conforme a narrativa bíblica da criação da espécie humana, a palavra mulher (ishá) é a mesma palavra homem (ish) acrescida de apenas uma letra, transmitindo a idéia bíblica de que ela procede do homem, e que, embora diferente, compartilha como ele de uma essência comum. Daí as antigas traduções bíblicas traduzirem as palavras hebraicas por “varão” e “varoa”, a fim de manter o mesmo radical nos vocábulos.

Casamento em Maringá, PR; algumas palavras relacionadas ao tema "casamento"

COMO PREPARAR SERMÕES EXPOSITIVOS

Aprenda alguns estágios: Por John Stott / Sepal

DESENVOLVENDO O TEMA

Havia um pastor episcopal que era muito preguiçoso e há muito tempo já havia desistido de preparar os seus sermões. Sua congregação era de pessoas de pouco cultura, Ele tinha o dom da oratória, de modo que era muito fácil para ele pregar sem qualquer preparação. Além de preguiçoso, ele também era muito piedoso, de modo que racionalizava sua preguiça como muitas vezes os piedosos fazem. Ele fez um voto muito solene: jamais voltaria a preparar os seus sermões, falaria de improviso e confiaria que o Espírito Santo lhe daria o que falar. Por alguns meses, tudo correu muito bem.

Certo dia, faltando 10 minutos para as 11 horas, na manhã de domingo, um pouco antes de o culto começar, quem entra pela porta da igreja? O bispo. Era uma visita de surpresa. Ele sentou-se num dos bancos. O pastor ficou imaginando o que deveria fazer. Não havia preparado o seu sermão. Pensou que podia enganar a congregação, mas sabia que não conseguiria enganar o visitante. Ele foi até ao bispo, cumprimentou-o e lhe disse: "Acho que devo explicar-lhe uma coisa. Alguns anos atrás eu fiz um voto de que nunca iria preparar os meus sermões, mas confiaria no Espírito Santo". "Está tudo bem", disse o bispo, compreendendo muito bem a situação. O culto começou, mas, no meio do sermão, o bispo levantou-se e saiu. Quando o culto terminou, o pastor foi para o vestíbulo da igreja. Encontrou sobre a mesa um bilhete com a letra do bispo e nele estava escrito o seguinte: "Eu te absolvo do teu voto".

Agora quero contar-lhes outra história, desta vez, de um pastor presbiteriano arrogante. Este pastor morava ao lado da igreja. Ele costumava vangloriar-se de que todo tempo que precisava para se preparar era o tempo que gastava para ir de casa à igreja. Você pode imaginar o que os presbíteros fizeram. Mudaram a casa para 8 km de distância. Assim, ele tinha mais tempo para preparar os sermões.

Agora, para os batistas eu queria citar o caso de Spurgeon ter como hábito vir ao púlpito despreparado. Dizer isso de Spurgeon seria um erro imperdoável!

Espero que concordem comigo que temos que preparar nossos sermões. Como fazer isto? É uma questão muito subjetiva. Não há maneira única de preparar sermões. Cada pastor tem que fabricar o seu próprio método. Seria um erro simplesmente copiar um do outro. No entanto, penso que a maioria passa por 5 estágios na preparação depois de ter escolhido o texto. É sobre esses que quero falar-lhes. Vamos partir do princípio de que você já tenha escolhido o texto.

1. estágio - Meditar sobre o texto

É necessário ler e reler o texto bíblico. Depois tem que lê-lo e relê-lo mais uma vez. É preciso fazê-lo girar em sua mente, vez após vez. É necessário ruminá-lo como o animal bovino rumina o capim. Sugá-lo como o beija-flor suga a flor. Chupá-lo como uma criança chupa uma laranja, até que não haja mais nada para tirar dela. É preciso preocupar-se com o texto como um cachorro preocupa-se com o seu osso. Essas são algumas metáforas que mostram como você pode envolver-se com o texto.

Talvez você esteja se perguntando: o que significa a palavra "meditar"? Acho que é uma combinação de estudo e oração. Gosto de passar o tempo de meditação ajoelhado, com a Bíblia aberta à minha frente, não porque eu adore a Bíblia, mas porque adoro o Deus da Bíblia. A posição de estar de joelhos é uma posição de humilde expectativa. À medida que eu estudo aquele texto, usando a mente que Deus me deu, estou clamando ao Espírito Santo por iluminação. Meditação é estudo regado com oração.

Conheço pastores que são grandes estudantes. Precisavam ver as suas bibliotecas. As paredes estão cobertas de livros. E sobre suas mesas há pilhas e pilhas de comentários, de dicionários e de chaves bíblicas. Parecem estar sempre afogados em livros. Eu admiro seu estudo, mas eles não oram muito.

Eu conheço pastores que cometem o erro oposto. São grandes homens de oração, mas não estudam muito. Vamos manter juntos estudo e oração. 2Timóteo 2.7 é um grande texto. Nele, Paulo escreve: "Considera o que digo, porque Deus te dará compreensão em todas as coisas". Nós fazemos a nossa parte, que é estudar ou considerar, e Deus dá o entendimento. Não devemos separar aquilo que Deus uniu.

Enquanto você medita, é bom fazer perguntas a si mesmo. Pergunte-se: "O que o texto quer dizer?", "O que o texto diz?". Primeiro, você estará tratando do significado do texto e, em segundo lugar, você estará tratando da mensagem do texto para o dia de hoje.

Precisamos perguntar-nos as duas coisas. Precisamos perguntá-las na hora certa. Muitos pastores estão tão ansiosos em conseguir uma mensagem para hoje, que não se disciplinam em descobrir o significado do texto, e não chegam a descobrir a sua mensagem para os dias de hoje. Precisamos manter os dois juntos, em equilíbrio.

Não posso falar agora sobre interpretação bíblica, mas quero dar-lhes um princípio básico. Foi enunciado por um homem chamado E.D. Hirsh. Seu livro é chamado "Validade na Interpretação". Nesse livro ele não trata apenas de intepretação bíblica.

Os princípios são os mesmos quando você interpreta qualquer documento. Pode ser um documento literário, um documento legal ou um documento bíblico. O grande princípio é o seguinte: O texto quer dizer aquilo que seu autor quis dizer. Portanto, a pergunta é: "O que o autor quis comunicar quando ele escreveu?"

Devemos pensar sobre as palavras e o que elas significaram quando ele as usou. Não podemos interpretar até ouvirmos o que o autor quis dizer com suas palavras. Eu lhes imploro que não omitam esse estágio da sua preparação. É uma disciplina essencial para cada um de nós. Mas também não podemos parar aí.

Uma vez entendido o significado do texto, vamos descobrir o que ele diz para nós hoje. Podemos pensar sobre as pessoas em nossa congregação e nos perguntar: "o que o texto tem a dizer para eles?". Nesses dois estágios não há qualquer substituto para o tempo.

Dê a si mesmo tempo para meditar. Não corra para pegar os comentários cedo demais. Faça a sua meditação própria, com a Bíblia aberta, de joelhos, usando a iluminação do Espírito, usando a sua mente. Durante todo esse tempo vá escrevendo seus pensamentos. Não precisa haver uma ordem particular para isso. Qualquer pensamento que venha à sua mente é digno de ser escrito. Aqui chegamos, então, ao segundo estágio.

2. estágio - Isole o pensamento dominante

Todo texto tem um tema principal. Devemos meditar sobre ele até que esse princípio central surja. Qual é a ênfase principal da Palavra de Deus nesta passagem? O que Deus está dizendo neste texto? Nosso dever é meditar e orar para penetrarmos neste texto; até que nos submerjamos nele; até que ele passe a controlar a nossa mente e a colocar em fogo nosso coração; e até que nos tornemos servos do texto.

Alguns pregadores não são servos, mas senhores do texto. Eles torcem e manipulam o texto de modo a fazê-lo dizer o que eles querem. Temos que nos arrepender quando fazemos isso com a Palavra de Deus. Devemos permitir que a Palavra de Deus nos controle e não controlar a Palavra de Deus.

3.° estágio - Prepare o material para ajudar o pensamento dominante

Há duas coisas que vão ajudar nisto. A primeira é negativa e a segunda positiva. Em primeiro lugar, seja impiedoso em rejeitar o que é irrelevante. O que temos diante de nós até agora é uma porção de idéias que, sem pensar, nós escrevemos e aqueles pensamentos dominantes que já deixamos bem claros. Temos agora que colocar em ordem todo esse material de modo que ele se subordine e siga o pensamento dominante.

Muitos de nós achamos essa tarefa muito difícil. Talvez tenhamos idéias cintilantes, talvez tivemos pensamentos abençoados que anotamos no papel e queremos arrastá-los para o sermão de qualquer maneira. Não o faça! Tenha a coragem de deixá-los de lado. Eles se tornarão úteis em alguma outra ocasião. Mas se eles agora não servem ao pensamento dominante, deixe-os fora. Isso exige grande determinação mental. Em segundo lugar, devemos subordinar o material de modo que ele sirva ao tema.Isso me leva a dizer algo sobre estrutura, palavras e ilustrações.

Todo sermão tem que ter uma estrutura. Muitos pregadores, é claro, têm três pontos. É possível ter apenas dois, ou quatro, ou até mesmo 5, como acontece comigo agora. Mas é impressionante a frequência com que nós voltamos aos três pontos. Há uma condição que é essencial para uma boa estrutura: Ela deve ser natural e não artificial.

Alguns de vocês já devem ter ouvido falar de Alexander Maclaren. Foi um grande pastor batista na lnglaterra, no século passado. Algumas de suas exposições da Bíblia ainda são impressas hoje. Ele era especialista nesta estrutura natural. Os amigos costumavam dizer que ele guardava algo em seu bolso. Era um pequeno martelo dourado. Com esse martelo dourado ele batia sobre o texto. À medida que ele batia sobre o texto, esse se abria nas suas divisões naturais. É disto que todos nós precisamos: de um martelinho dourado.

Mudando a metáfora, as divisões do texto têm que se abrir como as pétalas de uma rosa abrindo-se ao sol. É importante que dividamos a Palavra de Deus naturalmente, não impondo uma estrutura artificial sobre o texto.

As palavras também são extremamente importantes. Todos percebemos isso quando temos que mandar um telegrama. Temos apenas 12 ou 15 palavras e passamos muito tempo preparando a nossa mensagem de modo que nossas palavras não sejam mal entendidas.

Cremos que Deus Se deu ao mesmo trabalho. Creio na inspiração verbal da Bíblia, ou seja, que a inspiração se estendeu às mesmas palavras que Deus escreveu. Se as palavras foram tão importantes para Deus, tem que ser importantes para nós.

Não estou sugerindo aqui que leiamos os nossos sermões. Creio, porém, que é uma boa disciplina na nossa preparação, que escolhamos bem as palavras que vamos usar para expressar os nossos pensamentos. Além de exatas, as palavras têm que ser simples. Não tem sentido falar como se tivéssemos engolido um dicionário.

Sejamos simples no nosso palavreado e também vívidos, de modo que as palavras transmitam uma imagem mental às pessoas que estão ouvindo. Quero particularmente exortar os pregadores mais jovens a levarem bastante tempo escrevendo e preparando o sermão. Só depois de termos feito isso durante 5 ou 10 anos é que vamos aprender a colocar os nossos pensamentos em palavras claras.

Agora, as ilustrações. Eu sei que uma das minhas fraquezas na área da pregação é que não uso ilustrações suficientes. A mesma coisa acontece com meus livros. Depois que um dos meus livros havia sido publicado, um amigo me escreveu profundamente crítico quanto àquela obra contendo tão poucas ilustrações: "Seu livro é como uma casa sem janelas; é como um bolo sem frutas".

Achei que as observações do meu amigo foram muito rudes, mas, infelizmente, elas eram bem exatas. Por isso todos nós precisamos de ilustrações. Qual o propósito de uma ilustração? É tornar concreto o que é abstrato.

Alguns minutos atrás eu escrevia sobre meditação. "Meditação" é uma palavra abstrata. Muitas pessoas nem sabem o que é meditação, de modo que eu tentei torná-la uma palavra concreta. Eu lhes dei quatro imagens sob forma de palavras. Devemos ruminar o texto, como uma vaca rumina o capim. Penetrá-lo, como um beija-flor penetra a flor. Preocuparmo-nos com ele como o cachorro se preocupa com seu osso.

Passamos da vaca para o beija-flor, do beija-flor para a criança, da criança para o cachorro. Cada uma dessas coisas era uma imagem em sua mente. Eu usei essas ilustrações deliberadamente, a fim de transformar o que era abstrato em algo concreto.

Há um provérbio oriental que explica isso: "eloqüente é aquele que consegue transformar o ouvido em olho, de modo que os seus ouvidos possam ver aquilo que ele fala". Portanto, temos que usar a nossa imaginação, para que as pessoas vejam o nosso pensamento.

UM BOM CONSELHO NUNCA É DEMAIS

"Mas Roboão não seguiu o conselho dos homens mais velhos". 1 Reis 12:8
Quando Roboão, filho de Salomão, começou a reinar, sentiu necessidade de buscar conselho para tomar as decisões corretas. Afinal, ser rei de uma grande nação não era uma atividade como qualquer outra. Além disso, o pai dele tivera uma sabedoria sobrenatural que, infelizmente, não era hereditária.

Entretanto, o relato bíblico nos conta que Roboão não seguiu os conselhos dos sábios. Na verdade, ele fez tudo ao contrário. E o resultado não podia ser pior: deu tudo errado na vida do pobre filho de Salomão.

Pense que os bons conselhos são como uma luz e preste atenção na história a seguir:
Um grande navio cruzava o oceano numa noite escura, quando o capitão notou uma luz piscando adiante, e exatamente em sua rota. Imediatamente, ele deu o sinal para avisar o capitão do outro navio.

– Por favor, altere seu curso dez graus para leste – ele avisou.

– Altere você seu curso dez graus para oeste – foi a resposta.

O capitão ficou perplexo com tal atitude e transmitiu nova mensagem:

– Eu sou o capitão deste navio; você está em minha rota. – Eu sou William, marinheiro, não posso mudar de rota – foi a resposta do ponto de luz.

Indignado, o capitão resolveu assustar o marinheiro William:

– Altere já seu curso dez graus para leste, pois estamos num navio de guerra.

– Altere já seu curso dez graus para oeste – replicou William. – Estou num farol.
Não é preciso nem dizer quem teve de mudar seu curso, não é mesmo? Nenhum capitão de navio gostaria de trombar em um farol!

Quando deixamos de ouvir o conselho das pessoas mais experientes, corremos o risco de perder a luz que nos ajudaria a encontrar o caminho. E caminhar no escuro é um risco muito grande, você não acha?

Jesus, que é a Luz do mundo, nos deixou muitos mandamentos e conselhos que nos podem tornar mais felizes. Podemos obedecer-lhes, ou agir como Roboão, fazendo tudo errado. A escolha é nossa.

DEUS É AMOR


"Mas o Senhor Deus foi bondoso com os israelitas. Ele não deixou que fossem destruídos". (2 Reis 13.23)
O povo de Israel se afastava mais de Deus a cada novo rei que subia ao trono. Mesmo assim, Deus retardou o quanto pôde as conseqüências naturais que viriam sobre eles. E isso acontecia porque Deus os amava muito e Se compadecia deles.

Charles Spurgeon foi visitar um fazendeiro. Era um belo dia de sol, e o fazendeiro terminara de distribuir as tarefas aos empregados. Enquanto esperava, o pastor notou que no cata-vento em cima do celeiro havia sido pintado um verso da Bíblia – "Deus é amor".

Charles Spurgeon não gostou nada, pois percebeu que quando o vento mudava de direção, também mudava de direção a "flecha" sobre a qual estava escrito: "Deus é amor".

– O que o senhor achou do cata-vento? – perguntou o fazendeiro.

O ministro olhou novamente para o verso, e então abanou a cabeça.

– Acho que o senhor não deveria ter colocado o verso ali. – foi a resposta.

– Mas por quê? – perguntou o fazendeiro surpreso. – Não é uma frase da qual todos nunca devem se esquecer?

– Bem – respondeu o pastor –, quando o vento vem do norte, o verso apontará para o norte e quando sopra do sul, ele apontará para o sul. Tenho receio de que as pessoas, ao olharem para ele ali em cima, cheguem à conclusão de que o amor de Deus muda conforme o vento. A Bíblia nos diz em Malaquias 3.6 : "Pois eu, o Senhor não mudo...".

Foi a vez de o fazendeiro abanar a cabeça.

– Eu vejo as coisas de outra maneira. Mesmo que o vento mude de direção, ele ainda pode ensinar uma lição. Quando o vento sopra quente, Deus é amor. Quando ele traz chuva, Deus é amor. Quando há um vendaval, Deus é amor. Seja qual for a maneira como o vento soprar. Sopre o vento contra ou favor, isso não importa, não vou mudar de opinião: "o amor de Deus permanecerá o mesmo. Deus É amor.

O pastor pensou no que o fazendeiro acabara de falar, e disse:

– O senhor tem razão, seja no norte ou no sul, faça sol ou chuva, Deus sempre será amor.

E para você? Deus também é amor?

O LEILÃO DOS QUADROS FAMOSOS

Aquele que tem o Filho tem tudo!

Pai e filho se amavam muito, e cada qual curtia o que o outro gostava de fazer. Quantas vezes viajaram juntos! Às vezes, numa boa pescaria, quando o peixe rareava, deixavam tudo de lado para dar lugar a um "papo" amigo e descontraído. Era de dar inveja a relação que tinham.

Já havia algum tempo, após perder a esposa, que aquele homem desistira de reconstruir sua vida afetiva ao lado de outra mulher. Concentrou sua energia no trabalho, na relação com o filho, e numa atividade que lhe passou a ser cara e prazerosa: comprar quadros de pura arte :
PicassoMatisseVan Gogh
Picasso, Matisse e Van Gogh

Com o passar dos anos, reuniu em sua mansão um acervo respeitável, raras vezes aberto à apreciação do público local. E então veio a guerra.

Nada nem ninguém foi capaz de impedir que seu único filho fosse para o front. Uma vez lá, em pouco tempo, o rapaz se destacou por desafiar a morte, correndo todos os riscos para salvar colegas feridos. A um deles, em especial, confidenciou sobre o gosto de seu pai por quadros de pintores famosos. Ele, pessoalmente, gostava de alguns óleos sobre tela cuja paisagem apresentasse água em movimento.

Um dia, porém, no afã de salvar mais um patrulheiro, tombou mortalmente ferido e morreu.

Quando aquele pelotão retornou da guerra, entre os sobreviventes estava o amigo mais chegado daquele jovem valente. Pensou logo em aproximar-se do velho pai, que vivia só e devia estar sofrendo, mas não quis fazê-lo de mãos vazias. Como sabia rabiscar alguns contornos humanos, procurou desenhar, da melhor maneira que pode, o rosto de seu bom amigo e salvador, o filho daquele velho senhor.

Tocou a campainha, identificou-se e estendeu-lhe o presente.

Com mãos trêmulas, o pai o desembrulhou. Olhando demoradamente o rosto de seu saudoso filho, agradeceu ao jovem soldado o seu gesto e o elogiou por retratar com precisão os traços mais significativos do filho.

Alguns anos se passaram, e o velho pai descansou.

Após anunciar nos jornais, o leiloeiro estava pronto agora para iniciar o leilão dos quadros tão famosos. A disputa prometia. Ao dar início, o leiloeiro leu as regras de praxe e acrescentou que, por ordem do proprietário, o primeiro quadro a ser leiloado intitulava-se

O Filho

"O Filho". Abriu, então, para as primeiras ofertas. Mas não houve oferta alguma. Insistiu: "Se não houver oferta pelo quadro "O Filho", não haverá leilão". Todos protestaram com veemência: Não viemos pelo "Filho"! - disseram - Nós viemos por Matisse, por Picasso e por Van Gogh!

Como insistisse o leiloeiro com "O Filho", um senhor muito humilde, nem sentado estava, nos fundos do salão nobre, ergueu as mãos e disse timidamente: "Olha, Sr., eu não tenho mais que dez reais. Se tivesse mais, eu os daria pelo quadro "O Filho".

- Alguém dá mais? - gritou o leiloeiro. Como ninguém se manifestasse, após a terceira chamada, ele bateu o martelo, e disse: "O Filho" está vendido para o cavalheiro lá dos fundos!

Enquanto o Sr. se dirigia à frente para efetuar o pagamento e levar "O Filho" pra casa, o leiloeiro surpreendeu a todos, dizendo: Senhoras e senhores, o leilão está encerrado!

Ante o protesto de todos, ele abriu solenemente o Testamento do proprietário, e nele estava escrito: Aquele que levar o meu "Filho", levará todos os meus quadros.

Jesus

Quem tiver o filho que fique com tudo. Pois quem tem o “filho” tem tudo.

A propósito, está escrito: "o Pai ama o Filho e pôs tudo nas mãos dele" (João 3.35). Por isso, mais ainda do que na história relatada, e respirando fundo a vitória de Cristo, quem leva o Filho de Deus no seu coração, tem o que há de mais precioso e leva tudo pra casa e para a Vida.

APROVEITE AS GRANDES OPORTUNIDADES

Algumas vezes você já se perguntou o que veio fazer no lugar chamado Igreja? Qual é o seu compromisso com esse momento? Por que você freqüenta os cultos e a sua igreja aos domingos?
Conta-se a história de um homem que resmungava o tempo todo contra Deus. Achava que Deus o havia esquecido e por causa disso nada dava certo, era um azarão. Até o dia em ele resolve procurar Deus e indagá-lo sobre o porquê dessa situação. Vou focar em algo: encontrar Deus e perguntar o que está acontecendo.

Na procura de Deus ele primeiro encontrou um lobo fétido, magro, caindo os pelos e a beira da morte que lhe perguntou: onde você está indo? O homem respondeu: não tenho tempo para você. Estou procurando Deus para saber o porquê da minha vida. O lobo pediu para que ele fizesse a pergunta sobre a vida dele também.

O homem continuou seguindo. Passando perto de uma árvore feia, seca, sem vida, num lugar árido ela fez a mesma pergunta: onde você está indo, homem? Estou procurando Deus para saber porque ele não deixa nada de bom acontecer comigo. Que bom, pergunta pra ele porque estou tão seca, não tenho folhas ou frutos?

Continuando a caminhada, encontrou um castelo onde uma princesa, na janela chorava e que lhe pergunta porque ela não consegue se casar, ter um marido?

Muito distante ele vê uma luz e se aproxima dela. A voz de Deus se manifesta a ele perguntando o que ele veio fazer.

Por que eu sou tão azarão? Por que não tenho oportunidade na vida? Deus então o responde dizendo: “Você precisa aproveitar melhor as grandes oportunidades”.

No caminho pra cá encontrei uma princesa linda, e me perguntou quase a mesma coisa. O que falo para ela? Diga que ainda hoje passará por ela o grande amor da vida dela. Diga-lhe para que aproveite a oportunidade.

E quanto à árvore? No tempo de guerra alguém pegou um grande tesouro e enterrou em suas raízes. Os gases liberados do tesouro impedem que ela tenha folhas e frutos. Alguém precisa tirá-lo.

E o que eu digo para o lobo? Diga-lhe para deixar de ser lento e desatento, diga para correr atrás da sua caça. Na primeira oportunidade que tiver que ele não perca tempo.

Voltando pra casa, encontrou-se com a princesa e disse o que Deus havia falado. Ela não perdeu tempo e pediu pra ele entrar, mas ele recusou dizendo que estava ocupado demais procurando encontrar outra grande oportunidade.

Encontrando a árvore, disse a ela o Deus lhe havia comunicado. A árvore o pediu para tirar o tesouro, mas também não o fez porque estava ocupado demais procurando  novas e grandes oportunidades.

Quando se encontrou com o lobo e disse o que Deus o havia falado, o lobo aproveitou logo a oportunidade e devorou depressa aquele homem.

O tempo todo Deus está lhe dando oportunidades, mas você fica desatento, tenha mais cuidado, ou outra pessoa aproveitará esse momento em seu lugar e o “lobo” poderá devorar você.

TABITA KRAUL DE MIRANDA PINTO

“Na cidade de Jope havia uma seguidora de Jesus chamada Tabita. (Este nome em grego é Dorcas.) Ela usava todo o seu tempo fazendo o bem e ajudando os pobres.  Naqueles dias Dorcas ficou doente e morreu”. (Atos 9.36-37).


Faleceu hoje, dia 05/02/2010 a irmã Tabita Kraul de Miranda Pinto, aos 87 anos (faria 88 em maio próximo). Viúva do Pr. José de Miranda Pinto.

O corpo será levado para a Igreja Batista do Méier hoje (05/02/2010) a partir das 17 horas.

O culto será celebrado às 8h da manhã de sábado (06/02/2010) na IB do Méier. O sepultamento está previsto para as 11 horas no cemitério do Caju.

Tabita nasceu em Riga, capital da Letônia, quatro anos antes da independência do país e no ano em que o governo promoveu a reforma agrária, em 1922. O pai dela era pastor e batizou a própria filha quando ela era uma adolescente de 13 anos. Com a ocupação da Letônia pela Rússia em junho de 1940, a família do pastor Carlos Kraul refugiou-se no Brasil e fixou-se no interior do Estado de São Paulo.

Quando era aluna do Colégio Batista de São Paulo, Tabita ouviu o presidente da Junta de Missões Nacionais da Convenção Batista Brasileira falar sobre missões. Atraída por esse ministério, a mocinha estrangeira matriculou-se no Seminário Teológico Betel, no Rio de Janeiro, e apresentou-se à junta na expectativa de ser enviada à Bolívia como missionária. Mas o plano não deu certo por culpa do próprio pastor que despertou nela a vocação missionária. Então diretor e um dos professores do seminário, esse homem de Deus mandou chamar Tabita para comparecer ao seu gabinete. Uma escrivaninha separava o solteirão José de Miranda Pinto, de 48 anos, de Tabita, que tinha a metade da idade de seu interlocutor. Sem mais nem menos, o professor perguntou à aluna: “Você quer se casar comigo?” Algum tempo depois, também sem mais nem menos, a moça deu resposta positiva.

Em agosto de 1946, quatro meses antes do casamento, o casal de noivos assinou um documento muito mais sério que o documento de casamento civil exigido pela lei. Deram-lhe o solene título de Contrato de amor.

O pai de José de Miranda Pinto era um engenheiro da antiga Leopoldina Railway, homem de posses, que se converteu numa Igreja Batista em Campos, RJ, onde nasceu o filho, em 1898. Embora tivesse sido batizado aos 14 anos de idade, Miranda Pinto foi uma vocação tardia. Ordenou-se em junho de 1934, aos 36, deixando a carreira de engenharia. Foi pastor da Igreja Batista do Meier por longos 30 anos. Estudou teologia no Eastern Baptist Theological Seminary, nos Estados Unidos e fundou a Associação Evangélica de Fé, o Seminário Teológico Betel, o Recolhimento Betel e o Colégio do Seminário Betel.

O Seminário Betel tem formado muitos pastores piedosos e de forte visão evangelística e missionária, de várias denominações. O Recolhimento Betel persiste por 65 anos, abrigando hoje 25 senhoras. O atual diretor da instituição é Neander Kraul de Miranda Pinto, o mais velho dos três filhos.

Irmã Tabita esteve por muitos anos na direção do Seminário Betel. O Seminário Teológico Betel é uma das instituições mantidas pela Associação Evangélica de Fé, entidade filantrópica, de utilidade pública, fundada em 1939 por José de Miranda Pinto, pastor batista, inspirado nos ideais e na obra de George Müller, filantropo alemão do século XIX radicado na Inglaterra.

A Associação Evangélica de Fé nasceu do exercício de fé de um grupo de irmãos da Igreja Batista do Meier em resposta aos desafios que Deus colocara em seus corações. Para tornar evidente ao mundo que Deus responde a oração do crente, este grupo de irmãos estruturou-se numa sociedade de fé disposta a manter empreendimentos sociais e educacionais que tornassem compreensível ao mundo o amor e o cuidado de Deus. Neste ideal foram organizados o Recolhimento Betel, destinado a abrigar senhoras sem família e sem recursos; o Seminário Teológico Betel, visando a educação teológica; o Colégio do Seminário Betel , com o objetivo de atender jovens e adultos com educação propedêutica.

Desde sua fundação, pela graça de Deus, o Seminário Teológico Betel vem atendendo as mais diversas denominações evangélicas, preparando os obreiros por elas enviados num ambiente propício ao desenvolvimento do caráter cristão e de uma vida de fé incondicional no Criador e Sustentador de todas as coisas.

O Seminário tem uma forte vocação missionária que busca imprimir em seus alunos e, para tanto, mantém em anexo à suas instalações o Centro de Missões, que reúne em condomínio diversas organizações missionárias evangélicas e serve como espaço de treinamento para os alunos com chamado missionário.

Minha sincera homenagem e gratidão a Deus por vida tão abençoada e Especial.

Pr. Carlos Elias de Souza Santos.


Prédio do Seminário - ano de 1953





Depoimento da Irmã Tabita no youtube.
Extraído do: História do SemTeoBetel